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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O RETORNO ESPERADO E AS MEDIDAS DE DESEMPENHO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO

Por:   •  14/5/2018  •  5.321 Palavras (22 Páginas)  •  366 Visualizações

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Quando se afirma que o mercado é eficiente, quer-se dizer que quando as empresas venderem suas ações, elas receberão o valor exato que suas ações realmente valem, e os investidores, por sua vez, receberão somente aquilo que pagaram para obtê-las, tornando a diferença entre o valor de mercado do ativo e o seu custo nula. O que torna, portanto, esse mercado eficiente é a competição que se gera entre os investidores (ROSS et al., 1995).

Assaf Neto (2008) destacou algumas hipóteses importantes nessa teoria, como:

- Os preços das negociações não poderiam ser influenciados por qualquer participante delas;

- O investidor possui um perfil racional, ou seja, procurará diminuir o risco, dado o retorno que desejam obter, ou buscará aumentar o retorno relacionado ao nível de risco desejado;

- Não existirão investidores com acesso privilegiado a informações, uma vez que elas serão disponibilizadas instantaneamente e de forma gratuita para todos que participam;

- São disponibilizadas aos investidores diversas fontes de crédito, dando, assim, inexistência ao racionamento de capital;

- Não há restrições às negociações dos ativos dentro desse mercado;

- As expectativas dos investidores quanto ao desempenho do mercado em tempos futuros se mostrarão homogêneas.

Quando se realizam testes empíricos relacionados à prática, busca-se usar essas hipóteses para facilitar a avaliação dos investimentos e seus riscos. No entanto, Fama (1970 apud FAMA e FRENCH, 1992) determina que há três condições consideradas suficientes para afirmar que o mercado é eficiente, são elas: (a) não deve haver custos em uma negociação; (b) as informações devem ser distribuídas de forma gratuita e eficiente para todos que participam do mercado; e, por último, (c) há uma concordância entre todos os participantes com respeito à absorção das informações feitas pelos preços dos ativos, suas distribuições e seus preços futuros.

O mercado de capitais eficiente está dividido conforme o tipo de informação que incide nos preços das ações. Esse modelo de mercado apresenta as formas fraca, semiforte e forte, as quais abrangem, respectivamente, as informações dos preços históricos das ações, todas informações publicamente disponíveis e todas as informações, seja de domínio público ou privado (ANTUNES; PROCIANOY, 2003, p. 7).

Considerando-se que o preço reflete todas as informações possíveis, como diz essa teoria, então não iria haver lucro para os investidores quanto à compra e venda de ações, visto que eles comprariam e venderiam a um preço considerado justo, mas é exatamente quando se encontra as imperfeições deste mercado que o investidor aproveita-se dessa situação de desequilíbrio temporário dos preços das ações para obter lucro na compra e venda das mesmas (ASSAF NETO, LIMA, 2011).

Algumas imperfeições deste mercado foram apresentadas por Assaf Neto (2008), como: (a) inexistência da homogeneidade das expectativas dos investidores quanto ao dinamismo do mercado; (b) o mercado, em sua totalidade, não é composto somente por investidores racionais, ou seja, nele também se encontram agentes com uma percepção de avaliação das informações menor, chegando a tomar decisões errôneas que serão refletidas nos preços finais dos ativos; e a mais contrastante de todas é que (c) o mercado nem sempre é eficiente, pois os preços nem sempre serão justos e sofrem, também, influências externas ao mercado, como, por exemplo, a política econômica.

Após esta constatação das imperfeições do mercado, criou-se a necessidade de se prever ainda mais o retorno dos ativos que o compõem. Pensando nisso, este estudo procurou trazer algumas medidas de desempenho para analisar a relação das mesmas com o retorno esperado dos ativos pertencentes à Bolsa de Valores de São Paulo. Mais adiante o estudo aborda cada variável utilizada.

3.1 Retorno Esperado

Motta e Calôba (2012) consideram o crescimento da riqueza inicial do investidor como um tipo de retorno positivo. Na maioria das vezes, os investidores anseiam obter o retorno de seus investimentos com base no retorno médio que cada título conseguiu no passado. Assim, muitas pessoas estudam os retornos desses ativos no passado a fim de traçar estratégias para o futuro (WESTON; BRIGHAM, 2000).

Para Chaves e Pimenta Jr. (2012), o retorno da ação mede a valorização do papel de um período ao outro. Essa variável pode ter relação e acompanhar o desempenho operacional da empresa. Já Ross, Westerfield e Jaffe (2007) consideram que o retorno de um investimento é composto pelo valor final da ação no mercado somado aos dividendos relacionados às ações, subtraído do valor inicial dessa ação.

Quando se aborda a relação do retorno sobre o investimento, deve-se considerar a diferença entre o retorno nominal, que trata da variação percentual de quanto o investimento possui, e do retorno real, que se refere à variação percentual do seu poder aquisitivo, ou seja, quanto o valor nominal realmente vale hoje em dia, considerando-se a inflação. No Brasil, essa observação torna-se válida (ROSS, WESTERFIELD, JORDAN 2002). Ademais, o grau de retorno a ser considerado pelo investidor vai estar relacionado, em sua maioria, ao risco que incorre sobre aquele investimento (GITMAN, 2010).

3.2 Medidas de Desempenho

3.1.2 Crescimento de vendas

Para Machado e Souza (2006), vendas significam a oferta de bens ou serviços ao mercado. Seu crescimento positivo, segundo os autores, pode indicar a maximização dos lucros na empresa, assim como vir a influenciar o seu retorno esperado.

Anthony e Ramesh (1992 apud LIMA et al., 2013) encontraram, em suas pesquisas, as reações do mercado de ações em relação ao crescimento de vendas, e seus resultados indicaram um papel diferencial dessa medida de desempenho, bem como enfatizaram os ganhos inesperados quando relacionadas para explicar o retorno das ações.

Omrani et al. (2011), por sua vez, destacam a importância das medidas de desempenho, por apresentarem um papel significativo quando se pretende avaliar o desenvolvimento da organização, e obtiveram como resultado que as variáveis de desempenho, destacando-se o crescimento das vendas e as despesas de capital, conseguiam exercer uma relação direta com o retorno maior do que algumas medidas de risco, utilizando isso como critério de

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