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MULHER E O MERCADO DE TRABALHO: A LUTA PELO SEU ESPAÇO DO COMEÇO DO SÉCULO XX ATÉ A ATUALIDADE.

Por:   •  15/11/2018  •  2.965 Palavras (12 Páginas)  •  373 Visualizações

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4.2. Embasamento Teórico

Segundo os historiadores, sistemas matriarcais podem ter existido na Idade do Bronze (cerca de 3000 a.C. a 700 a.C.), em Micenas ou Creta. No entanto, nas antigas sociedades mediterrâneas mais conhecidas, como a da Grécia clássica (séculos 5 e 4 a.C.) ou as do período helenístico (séculos 3 a 1 a.C.), a mulher vivia uma condição legal limitada e sem direitos políticos. Houve uma divisão sexual, onde a mulher era marcada pela capacidade reprodutora e cuidadora, enquanto o homem representava um papel associado à ideia de autoridade, chefe da família.

Em geral, porém, a mulher dependia do pai e do marido e sua ação se restringia ao âmbito da casa. Os casamentos eram arranjados entre o noivo, ou o pai deste, e o pai da noiva. As viúvas e seus bens passavam para os cuidados do parente mais próximo na linha de sucessão e estes, se quisessem, podiam tomá-las como esposas.

Conforme citado por (OLIVIERI 2007)

[...] só se pode falar em reivindicação dos direitos da mulher a partir do século 18, com o advento do Iluminismo e da Revolução Francesa. Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1759-1797). Esta última escreveu o livro "Em Defesa dos Direitos das Mulheres". No século 19, no contexto da Revolução Industrial, o número de mulheres empregadas aumentou significativamente. Foi a partir desse momento, também, que as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto realizou-se a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de março. A data e o número de mortes, porém, são controversos: o incêndio teria ocorrido numa greve de 25 de março de 1911 e seriam 140 as sua vítimas (26 homens).

A participação da mulher no mercado de trabalho teve início com as I e II Guerras Mundiais. Os homens iam para as batalhas e as mulheres assumiam os negócios da família, consequentemente a posição de seus maridos no mercado. Quando a guerra acabou, muitos homens haviam morrido, e os que sobreviveram, ficaram impossibilitados de trabalhar, pois tinham sido mutilados. Dessa forma, houve a necessidade de as mulheres deixarem suas casas e filhos para passarem a fazer o trabalho que antes era realizado pelos homens. (PROBST, 2003, p.1)

Foi devido à necessidade de sustentar a família, pós Guerra, que as mulheres começaram a fazer parte do mundo do trabalho. Porém, seus trabalhos não tinham valor e eram menos prezados pela sociedade:

[...] As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisam se virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram mal vistas pela sociedade. (PROBST, 2003, p.1).

Desta maneira, as mulheres começaram a participar do mercado de trabalho, de modo informal e muito timidamente iniciaram a sua produção.

Junto com as conquistas das mulheres em seus espaços na força de trabalho, vieram também alguns benefícios, que apesar de algumas falhas no cumprimento destes, foram de grande valia, pois se tratavam de um início de grandes vitórias que ainda estavam por vir:

[...] algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”. Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo. (PROBST, 2003, p.1).

Após conquistarem alguns apoios e receberem incentivos, a mão de obra feminina ganhou mais força no mercado e pouco a pouco as mulheres ganham fatias de espaços no mundo todo.

As mulheres passaram a conquistar espaço significativo no mercado de trabalho, deixando barreiras para trás e abrindo mão de seu papel de esposas, mães e donas de casa.

A partir dos anos 80, ocorreram alguns fatos inovadores. As mulheres começaram a conquistar melhores empregos, ocupações e acesso a profissões de nível superior por mulheres escolarizadas, entre outras coisas. (BRUSCHINI E PUPPIN, 1994, p.2)

A rapidez da inserção da mulher no mercado de trabalho e sua crescente participação nesse contexto merecem reflexões e discussões sobre o assunto.

Essa expansão da participação da mulher no cenário econômico, não se explica apenas por ser, a mulher, uma renda complementar da família, vai além disso. Acontecem grandes mudanças sociais que envolvem transformações nas expectativas de vida pessoal, nas relações familiares, auto realização, independência financeira, entre outras coisas. O que ocorre no cenário mundial é uma mudança social. Algumas explicações para essa grande participação feminina no mercado se devem ao fato da emancipação da mulher, independência financeira, desemprego e necessidade de complementar a renda familiar. (GOMES, SANTANA e SILVA, 2005, p.5)

Atualmente, persistem muitos preconceitos contra o sexo feminino, dificultando assim, a carreira profissional. Dessa forma, terão ainda que lutar muito por direitos iguais, principalmente no que diz respeito a salários:

[...] a inserção da mulher no mundo do trabalho vem sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação, não só no que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no informal do mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial entre homens e mulheres. (PROBST, 2003, p.2).

Não há duvidas que o maior desafio feminino seja a conquista pela igualdade salarial.

Segundo Gomes, a diferença salarial, a dupla jornada e o pouco espaço nas decisões são os maiores desafios encontrados pelas mulheres:

[...] Muitos problemas foram e ainda são enfrentados pelas mulheres na inserção no mercado de trabalho. Entre eles, vale ressaltar os salários menores em Relação ao dos

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