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SAÚDE MENTAL E TRABALHO – CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DE MOTORISTAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

Por:   •  5/4/2018  •  1.458 Palavras (6 Páginas)  •  475 Visualizações

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Na busca para entender de forma mais ampla os fatores relacionados ao processo de trabalho que repercutem na saúde do corpo e da mente do trabalhador, dois aspectos devem ser analisados: cargas de trabalho e desgaste. As cargas de trabalho são elementos que se inter-relacionam em uma dinâmica que, na corporeidade humana, gera desgaste. O conceito de carga possibilita uma analise do processo de trabalho que extrai e sintetiza elementos da coletividade operária (Laurell&Noriega, 1989).

O desgaste é o resultado de processos adaptativos que acometem o trabalhador sendo entendido por Laurell & Noriega (1989) “como a perda da capacidade efetiva potencial, biológica e psíquica”, que não representa um processo isolado e sim um conjunto de processos biopsíquicos. O desgaste pode ser percebido através de indicadores como estresse, sinais e sintomas, perfil patológico, etc.

O processo saúde-doença dos grupos humanos e sua relação com o trabalhador se constituem o objeto do campo da saúde do trabalhador, dentro de um determinado contexto histórico, no qual o papel dos trabalhadores é fundamental para a produção de conhecimento a respeito desse processo. Desse modo, a saúde do trabalhador associada à compreensão do trabalho como espaço de submissão e dominação do mesmo pelo capital, como também, espaço de resistência e luta por melhores condições de vida e trabalho, busca entender o processo de adoecimento ao qual estão submetidos os trabalhadores (Laurell & Noriega, 1989).

A RELAÇÃO PSICODINÂMICA DO TRABALHO DOS MOTORISTAS DE TRANSPORTE PÚBLICO

As pessoas utilizam as vias públicas para passeio ou para se deslocar deliberadamente, levar os filhos à escola, se dirigir ao trabalho ou a universidade, além das que as utilizam como meio de exercer o seu trabalho. Entre os profissionais que atuam no trânsito, destacam-se os motoristas de transporte coletivo urbano. O trabalho destes profissionais consiste em fazer contínuos deslocamentos levando e trazendo pessoas aos destinos predeterminados. Possui um "macro" local de trabalho que é o trânsito, e um "micro", que é o ônibus. Por esta peculiar característica nenhum outro profissional sofre tanto as pressões do ambiente viário quanto os motoristas.

Hoffmann (2000) afirma que estas pressões têm origens externas e internas. Por pressões externas destacam-se as exigências do trânsito (ambiente), o respeito ao sistema convencional de normas (código), os limites de seu trabalho como, por exemplo, nível do tráfego, semáforos, congestionamentos, acidentes, além de condições adversas como o clima e o estado de conservação da pista. Por pressões internas destacam-se as condições ergonômicas do veículo: posição do motor, precariedade mecânica, além do ruído e das vibrações.

Os motoristas de ônibus estão submetidos às normas da empresa para a qual trabalham de forma peculiar, pois passam a maior parte da jornada de trabalho fora dos limites convencionais de uma empresa. Esse aspecto geralmente implica em atribuição de normas rígidas de fiscalização no que diz respeito ao cumprimento de horários (independente das pressões externas e internas), cuidados com o veículo (dado que são responsáveis por qualquer dano ao mesmo), diversidade dos comportamentos dos passageiros (pressão interna), falta de segurança, acumulo de funções, além da responsabilidade que têm sobre a vida das pessoas que conduzem durante horas diárias.

O conhecimento das condições de saúde e de trabalho e as possíveis mudanças podem trazer como principal consequência à reestruturação das atividades exercidas na rotina do motorista, implicando diretamente nas condições de trabalho a que está submetido este profissional.

Desta forma, volta-se ao foco de estudo desta pesquisa, que esta centrada na relação entre saúde mental e trabalho, na realidade dos motoristas de transporte público urbano, que envolve uma série de fatores, normas, exigências, sobrecargas físicas e psíquicas, nem sempre em boas condições de trabalho e num ambiente de incertezas como possibilidade de imprevistos e situações inesperadas que exigem muito desses profissionais. Portanto, o presente deseja compreender melhor os vieses e verificar como esses profissionais têm enfrentado essas situações de trabalho.

- MÉTODO

- CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória, descritiva que possibilitou acessar a subjetividade e a realidade de trabalho dos motoristas de transporte público urbano e a relação dessa atividade com a saúde mental desses profissionais, assim também como o enfrentamento ao contexto da insegurança e acumulo de funções no trabalho.

A pesquisa foi realizada junto aos funcionários de uma empresa de transporte público da cidade de Campina grande – PB, contemplando o método qualitativo, uma vez que permite a percepção dos significados do fenômeno social segundo a ótica dos sujeitos pesquisados, possibilitando obter uma maior aproximação com o que se deseja estudar partindo de uma situação real.

Assim, para se alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa ficou organizada em três etapas empíricas: 1) análise documental para obter informações referentes a levantamentos pertinentes à profissão; 2) questionários e entrevistas com os motoristas; 3) observação do processo de trabalho; 4) observação de uma empresa de transporte coletivo;

- REFERÊNCIAS

HOFFMANN,

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