Analise das demonstrações financeiras
Por: Jose.Nascimento • 1/11/2018 • 1.651 Palavras (7 Páginas) • 249 Visualizações
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As agências nacionais e internacionais de “rating”:
São empresas contratadas para emissão de um rating (classificação de risco).
As três maiores empresas são a Standard & Poor, a Moody e a Fitch IBCA. A Moody e a Standard & Poor são norte-americanas, enquanto a Fitch IBCA resultou da fusão da IBCA, do Reino Unido, com a Fitch Investors Service de New York.
O serviço de rating fornece vantagens para vários grupos de interessados.
Para uma empresa ou um banco emissor de títulos ou tomador de recursos no mercado, o rating fornece ao investidor ou ao credor uma avaliação independente e externa dos riscos de sua empresa, ao mesmo tempo em que possibilita expansão do universo de investidores e fornecedores de fundos.
Para o investidor ou fornecedor de fundos (credor), o rating fornece uma medida objetiva de avaliação de risco e propicia subsídios para definição do retorno desejado.
Fornece também parâmetros homogêneos na classificação do risco de empresas ou bancos diferentes. Possibilita maior liquidez no mercado secundário de títulos. Os custos relativos aos serviços de rating são pagos pelo emitente ou tomador de recursos, que é quem contrata a empresa especializada para a prestação dos serviços. Por outro lado, há agências que desenvolvem análise financeira (incluindo a classificação de risco) e vendem seus relatórios às empresas que vão conceder crédito.
Veracidade das informações contábeis:
Muitas vezes as pessoas argumentam que as demonstrações contábeis não refletem a real situação da empresa. Há um processo de conscientização da classe de contabilistas no sentido de que as demonstrações contábeis passem a refletir as reais situações das empresas.
Mesmo em países desenvolvidos, ocorrem situações de fraudes e de apresentação de demonstrações contábeis que não correspondem à realidade das respectivas empresas. Algumas empresas alegam que a carga tributária é muito pesada e isso as "obriga" a venderem sem a emissão de notas fiscais, incorrendo no risco fiscal. Os mecanismos da Receita Federal (e de alguns Estados e Municípios) que usam a tecnologia da informação no cruzamento de informações formam uma grande cerca à sonegação.
Cabe lembrar que o fisco é um dos credores com preferência no recebimento e isto torna ainda mais crítica a situação dos devedores ou sonegadores de tributos. O analista e o gestor de crédito, de modo geral, devem estar cientes da possibilidade de demonstrações financeiras de má qualidade e devem buscar a identificação dos pontos em que, frequentemente, ocorrem as adulterações, ao mesmo tempo em que deverão ser criteriosos no uso desses demonstrativos, selecionando as rubricas que devem merecer maior atenção.
Seguramente, os bancos com os quais a empresa opera muitas vezes dispõem de informações (por exemplo, saldos bancários, aplicações, títulos em cobrança) que possibilitam ter uma ideia da magnitude dos negócios da empresa, porém tal ideia não é suficientemente clara para possibilitar avaliação dos ativos, passivos e resultado de forma completa e integrado.
Adicionalmente, informações não oficiais são sempre perigosas, devido ao fato de não existir documentação competente para comprovação das mesmas.
Por outro lado, mesmo os dados contábeis tratados de acordo com as técnicas contábeis podem não retratar com fidelidade a real situação da empresa, quanto ao efetivo valor dos ativos, passivos, receitas, custos e despesas.
Apesar da utilidade e importância das informações de origem contábil, precisamos ter consciência de que os Princípios Fundamentais de Contabilidade não são suficientemente fortes para tornar a contabilidade uma disciplina precisa segundo nosso desejo.
Resistência em prestar informações:
Há resistência por parte de alguns empresários em prestar informações sobre os negócios de suas empresas. Isso requer do analista muita habilidade e sinceridade para inspirar confiança em seu interlocutor e obter as informações necessárias para concluir seu trabalho.
É preciso, adicionalmente, que os credores tornem claro para o cliente comprador ou tomador de recursos que a manutenção de um cadastro atualizado facilita a tomada de decisão de crédito por parte de quem analisa. O credor precisa conhecer as informações sobre o cliente para tornar a decisão de mais segura.
Considerações gerais:
Conhecendo as limitações comentadas, bem como diversas outras que possam surgir, o analista está municiado para tornar as precauções necessárias ao aprimoramento de seu trabalho, que certamente será de grande utilidade no dimensionamento do risco da empresa analisada.
Por outro lado, as limitações das informações contábeis não são suficientes para eliminar sua utilidade.
O analista deverá buscar esclarecimentos junto à empresa para os demais fatores relevantes, mesmo que sejam indicadores não financeiros.
Parece-nos fundamental uma visita planejada à empresa que está sendo analisada, visando complementar o entendimento do analista sobre a mesma.
A análise restrita aos números contábeis da empresa deve ser entendida como uma visão do passado.
Analisar apenas os índices financeiros, por exemplo, não possibilita conhecer adequadamente o grau de tecnologia em que se encontra a empresa, nem seu ambiente competitivo, nem diversos fatores já citados.
*Questões para resolução,
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