Estudos Disciplianres II UNIP
Por: SonSolimar • 25/9/2018 • 2.111 Palavras (9 Páginas) • 281 Visualizações
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cargos/ocupações diminuiram, porém ainda são expressivas. Quando as mulheres conseguem quebrar as barreiras e assumem cargos geralmente masculinos, enfrentam dificuldades. É o caso da Tenente-Coronel Sheila Sampaio, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (BPMDF). Ela comanda 450 homens e teve muita dificuldade ao assumir o cargo pois houve muita resistência da tropa por conta de preconceito de gênero. Ela teve que mostrar muita garra, competência e serviço para convecer os 450 homens de que ela seria capaz de ocupar o cargo. E os salários ainda são em media 30% mais baixos que os dos homens.
Algumas empresas oferecem planos de carreira para as mulheres e investem em capacitação profissional. Ainda oferecem creches dentro do embiente de trabalho e seguro saúde para companhamento do pré-natal com médicos gabaritados em hospitais com tecnologia de ponta extendendo a benefício para seu cônjuge e filhos. Estas empresas ainda fazem parte de uma pequena parcela de multinacionais que, quando se instalaram no Brasil, trouxeram algumas de suas políticas favoráveis aos empregados.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social. Nem pelas próprias mulheres. Embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha crescendo. São as donas de casa que acabam administrando os salários dos maridos e quantificando o poder de compra da família. São elas também que acabam determinando as prioridades do consumo familiar. Além disso cuidar e educar uma criança demanda tempo e dedicação e isto não é levado em consideração pelas pesquisas. Muitas mulheres estão optando por ficar em casa e não sair para trabalar fora por conta dos baixos salários pagos às categorias dos empregados de base. O exemplo disso é o salário mínimo nacional hoje firmado em R$880,00. Para algumas famílias está valendo a pena a mulher ficar em casa e cuidar dos filhos e educá-los ao invés de pagar uma pessoa para cuidar dos filhos e sair para trabalhar.
Já falamos anteriormente que o contingente das muheres trabalhadoras mais importante está concentrado no serviço doméstico remunerado que perfaz 92% de mulheres. Desta porcentagem 71% são constituídados de mulheres negras ou pardas. No geral são mulheres com baixo nível de escolaridade e com menores rendimentos. A mulher negra sofre preconceito duplo. Primeiro por conta da sua raça e depois por conta do gênero. Segundo pesquisa do DIEESE/2012 demonstra que entre as 500 maiores empresas do Brasil apenas 1% conta com programas de capacitação professional para negros e negras. Este mesmo estudo aponta que entre 2011 e 2012 27,3% dos afro-brasileiros empregados não chegaram a concluir o ensino fundamental e só 11,8% contavam com o diploma de curso superior. Entre os não negros este valor era de 17,8% e de 23,4% respectivamente.
Entre os anos de 2003 e 2010 (IBGE) a participação dos negros no Mercado de trabalho aumentou de 23,4% para 31,1%. Um homem negro recebe um salário 30% menor que um homem branco. As mulheres negras são ainda mais discriminadas, a renda média de uma mulher negra chega a ser 67,1% menor que a de uma mulher branca. Segundo o IPEA/2007 a taxa de desemprego entre mulheres negras chegou a 12,4% contra 9,4% entre as mulheres brancas.
As mulheres apareceram no último balanço divulgado de 2015 como as mais afetadas pelo aumento do desemprego no Brasil. As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A última Pnad (Pesquisa Nacional de Domicílios) apontou que 4,6 milhões de brasileiras estão desempregadas, o que representa 52% do total de desocupados no País. Os números são referentes aos meses de julho a setembro de 2015. A elevação recente na taxa de desemprego no Brasil não se apresenta homogênea entre os trabalhadores. Enquanto a taxa de desemprego cresceu relativamente mais para as mulheres (43,3%), para os homens ela cresce levemente abaixo (40,4%). Com isso, a taxa de desemprego feminina que era 27,7% superior à masculina em janeiro de 2015, passou a ser 30,3% em julho do mesmo ano.
A professora Carmen Miguele, da FGV/EBAPE (Faculdade de Admistração da Fundação Getúlio Vargas), relata que o desemprego maior entre as mulheres se deve ao fato dos empresários, na maioria das vezes, pensarem a curto prazo. “Pensam sempre em como reduzir custos e nunca em gerar valor. Como as mulheres têm mais chance de sair de licença-maternidade e têm que equilibrar a jornada dupla, na hora de um aperto ou crise econômica as empresas preferem demitir mulheres. ” Carmem Miguele ainda relata que “a miséria no mundo tem gênero, quase 90% dos miseráveis no mundo são mulheres e crianças com menos de 10 anos dependentes dessas mulheres. ”
Um dado positivo do IBGE/2015 é que no último trimestre o emprego doméstico teve estabilidade. Como já vimos 92% do mercado de empregados domésticos são constituídos por mulheres. Se houve estabilidade muitas mulheres tiveram seus empregos mantidos. Outro fator que ajuda esta estatística é o fato de que o empregado doméstico mensal não perdeu seu emprego apenas trocou seu registro em carteira pelo trabalho autônomo de diarista. Este empregado conta com o MEI – Microempreendedor Individual. Este é um meio recente de formalizar as ocupações de trabalhadores informais ou sem registro em carteira.
Na Rússia, o maior problema está na disparidade dos valores de remuneração salarial entre homens e mulheres. Mesmo com uma população predominantemente feminina, elas ainda são discriminadas e encontram dificuldades para assumir cargos mais elevados, e o trabalho doméstico não está incluído no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). “Em 2014, lançamos um programa para diminuir em 25% a desigualdade até 2025. No entanto, não significa apenas aumentar a remuneração salarial, é importante compreender os motivos da desigualdade e pensar em reformas na área de saúde e educação”, afirmou Elena Aleksandrovna Zotova, representante da Presidência da Federação Russa e especialista em relações sociais e trabalhistas.
Após o fim do Apartheid, com uma rigorosa legislação separatista implantada durante anos na África do Sul, a estrutura do mercado de trabalho do país passou por grandes alterações. A população negra ganhou o direito de trabalhar, mas deparou-se com a falta de assistência básica, como saúde e educação. Segundo Wessel Jan Van Den Berg, assessor do Ministério de Desenvolvimento Social sul-africano, o desemprego tornou-se um dos maiores desafios do país, e o trabalho informal é predominante. A situação das mulheres na África do Sul é ainda mais preocupante
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