A SEMANA DE MÚSICA E CULTURA BRASILEIRA E LATINA
Por: Evandro.2016 • 23/11/2018 • 8.413 Palavras (34 Páginas) • 436 Visualizações
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2. HISTÓRIA DO RIO DE JANEIRO
Capitania Real ou Capitania do Vice-Reino, foi como ficou conhecido o Estado de Guanabara ou do Rio de Janeiro no início da colonização quando a família real veio para o Brasil, à época do estabelecimento do sistema de Capitanias Hereditárias na colônia do Brasil, o território do atual estado do Rio de Janeiro encontrava-se compreendido em trechos da Capitania de São Tomé e da São Vicente.
Não tendo sido colonizada pelos portugueses em virtude da hostilidade dos indígenas tupinambás e goitacás estabelecidos neste litoral, entre 1555 e 1567, a baía de Guanabara foi ocupada por um grupo de colonos franceses, sob o comando de Nicolas Durand, que aqui pretendiam instalar uma colônia de povoamento, a chamada “França Antártica”.
Visando evitar a esta ocupação e a assegurar a posse do território para a Coroa Portuguesa, em 20 de janeiro de 1565, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, por Estácio de Sá, acompanhado por um grupo de fundadores incluindo também D. Antônio de Mariz. Constituir-se, por conquista, a Capitania Real do Rio de Janeiro.
A cidade do Rio de Janeiro foi descoberta no dia 1° de Janeiro de 1502 por uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos, que acreditou ter chegado à desembocadura de um grande rio, assim, batizou a baia com o nome de Rio de Janeiro. Contudo, foram os franceses que primeiro se estabeleceram na região e competiam com os portugueses no comércio madeireiro. Os portugueses estabeleceram serrarias naquela localidade, em resposta à ameaça da presença portuguesa, os franceses trouxeram colonos para habitar e explorar o lugar, em 1555. Depois de anos de luta os franceses foram expulsos. Como resposta às intenções francesas, no dia 1° de março de 1565, Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade possuía ruas irregulares e estilo português medieval. A expulsão definitiva dos franceses ocorreu em 1567.
Devido à posição estratégica da cidade na Baia da Guanabara, desenvolve-se ali uma zona portuária e comercial (madeira, pesca e cana-de-açúcar), desta forma, a população também aumentou. Em 1660, a população daquela cidade contava com 6000 índios, 750 portugueses e 100 negros.
No fim do século XVII e início do século XVIII, em Minas Gerais, fez com que o Rio de Janeiro se transformasse numa ponte entre minas e a Europa.
No final do século XVIII, a cidade foi abalada por uma crise econômica, as minas já não produziam tanto e havias outros países sul-americanos que competiam com o Brasil na produção de cana-de-açúcar. Contudo, o cultivo do café, a chegada da família real, em 1808, e o consequente translado do governo português para a colônia deram um novo talento à economia da cidade. Nesta época, a realeza construiu igrejas e palácios. Na segunda metade do século XIX, a instalação de vias férreas trouxe um novo impulso à produção agrícola e de café, começavam a aparecer as primeiras indústrias no centro da cidade, a iluminação gás e circulavam transportes com tração animal.
A cidade havia crescido bastante, no final do século XIX, contava com 800.000 habitantes e os problemas sanitários, de emprego, habitacionais e as constantes epidemias de varíola, tuberculosa e febre amarela castigavam a então capital do Brasil. Em 1903, Francisco Pereira passos tornou-se prefeito da cidade. Durante sua administração foram criados avenidas e parques e também um novo porto, casas sem condições adequadas de higiene foram demolidas levando a população pobre a viver nos subúrbios.
A cidade do Rio de Janeiro conheceu seu maior esplendor entre 1920 e 1950, quando pessoas do mundo inteiro vinham atraídas pela sua imagem romântica, seus cassinos e suas belezas naturais. Em 1960, deixou de ser capital do país.
3. AS TRADIÇÕES E ARTE CARIOCA
3.1 DANÇA
3.1.1 LUNDU
O lundu caracteriza-se por um gênero musical e dança folclórica de origem afro-brasileira criada a partir dos Batuques dos escravos. No período da escravidão, os negros realizavam suas tradições religiosas, cantavam e dançavam para a manifestação de sua cultura. No final do século XVIII, o Lundu já se torna presente tanto no Brasil quanto em Portugal, tendo influências cultural de tais países.
O ritmo e a dança foram sofrendo modificações no decorrer do tempo, porém a evidência maior é a sensualidade. Apresenta rebolado e “quebras” de quadris, característicos dos movimentos africanos e herdaram da cultura europeia, a melodia e harmonia para a composição musical.
Durante o século XIX, o lundu foi considerado um ritmo dominante e aceito pelos brancos. Entretanto, no início do século XX, deixa de ser símbolo de identidade e proibido por ser considerada uma dança que imitava o ato sexual, um atento ao pudor. Contudo, alguns escravos continuavam as escondidas a cultivá-la. Tempos depois, o decreto caiu no esquecimento e o lundu passou a ser aceito e praticado, mantendo sua principal vertente que é a sensualidade e tornando-se manifestação folclórica. Atualmente, essa dança é praticada em alguns estados do Brasil, principalmente na Região Norte e mais especificamente na ilha de Marajó, no Pará. É um dos elementos embrionários de formação do futuro samba. A partir do começo do século XIX, o lundu apresenta variantes como o mudinho, a tirana, espanholada, o fato batido e a chula. Seu apogeu vai do começo de 1800 a 1920, sendo o músico mais popular Xisto Bahia (1841 - 1894) o mais importante compositor do gênero.
3.1.2 MAXIXE
O Maxixe ou tango brasileiro é um tipo de dança de salão brasileira criada por afrodescendentes que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Teve a sua origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras. Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu “irmão”, o maxixe.
Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera
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