LOGÍSTICA REVERSA E GESTÃO AMBIENTAL NO CENÁRIO ATUAL

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“Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é a dificuldade de disposição de lixo urbano” (LEITE, p. 20, 2003).

Este problema se torna visível para a sociedade em locais abandonados, aterros sanitários, em lixões entre outros. As empresas e governos têm acompanhado este crescimento de sensibilidade ecológica tanto de forma reativa ou proativa com vários tipos de estratégias visando diminuir os efeitos dos variados tipos de impacto ao meio ambiente e com isso protegendo a sociedade e os seus interesses próprios.

A medida que as matérias-primas se tornam mais caras, os canais reversos são economicamente viáveis, pois, do ponto de vista da logística, o ciclo de vida de um produto não se encerra coma entrega de um produto ao cliente. Produtos danificados (por qualquer motivo), obsoletos ou com problemas de funcionamento precisam retornar ao ponto de origem para serem reciclados, reaproveitados ou descartados (RAZZOLINI, p. 90, 2013).

Segundo Leite (2003), a logística reversa traz oportunidades econômicas procedentes através do reaproveitamento, da reutilização, dos processos, de reciclagem entre outros, e com a preservação ecológica as empresas se esforçam e defendem a sua imagem corporativa já a sociedade em geral, se defendem através das legislações e regulamentação especifica. Os governantes se utilizam destas preocupações para seus interesses públicos e as empresas utilizam como forma de estratégias para seus produtos e serviços, eles posicionam-se verdadeiramente ou enganosamente no mercado com vantagens competitivas que estão ligadas aos aspectos ecológicos.

Existem algumas condições que são necessárias para a reintegração ao ciclo produtivo dos bens descartados, para a reciclagem, para aplicações, etc. Porém não é sempre que se têm condições necessárias para completar este ciclo, como por exemplo, baixa disponibilidade do produto de pós-consumo devido à dificuldade de captação que impedem escalas econômicas de atividade, em outros casos é devido ao mercado com poucos compradores em relação a matéria prima secundaria e isso acaba desencorajando o investimento verticalizado e dificulta o desenvolvimento de uma logística adequada para novas aplicações para os materiais reciclados.

Os diversos fluxos de operações e logísticas

Tanto em questões legais como econômica, para ter um melhor funcionamento dos sistemas logísticos, existe a necessidade de canais reversos, Razzolini (2003) afirma que é possível caracterizar as principais famílias de fluxos de operação logística tanto pela direção, como pelo fluxo envolvido conforme figura a seguir:

Figura 1: fluxo de operações logísticas

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Adaptado pela equipe

Inicia-se a partir da concepção de novos produtos, passa pelo processo de procurement, que implica em comprar as matérias-primas que são mais adequadas ao processo produtivo, em seguida passa para produção, continua com a distribuição física ao mercado, nesta fase é necessário o suporte de pós-venda onde a logística reversa que se inicia com a coleta e a recuperação dos produtos, passando pela renovação até eliminar os restos que não pode ser renovado ou recuperado.

Em função desse ciclo e em virtude da diminuição desse ciclo de vida dos produtos, não importa por quais fatores (tecnológicos, novos modelos, moda, necessidade de status etc). a velocidade e o volume de produtos descartados que precisam ser recuperados aumentaram. Da mesma forma, aumentando o número de produtos destinados a novos ciclos de negócios ou, ainda, para destinação final em depósitos de lixo(RAZZOLINI, p. 90, 2013).

Para o autor Razzolini (2013), o que justifica a ênfase que é dada na logística reversa junto as questões de meio ambiente, é que, nos dias atuais as pessoas estão pensando mais no que vão consumir e como vão consumir, estão modificando seus hábitos porque estão percebendo a necessidade de mudança para a consequente preservação do planeta. Para isso os indivíduos repensam a forma de consumir, as condutas, como por exemplo, a reutilização dos produtos e embalagens até o final da vida útil de cada um, no cuidado com o destino final dos resíduos.

“No entanto, não podemos nos enganar – Sem uma participação efetiva das organizações empresariais e públicas, não será possível modificarmos o quadro atual e, consequentemente, os efeitos serão danosos para toda a vida no planeta”(RAZZOLINI, p. 118, 2013).

Para o autor Razzolini (2013) é fato que apenas os consumidores não conseguem promover grandes mudanças no meio ambiente, pois, os principais responsáveis pela poluição são as indústrias, ou seja, os provedores dos produtos que os consumidores adquirem.

São vários os produtos que ocorrem mudanças dentro deste cenário, como por exemplo, os automóveis que são inseridos no mercado para satisfazer os clientes, nos variados tipos de lâmpadas que são utilizadas nos ambientes domésticos, nas roupas, nos papeis, etc.

É muito importante que as organizações tenham o comprometimento em reduzir estes impactos ambientais. “Se os consumidores mudam, as organizações reagem, oferecendo a eles o que desejam” (RAZZOLINI, p. 119, 2013).

Nos processos de produção tem um reflexo direto que impacta o meio ambiente, como por exemplo, o consumo de energia, é importante que o consumo seja mais consciente, as organizações podem adotar os conceitos de logística reversa e consumo reduzido que consequentemente reduzirá a demanda de energética.

“Assim, havendo uma maior consciência empresarial e individual no sentido de modificar padrões de consumo, certamente isso gerará um ciclo virtuoso, beneficiando a todos os envolvidos” (RAZZOLINI, p. 119, 2013).

Logística reversa na pratica

O autor Leite (2003) cita como exemplo prático de logística reversa a empresa McDonald’s, que assinou um contrato formal com uma organização de defesa do meio ambiente para a solução dos problemas relativos à embalagem de seus produtos. Outro exemplo também é a empresa Wal-Mart o maior varejista do mundo, esta empresa encoraja compras de fornecedores que tenham produtos “amigáveis” em relação ao meio ambiente. Estée Lauder Companies, Inc., é uma importante produtora de produtos cosméticos e também exemplo de logística reversa, a empresa costumava fazer descarte de 60 milhões de dólares de produtos que retornavam