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LIDERANÇA VIP UMA LIDERANÇA PARA O SÉCULO XXI

Por:   •  20/12/2017  •  13.964 Palavras (56 Páginas)  •  404 Visualizações

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Desta forma, articulei o meu trabalho em quatro capítulos. No primeiro, faço uma caraterização do ambiente do século XXI, de forma a compreender-se porque se exigem novas lideranças. No segundo e terceiro capítulo, apresento, respetivamente, os fundamentos da liderança tipo VIP e a ação do Papa Francisco ao longo do seu pontificado, identificando evidências ou não dos fundamentos da liderança VIP. Por último, no quarto capítulo, concluo se a liderança do Papa Francisco é ou não, uma liderança do tipo VIP, Via Pastoril.

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As características do Século XXI

Desde os primórdios da história da humanidade e nas diferentes organizações que o homem criou para viver em sociedade (cidades estado, nações, reinos, impérios, religiões, empresas, etc...) é possível identificar líderes. Lideres, que foram amados, odiados, detestados, temidos, respeitados, bondosos, autocráticos, autoritários, democratas, servis, virtuosos, inteligentes, visionários, astutos e muitos outros adjetivos poderiam ser mencionados. Porém, e sem um estudo muito apurado, é possível dizer que cada uma destas caraterísticas se encontra associado a um tipo de liderança que foi necessário desenvolver em cada momento da história para liderar as pessoas que constituíam as organizações desse tempo. Organizações que foram sendo diferentes, exigindo lideranças distintas, pois as pessoas, fruto da forma como se relacionam e dos meios que dispõem para viver e trabalhar, também foram sendo diferentes. Isto é, em cada momento da história da humanidade os desafios colocados ao homem tem variado, verificando-se que as melhores lideranças em cada um dos tempos foram aqueles que melhor compreenderam os cenários onde se desenvolviam, bem como as organizações e as pessoas que tinham de liderar. Assim, pode-se dizer que cada momento da história da humanidade necessitou de uma liderança diferente, a qual se encontrava associada á forma como a sociedade se organizava e vivia, bem como aos valores que praticava.

O mesmo se vai passar no futuro, pelo que é necessário, a fim de definir o tipo de liderança para o século XXI, compreender a arena onde os líderes do século XXI terão de labutar, isto é, temos de estudar o ambiente do século XXI, por forma a definir e compreender quais as caraterísticas essenciais do líder do século XXI. Pois, para um piloto de motocross são exigidas caraterísticas bem diferentes das de um piloto de pista, visto que as arenas onde têm de atuar e as máquinas que têm de tripular são distintas. O mesmo se passa com as lideranças, pelo que os líderes do século XXI terão de possuir qualidades distintas dos líderes que se evidenciaram nos séculos passados, pois, como a seguir se demonstra, o século XXI será muito diferente de qualquer um dos seus antecessores. Será um século de grande volatilidade e imprevisibilidade, que se carateriza por uma grande incerteza e complexidade, em que no meio de tanta incerteza só há uma certeza, é que nada será como dantes. Seja no que respeita a processos, procedimentos ou lideranças.

Pois, avanços tecnológicos, inimagináveis há bem pouco tempo, tem feito com que as mudanças econômicas, políticas e sociais aconteçam cada vez com mais velocidade, fazendo com que as transformações sejam cada vez mais rápidas e radicais, provocando desorientação na sociedade. Na verdade, a Segunda Guerra Mundial produziu o mundo no qual as atuais gerações tiveram o privilégio de nascer e crescer, sepultando, definitivamente, os últimos traços remanescentes da sociedade do século XIX e produzindo as características de diferenciação da sociedade do século XX: uma sociedade predominantemente urbana e industrial. No entanto, a partir da década de 80, a crise da sociedade do pós-guerra começou a manifestar-se, iniciando-se, com isso, um torvelinho de mudanças que nos projeta para dentro do século XXI. Século XXI que se carateriza pela proliferação do conhecimento, o qual potencia a inovação, que por sua vez impulsiona a competição econômica global, que resulta na pesquisa e desenvolvimento constante de novas tecnologias.

Um dos fatores determinante de todo esse processo foi o desenvolvimento de novas tecnologias a partir da eletrônica e da cibernética e a sua aplicação à microinformática, a qual rompeu com princípios que há milhares de anos regiam o tratamento da informação nas sociedades humanas e que assentava numa estrutura piramidal. Estrutura piramidal que se baseava em modelos rígidos de tratamento e de acesso à informação, com base em estruturas de poder altamente verticalizadas, com o fim de concentrar a informação nas mãos de uns poucos, que eram os detentores dos meios que permitiam que só eles exercessem o poder.

Porém, no século XXI, fomos postos perante um fato inédito na humanidade. Ou seja, o desenvolvimento da microinformática, conjugado com as técnicas de interconectividade, permitiram a implantação de sistemas em rede, que proporcionaram uma circulação sem precedentes da informação. Isto é, a partir das novas tecnologias, qualquer pessoa, situada em qualquer longitude ou latitude, passou a ter acesso a meios de comunicação interativos, e, através deles, chegar a bancos de dados localizados em qualquer lugar do planeta, apropriando-se de informação em quantidade e qualidade absolutamente impensáveis há bem pouco tempo. Isto significa que, qualquer pessoa poderá dispor, em tempo real, do mesmo volume de informação que no século passado estava exclusivamente à disposição de poucos. Este fato, associado à possibilidade da portabilidade da informação e a uma maior interatividade, criou possibilidades inteiramente novas, que romperam definitivamente com o modelo piramidal tradicional, pois, cada indivíduo fica com a possibilidade de acesso a um grande manancial de informação, ganhando a possibilidade concreta de exercer um papel ativo através da sua utilização.

Desta forma, a estrutura das novas organizações tende, cada vez mais, assemelhar-se à de uma rede, afastando-se do modelo piramidal, com as consequências que daí resultam para as lideranças. Pois, enquanto a estrutura piramidal tem um corpo maciço, compacto, com o núcleo de poder situado no seu topo, a estrutura de rede tende a ser virtual, parecendo, ter um centro vazio, que não ocupa espaço e que é constituído pela intensidade das interações existentes na totalidade da rede. As organizações que se estruturam segundo este modelo, apresentam uma arquitetura de poder bastante diluída, que se encontra definida pelo direcionamento da informação, ou seja: onde houver maior volume e tráfego de informação, aí estará o poder.

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