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Paradigmas

Por:   •  4/1/2018  •  3.380 Palavras (14 Páginas)  •  365 Visualizações

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ao paradigma em lugar de reconhecer que eram exceções às regras. E em casos extremos Kuhn descobriu que os cientistas, literalmente, fisiologicamente, eram incapazes de perceber os dados inesperados. Para qualquer propósito prático aqueles dados eram invisíveis. Colocados em termos genéricos os paradigmas filtram a experiência que chega. Estamos vendo o mundo através de nossos paradigmas o tempo todo. Constantemente selecionamos do mundo aqueles dados que se ajustam melhor a nossas regras e regulamentos e tentamos ignorar o resto. Como resultado, o que pode ser perfeitamente óbvio para uma pessoa com um paradigma, pode ser totalmente imperceptível para alguém com o paradigma diferente. Eu chamo este fenômeno de efeito paradigma. E eu já vi muitas vezes que o que Kuhn descreve para cientistas se aplica a qualquer um que tenha sólidas regras e regulamentos em sua vida. E quem não os tem! Trabalhando com empresas em todo o mundo, já vi este efeito paradigma cegar empresários para novas oportunidades, fazer vendedores não verem novos mercados, obstruir estratégias eficazes à gerência e isto é capaz de cegar todos e qualquer um de nós a soluções criativas para problemas difíceis. Seja no exército ou no movimento ecológico, a Associação Médica Brasileira ou a Liga das Mulheres Cristãs, seja o City Bank ou a IBM, o jeito que o treinador chuta a bola ou que mamãe limpa a cozinha, lidamos com paradigmas todo o tempo. E eu acredito que são nossas regras e regulamentos que nos impedem de acertar ao prever o futuro, porque nós tentamos descobrir o futuro procurando por ele com nossos velhos paradigmas (...) Exemplos concretos de como os paradigmas influenciam no nosso modo de vermos o mundo: Exemplo das cartas de baralho (...) e outros (... ) Há uma verdade profunda e crucial escondida atrás de todos os exemplos de paradigmas que mostrei. Eu a chamo de regra de volta a zero e se não se lembrarem de mais nada, lembrem-se disto: quando um paradigma muda, todo o mundo volta a zero. E não importa o tamanho de sua fatia de mercado ou como é a sua reputação, ou como você é bom com o velho paradigma. Com o novo, você volta para o zero. Seu sucesso passado não garante nada. Bom, podem achar que estou exagerando, então deixem-me ilustrar. Que nação dominava o mundo da relojoaria em 1968? É claro, a Suíça! Renomada por mais de cem anos de sua experiência em relojoaria. Em 1968 eles detinham 65% do mercado mundial e segundo estimativas confiáveis mais de 80% dos lucros. Isso é dominar o mercado! Mas 10 anos depois, a fatia de mercado havia mergulhado abaixo de 10% e nos três anos seguintes tiveram que demitir 50.000 dos seus 65.000 relojoeiros. Hoje, que nação domina a relojoaria no mundo? Japão. Em 1968 eles não tinham virtualmente nenhum mercado. Como puderam os suíços, que dominaram a indústria dos relógios durante o século XX inteiro, que eram famosos pela sua excelência e inovação de seus produtos ser tão rapidamente derrotados? A resposta é dolorosamente simples, eles voltaram a zero com a mudança de paradigma. Muitos estão usando esse novo paradigma em seus pulsos agora: o relógio movido a quartzo. Pensem bem: totalmente eletrônico, mil vezes mais preciso do que os relógios mecânicos que substituiu, movido a bateria, incrivelmente versátil, ele merece ser o novo paradigma de marcação do tempo. Uma ideia tão brilhante! E gostariam de saber quem inventou este relógio maravilhoso? Alguns de vocês sabem a resposta, mas os que não sabem vão ter uma surpresa! O relógio a quartzo foi inventado pelos próprios suíços, em seus laboratórios de pesquisa. Mas quando os pesquisadores apresentaram essa ideia aos fabricantes de relógios suíços em 1967, ela foi rejeitada. Afinal ele não tinha nenhum mancal, não tinha engrenagens e nem tinha mola mestra, nunca poderia ser o futuro dos relógios! Tanta confiança os fabricante tinham nesta conclusão que nem patentearam a ideia. Assim, mais tarde, naquele ano os pesquisadores mostraram o relógio ao mundo no congresso anual de relojoaria. A Texas Instrumentos da América e a Seiko do Japão foram lá, deram uma olhada e o resto é história. Bom e por que os suíços não perceberam esta fantástica invenção que sua própria gente havia criado? É a força dos paradigmas de novo. Eles ficaram ofuscados com o sucesso do seu velho paradigma e de todos os seus investimentos nele e, quando confrontados com mundo totalmente novo e diferente de continuar o seu sucesso futuro adentro, eles o rejeitaram, porque ele não se ajustava às regras em que eles já eram tão bons. Mas não se esqueçam de

que esta história não é só sobre suíços. E uma história sobre qualquer um, qualquer organização, qualquer nação que suponha que o que teve sucesso no passado, terá de continuar para ter sucesso no futuro. Deixe-me lembrá-los novamente: quando o paradigma muda, todo o mundo volta a zero. Seu passado não garante nada no futuro se as regras mudarem. Nem mesmo os melhores relojoeiros do mundo podem parar o tempo. De fato, se não tomar cuidado, seu passado glorioso bloqueará sua visão do futuro. E é por isso que é preciso desenvolver uma abertura para novas ideias, uma disposição para explorar modos diferentes de fazer coisas, porque somente com esse tipo de tolerância você pode manter abertas suas portas para o futuro. Eu poderia lhes dar mais e mais exemplos, tenho mais de 350 nos meus arquivos, o que importa aqui é: paradigmas afetam dramaticamente nosso discernimento e nossa tomada de decisões, influenciando nossas percepções. E ficou claro pra mim que, se quisermos tomar boas decisões para o futuro, prever o futuro acertadamente, precisamos ser capazes de identificar nossos paradigmas atuais e estar prontos para ir além deles. Vejam: o paradigma é uma faca de dois gumes, quando você o usa de um jeito ele corta as informações que concordam com ele em detalhes muito finos e precisos; mas quando o usa de outro jeito, ele isola você dos dados que contrariam o paradigma. Você vê melhor o que se supõe que veja, exatamente como os suíços, e você vê mal ou nem percebe os dados que não se encaixam no paradigma. Deixem-me compartilhar com vocês algumas observações básicas sobre paradigmas:  I. Paradigmas são comuns, nós os temos em quase todos os aspectos da vida, seja profissional ou pessoal, espiritual ou social.  2. Paradigmas são úteis, vocês podem achar que eu não goste de paradigmas por tudo o que eu disse deles, mas não é o caso. De fato eles nos mostram o que é importante e o que não é, eles nos ajudam a achar problemas importantes e então continuam para nos dar regras sobre como resolver esses problemas. Concentram nossa atenção e isso é bom!  3. Às vezes o seu paradigma pode se tornar "o paradigma", o único modo de fazer uma coisa e, quando

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