Organizações em tempo de mudanças
Por: eduardamaia17 • 11/10/2018 • 2.480 Palavras (10 Páginas) • 246 Visualizações
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3.2 Direitos trabalhistas e empresariais
Segundo o historiador Mario Schmidt, “antes da Revolução Industrial, menos de 10% da população europeia vivia nas cidades" (2005, p. 112). Havia poucas indústrias em toda a Europa Ocidental e a maioria dos produtos manufaturados era feita em casas situadas nas zonas rurais. Os trabalhadores e lavradores não tinham voz ativa no governo. Em muitos países, não havia nem mesmo eleições. A situação nas pequenas e novas indústrias que surgiam não era fácil para os operários. Conforme Schmidt relata, “os salários eram baixíssimos, a jornada de trabalho podia alcançar 14 ou 16 horas por dia e não havia direito a férias. As fábricas eram imundas e barulhentas. Os patrões, muito autoritários, humilhavam os empregados” (op. cit.). Quase todas as fábricas do começo do século XX empregavam crianças. Enquanto isso, os burgueses continuavam enriquecendo.
Segundo Nascimento (2010, p. 38/39) assevera: “A imposição de condições de trabalho pelo empregador, a exigência de excessivas jornadas de trabalho, a exploração de mulheres e menores, que eram a mão de obra mais barata, os acidentes com os trabalhadores no desempenho das suas atividades e a insegurança quanto ao futuro e aos momentos nos quais fisicamente não tivessem condições de trabalhar foram as constantes da nova era no meio proletário, às quais podem-se acrescentar também os baixos salários.”
Os operários, desprovidos de equipamento de segurança, sofriam com constantes explosões e mutilações e não recebiam nenhum suporte de assistência médica, nem seguridade social.
Os trabalhadores logo perceberam a necessidade de se unir e lutar por seus direitos. Assim, iniciou-se as lutas operárias. É neste cenário que nasce o Direito do Trabalho, como consequência das razões política e econômica da Revolução Francesa e a Revolução Industrial, respectivamente. Graças aos movimentos, os operários conseguiram uma série de vitórias como a redução da jornada de trabalho para dez horas, a proteção ao trabalho de mulheres e crianças, a reforma do código penal e a regulamentação das associações políticas. Com o passar dos tempos diversas Constituições Federais agregaram em seus regimentos, normas de cunho trabalhista. Em 1948, surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, prevendo alguns direitos aos trabalhadores, como limitação de trabalho, férias remuneradas periódicas, repouso semanal e etc. A OIT é caracterizada como a primeira constituição mundial a proteger o direito dos trabalhadores.
Assim cada país foi conquistando seus direitos trabalhistas, houve inúmeros avanços na sociedade atual. São muitas as transformações em curso neste século. O ambiente de trabalho saudável, seguro e sustentável está remodelando o Direito do Trabalho e revisitando conceitos tradicionais de cidadania, com novos contornos de responsabilidade a todos os atores envolvidos.
3.3 Responsabilidade socioambiental
Durante décadas as empresas exploraram os recursos naturais de forma desenfreada diante de uma economia voltada ao consumo em excesso. Quando as primeiras indústrias surgiram, os problemas ambientais eram de pequena dimensão, pois a população era pouco concentrada e a produção era de baixa escala. As exigências ambientais eram mínimas e o símbolo do progresso, veiculada nas propagandas de algumas indústrias, era a fumaça saindo das chaminés.
Carvalho (2003, p. 67) defende que: O dinamismo da civilização industrial introduziu radicais mudanças no Meio Ambiente físico. Essas transformações implicaram a formação de novos conceitos sobre o ambiente e o seu uso. A Revolução Industrial, que teve início no século XVIII, alicerçou-se, até as primeiras décadas do último século, nos três fatores básicos da produção: a natureza, o capital e o trabalho. Porém, desde meados do século XX, um novo, dinâmico e revolucionário fator foi acrescentado: a tecnologia. Esse elemento novo provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos fatores resultantes do processo industrial. Passou-se a gerar bens industriais numa quantidade e numa brevidade de tempo antes impensáveis. Tal circunstância, naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental.
O ápice da luta ambiental se deu por volta dos anos 70 quando organizações não governamentais ganharam força e influência no mundo.
Com a internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos naturais pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, ou seja, sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente combatida desde a década de 1970 pelos movimentos ambientalistas. As empresas, no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial (preocupado com a preservação e o possível esgotamento dos recursos naturais), procuraram se adaptar a essa nova tendência com programas de preservação ambiental - utilização consciente dos recursos naturais. Muitas buscam seguir as regras de qualidade idealizadas pelo programa ISO 14000 e pelo Instituto Ethos. A Série ISO 14000 é composta por várias normas:
-ISO 14001: trata do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), sendo direcionada à certificação por terceiras partes.
-ISO 14004: trata do Sistema de Gestão Ambiental, sendo destinada ao uso interno da Empresa, ou seja, corresponde ao suporte da gestão ambiental.
-ISO 14010: são normas sobre as Auditorias Ambientais. São elas que asseguram credibilidade a todo processo de certificação ambiental, visando as auditorias de terceiras partes, nas quais se verificam os compromissos estabelecidos pela empresa em seu Sistema de Gestão Ambiental.
-ISO 14031: são normas sobre Desempenho Ambiental, que estabelecem as diretrizes para medição, análise e definição do desempenho ambiental de uma organização, a fim de assegurar o SGA.
-ISO 14020: são normas sobre Rotulagem Ambiental, estabelecendo orientações para a expressão das características ambientais dos produtos das empresas, de forma que os rótulos ressaltem as características ambientais do produto.
-ISO 14040: são normas sobre a Análise do Ciclo de Vida, estabelecendo as interações entre as atividades produtivas e o meio ambiente. Analisa o impacto causado pelos produtos, processos e serviços relacionados desde a extração dos recursos naturais até a disposição final.
-Guia ISO 64: corresponde a norma sobre Aspectos Ambientais no Produtos, destinando-se àqueles que elaboram
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