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BALANÇO SOCIAL FERRAMENTA DE DISSEMINAÇÃO DE PRÁTICAS SOCIAIS

Por:   •  19/4/2018  •  4.984 Palavras (20 Páginas)  •  356 Visualizações

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A divulgação do balanço social, não é obrigatória no Brasil, porém mesmo não sendo Sucupira (2003) diz que mais de 200 empresas divulgam seus balanços sociais conforme o modelo do IBASE. Embora nem todos cumpram todos os aspectos o que importa é o aumento da quantidade de empresas com coragem e audácia de publicá-lo, tanto internamente quanto externamente. Mesmo que os números ainda não reflitam um quadro de excelência, é uma questão de tempo, pois se a empresa publica o balanço é porque tem interesse em melhorar. Sucupira (2003) ressalta ainda que o balanço social das organizações não poderá ser imposto, pois é uma maneira das empresas demonstrarem sua ética e o seu grau de comprometimento com o seu público externo, interno e o meio ambiente.

1. REFERENCIAL TEÓRICO.

1.1 A Responsabilidade Social Da Contabilidade

O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social da corporação. No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos. Uma definição conceitual a respeito do Balanço Social é dada por De Luca, citado por Araujo (2003, p. 85), “Instrumento de medida que permite verificar a situação da empresa no campo social, registrar as realizações efetuadas neste campo e principalmente avaliar as relações ocorridas entre o resultado da empresa e a sociedade”.

A função do Balanço Social é integrar como um conjunto único empresa, pessoas, sociedade e meio ambiente, mas na atualidade ainda não dispõe-se de um meio eficaz e plenamente aceito por todos para mensurar os resultados desta ação o que desestimula grande parcela dos administradores, uma vez que estes sofrem pressão dos acionistas por lucros e não por ações sociais.

Segundo Frey e Frey (2002, p. 45) a responsabilidade social nos dias atuais deve passar a fazer parte do contexto empresarial, constituindo-se um diferencial com uma preocupação em ter conhecimento da representatividade da prática da responsabilidade no valor que a sociedade atribui às empresas socialmente responsáveis.

Outra função importante diz respeito ao fornecimento das informações aos empregados sobre os empregados (ou colaboradores assalariados, no termo moderno). Segundo Pacheco (2002, p. 51) a inclusão dos valores relacionados aos investimentos na área de recursos humanos das empresas fará com que o balanço social reflita de forma clara a real posição da empresa, pois identificará também os investimentos feitos na área de recursos humanos.

Assim sendo, deve o contador ter plena consciência de sua importância no interior das organizações, gerando ações que possam provocar uma tomada de decisão socialmente responsável em todos os aspectos, por parte dos administradores.

1.2 O Público Alvo do Balanço Social: A quem as Informações Sociais se Destinam

Para Herbert de Souza (1999), o Betinho, "o balanço social não tem donos, só beneficiários". Segundo Tinoco (2001), o balanço social dirige-se a vários usuários, entre eles destacam os seguintes: Empresas, Consumidores, Fornecedores e Estado.

Para Tinoco (2002) a sociedade inteira é o publico alvo das informações contidas no Balanço Social, desde os grupos que prestam serviços a empresa (empregados), aqueles que usam/compram produtos seu (clientes), os acionistas potenciais e controladores, o governo, as autoridades monetárias, gestores, fornecedores, enfim todos aqueles que fazem parte do ambiente interno e externo da empresa. Cada um possui interesses específicos, por exemplo, os clientes voltam a atenção para o modo com que é produzido os produtos, isto é, se na sua produção envolve algum processo de degradação ambiental e se estão sendo oferecidos com boas condições.

A empresa interage com as células sociais exercendo influências favoráveis e desfavoráveis na esfera social, humana e ambiental. Então, os tipos de informações tratadas no balanço social alcançam várias informações contábeis (econômicas e sociais) para atender aos interessados.

No entanto, Balanço Social, na qualidade de ferramenta gerencial fornece à empresa informações valiosas para tomada de decisão e adoção de estratégias.

1.3 Objetivos do Balanço Social

Zarpelon (2006) diz que, Balanço Social, tem como foco demonstrar publicamente a intenção da organização, não somente a geração de lucros como um fim em si mesmo, mas o desempenho social, no qual é obtido através do compromisso e da responsabilidade com a sociedade, por meio da prestação de contas, e do seu desempenho sobre o uso e a apropriação de recursos que originalmente não lhe pertenciam. Também do ponto de vista da melhoria da imagem da organização, o Balanço Social é um mecanismo bastante utilizado.

1.4 História do Balanço Social Através dos Tempos

Determinar o ano exato do surgimento do Balanço Social, segundo Santos (2007), não é uma tarefa fácil. Sabe-se que é um instrumento já elaborado há algumas décadas nos Estados Unidos da América, Canadá e na Europa por países como Alemanha, Espanha, Inglaterra, França e Portugal. A formação da ideia de responsabilidade social foi introduzida no mundo dos negócios na década de 1930.

O referido autor afirma que o Balanço Social era publicado na Alemanha em 1939. Na América, só durante a década de 60 nos EUA, no tempo do governo de Nixon que relacionou à aplicação da responsabilidade social nas empresas. Então, foi a partir daí que surgiu a ideia das empresas informarem à sociedade da sua atuação em benefício dos stakeholders. Esse interesse ocorreu devido ao acontecimento da guerra do Vietnã que desencadeou na sociedade uma ação de hostilidade às empresas. Essa hostilidade repercutiu na rejeição aos produtos das empresas que financiavam a guerra e ao governo atual. Silva e Freire (2001, apud Santos 2004) enfatiza mais essa questão ao afirmar que organizações de sociedades civis disseminaram a ideia de que os armamentos bélicos prejudicavam o meio ambiente e impactavam negativamente na sobrevivência do homem. Então, as empresas envolvidas na guerra tiveram sua

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