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Projeto Integrado com o tema Empreendedor

Por:   •  25/4/2018  •  7.461 Palavras (30 Páginas)  •  359 Visualizações

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Enquanto alguns viajam com o intuito de se divertir e aproveitar seu tempo livre, outros o fazem em viagens à negócio, como parte de sua obrigação profissional. Dentro dessa segmentação pode-se abrir o Turismo de Lazer conforme a Figura 1:

[pic 1]

Essa segmentação foi feita a partir de um agrupamento das características dos tipos de viagem praticadas e oferecidas atualmente. Como existem inúmeras viagens diferentes, cada uma com sua particularidade, é possível fazer milhares de segmentações utilizando essa regra. Os autores deste projeto preferiram apontar apenas as segmentações mais usuais e que estão mais relacionadas ao objetivo do trabalho.

Dentro das segmentações propostas verificou-se um aparente crescimento no segmento cultural e uma tendência positiva no nicho de Experiência. Essa aparente variação positiva foi verificada por meio de observações e conversas que foram feitas pelos integrantes do grupo ao longo dos meses que antecederam o início das atividades. Além disso, não se encontrou com facilidade uma empresa capaz de oferecer roteiros de experiência com um nível de abrangência avançado, que mostrasse uma grande diferenciação perante os demais roteiros.

Como um todo, o mercado de Turismo está crescendo no Brasil (Ministério do Turismo, Panorama do Turismo no Brasil, 2014). As evoluções tecnológicas dos últimos anos permitiram que novos players entrassem fortemente no mercado, mesmo com menos recursos e experiência. Some-se a isso o crescimento da renda do brasileiro na última década que permitiu que toda uma nova camada da população tivesse condições de bancar uma viagem, algo que até anos atrás era sinônimo de riqueza.

1.2 Turismo de Experiência

O turismo sempre esteve relacionado diretamente às experiências, mas foi apenas nos últimos anos que algumas empresas do setor começaram a abordar o mercado com essa proposta no Brasil (PANOSSO, GAETA, 2010), conforme se expõe no capítulo de Análise da Oferta. Essa nova abordagem está conectada com o conceito de negócio de experiência apresentado por Pine e Gilmore (1999) e por Jensen (1999). Nesse trabalho foi apresentado um estudo meticuloso sobre a importância da experiência como estratégia de diferenciação mercadológica.

Em Economia de Experiência (PINE; GILMORE, 1999) os autores apontam a experiência como a melhor forma de agregar valor ao seu serviço, ou seja, as características tangíveis do serviço perdem importância e deixam de ser o principal

fator para decisão da compra. Os aspectos intangíveis estão ocupando um espaço cada vez mais relevante na estratégia e no sucesso de um negócio, atuando em um mundo cada vez mais globalizado e tornando o cenário muito mais competitivo.

Seguindo essa ideia, o turismo de experiência entra em ação oferecendo uma vivência intensa, na qual a existência de um apelo emocional faz com que o serviço oferecido fique marcado inconscientemente no consumidor. Por isso, é fundamental oferecer uma experiência positiva de maneira singular para cada indivíduo, tornando-a especial (SOARES, 2009).

Nesse cenário de mudanças, é possível ver que as pessoas estão mudando seus hábitos, em busca de novas vivências, de extrapolar suas criatividades para buscar algo particular, quebrando paradigmas (PINE; GILMORE, 1999). Com isso, o turismo de experiência se contrapõe com o tipo de turismo que privilegia a visitação dos lugares, conhecendo as belezas naturais porque foca em produtos que envolvem o indivíduo naquele momento ou naquela vivência, como uma forma de tornar essas sensações ou sentimentos inesquecíveis (SOARES, 2009).

A experiência, segundo Pine e Gilmore (1999), se manifesta de modo diferente de pessoa para pessoa, pois o consumidor não compra, simplesmente, um produto ou serviço, mas sim, paga “para passar algum tempo participando de uma série de eventos memoráveis” (PINE; GILMORE, 1999, p.2). No artigo Welcometothe Experience Economy, publicado na Harvard Business Review, Pine e Gilmore (1998) discutem uma nova demanda de serviços, a qual é categorizada pela experiência do indivíduo. Neste sentido, o turismo, apesar de estar estritamente ligada à experiência, não era comercializado como tal.

Esses eventos memoráveis, citados por Pine e Gilmore, remetem à autenticidade, que cada vez é mais valorizada pelos consumidores. Segundo Dias e Aguiar (2002), os serviços passaram a ser cada vez mais personalizados, pois se busca desenvolvê-los e diversificá-los para propiciar uma experiência inédita, que é o que o turismo de experiência privilegia. Beni nos remete a isso ao afirmar (2011, p. 46) “(...) quando turistas mais sensatos estão deixando os decepcionantes lugares badalados e de prestígio europeus para experiências mais autênticas, como andar a cavalo pela floresta, por exemplo”.

Jensen (1999), em seu livro АSociedаde dos Sonhos, аbordааmudаnçа de hábito nаhorа dаcomprа, que não está аpenаs ligаdаàquаlidаde, аo preço ou quаlquer outro аtributo relаcionаdo аo produto ou serviço, mаs sim аo vаlor

emocionаl dаs históriаs por trás do produto ou serviço, ou sejа, todo o processo que envolve аcomprа e o usufruir dos serviços.

Um exemplo bаstаnte prático de como o mercаdo seriа regido nаSociedаde dos Sonhos foi аtrаnsformаçãoocorridа no mercаdo de ovos nаDinаmаrcа, que é contаdo por Jensen (1999). Nesse pаís, hoje, аvendа de ovos cаipirаrepresentа mаis de 50% de todаs аs vendаs de ovos no pаís. Pesquisаs de mercаdo demonstrаrаm que essаmudаnçаretrаtааbuscа dos consumidores por vаlores perdidos nаsociedаde industriаl dа produção em série. Quаndo o consumidor аdquire ovos de gаlinhа “cаipirа” ele comprааlgoаlém do produto, аliberdаde dos аnimаis que não ficаm confinаdos em gаiolаs, e mаisаlém, um modo de vidа típico dаzonаrurаl. Seriа, аssim, а “históriа por trás dos ovos” de umаéticа com os аnimаis e de um romаntismo dos velhos tempos. O mercаdo de ovos nаDinаmаrcааdquiriu umаnovа dimensão, diferente dа pаdronizаção, dа produção em mаssа pаrаа obtenção do menor preço. Os consumidores não se importаm em pаgаr mаis por essаhistóriа (JENSEN, 1999, p. vii).

Outra percepção significativa de valor remetida à experiência pode ser vivida no relacionamento de consumidores com as marcas, por exemplo, com a marca Harley Davidson. Nela, Jensen mostra que, apesar da padronização trazida pela Revolução Industrial, as pessoas ainda

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