A Estratégia de negócios baseada no Modelo Canvas: um estudo de caso da indústria Alumínio Nordeste
Por: eduardamaia17 • 14/12/2018 • 3.540 Palavras (15 Páginas) • 469 Visualizações
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Modelos de Negócios Segundo Teece (2010), modelo de negócio é um conjunto de dados e evidências que apresentam proposta de valor, estrutura viável de receita e os custos para entrega desse valor. Cavalcante, Kesting e Ulhoi (2011) descrevem o modelo de negócio como uma forma de “fornecer estabilidade para o desenvolvimento de atividades de uma empresa e, ao mesmo tempo, ser flexível o suficiente para permitir a mudança". É formado por conceitos usados no desenvolvimento da empresa, sendo eles:
- Conceito do negócio;
- Como será sua estrutura;
- Quais necessidades você está suprindo e quem possui estas necessidades;
- Como pretende se manter competitivo;
- Como seus clientes vão conhecer sua solução a suas necessidades;
- O que vai trazer de novo ao mercado?
Business Model Canvas
Nos anos 2000, o suíço Alex Osterwalder criou, na sua conclusão de doutorado, com orientação de Yves Pignur, uma nova ferramenta de gerenciamento estratégico e a nomeou Modelo Canvas a qual é constituída dos principais itens necessários para construção de uma empresa. Business Model Canvas é um mapa visual, pré-montado, baseado nos conceitos de design thinking, utilizado por empreendedores como auxilio para mapear, discutir e criar novos modelos de negócio. Porém, é necessário a averiguação regular do Canvas, assim o empresário saberá se a empresa permanece efetuando o planejado ou se será necessária alguma alteração. Atualmente, o modelo Canvas é utilizado por pequenas e grandes empresas ao redor do mundo. Este modelo possui nove quadros de modelo de negócio, sendo eles:
- Segmentos de clientes: diz respeito ao público que a empresa deseja atender, oferecendo seus produtos ou bens de serviço;
- Proposta de valor: questionar e descobrir o que seu público necessita e o que a empresa pode fazer para resolver;
- Os canais: decidir quais canais serão usados para o marketing, como se relacionar com os clientes e estabelecer negócios;
- Relacionamento com o consumidor: como irá construir um relacionamento entre a empresa e os clientes, e como irá intervir no modelo de negócio;
- Fontes de Receita: avaliar o valor que os clientes, em comum, querem pagar pela proposta da empresa e qual será a forma deste pagamento ser realizado;
- Recursos pontuais: recursos necessários para o funcionamento da empresa;
- Atividades necessárias: atividades imprescindíveis para operar a empresa;
- Parcerias: decidir quais parcerias serão necessárias para que as propostas de valor sejam praticadas;
- Custos: são os custos que serão necessários com a projeção de fato do modelo de negócio.
A realidade da indústria de alumínio no Brasil
A indústria de alumínio, atualmente, enfrenta um cenário muito incerto, com grande necessidade de inovações para se sobressair no mercado. Essa crise se dá por conta do alto custo da energia elétrica e também pela grande competição de importação chinesa. O Brasil possui a terceira maior reserva do minério usado na produção do alumínio, a bauxita. O elo mais sensível da cadeia está no centro desta crise: os produtores do “alumínio primário”, o qual é usado parar fabricar diversos objetos, como panelas, por exemplo. Sete grandes produtores de matéria prima brasileiros fecharam suas indústrias em 2011. Segundo Milton Rego (2017), Presidente da Abal (Associação Brasileira de Alumínio), se a situação atual não for modificada em até dois anos o Brasil poderá não possuir mais industrias de produção de alumínio.
Representatividade da indústria para o Brasil
Cerca de 150 mil pessoas são empregadas pela indústria nacional de alumínio, faturando aproximadamente R$40 bilhões por ano. Devido à crise que essa indústria enfrenta, 15 mil pessoas foram demitidas de janeiro a abril de 2017.
Segundo informações da Abal (Associação Brasileira de Alumínio), desde 2016 o Brasil passou a importar alumínio primário mais do que exportar. O saldo negativo na balança comercial foi de US$ 643 milhões em 2014. Em 2017, a previsão é que esse desequilíbrio vá passar de US$ 1 bilhão, podendo atingir o dobro de 2014. Apesar de toda essa repercussão, o consumo de alumínio no Brasil tem crescido, em média, 5% ao ano. Atualmente chega a 1,4 milhões (um milhão e quatrocentos mil) toneladas.
Em 2008 a produção de alumínio primário atingiu seu pico de 1.661 toneladas, após essa grande quantidade o setor passou a experimentar uma queda constante na produção, chegando à 962 toneladas no ano de 2016. Para o ano de 2017, se espera uma situação ainda pior, chegando ao mesmo volume que o Brasil entregava em 1985, com 780 toneladas produzidas.
Método de investigação
Este estudo é considero de natureza aplicada, uma vez que se trata de problemas específicos de uma indústria de produtos de alumínio, visando uma aplicação prática com uma abordagem qualitativa, buscando, através da coleta direta de dados, percepções e entendimentos espontâneos do assunto em questão, com objetivo exploratório a fim de se aproximar do problema para, assim, construir hipóteses relevantes para solucioná-lo.
A pesquisa é classificada, em relação aos procedimentos técnicos, como um estudo de caso com a proposta de analisar a empresa Alumínio Nordeste, para, posteriormente, aplicar o Business Model Canvas com objetivo de observar como esse modelo de negócios pode auxiliar na melhoria da organização em questão.
A abordagem foi realizada através da aplicação de um roteiro de entrevista com o gestor, José Roberto, da empresa de pequeno porte em questão, para explorar o processo estratégico utilizado pela organização, a fim de identificar os ajustes necessários e investigar como realiza-los. A pesquisa foi realizada por meio de uma visita ao escritório e à fábrica de produtos de alumínios, localizados no mesmo endereço, em Fortaleza, com tempo suficiente para colher todas
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