Resenha Sobre Linguagem
Por: Rodrigo.Claudino • 21/10/2017 • 2.325 Palavras (10 Páginas) • 578 Visualizações
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Os signos traz uma facilidade para que o sujeito se introduza em uma realidade de forma consciente, sendo que a consciência se constituem nas relações sociais, e assim o sujeito se torna autônomo para ter decisões e vontade própria.
A linguagem traz significados através dos signos, já a consciência se apropria dessa significação nas relações cultural e social, entre os indivíduos.
Homens e mulheres são seres culturais, sendo humanos através de apropriação cultural produzida por eles mesmos.
Existem duas dimensões para compreender a constituição do sujeito. A primeira delas é um sujeito passivo que é constituído socialmente pela apropriação dos significados das relações sociais, ou seja, dependente da ação do outro. Por outro lado há o sujeito ativo, possuindo significado particular, determinando características que determinam esse processo de significação. As singularidades correspondem às condições e contingências sociais a que foram submetidos e ao mesmo tempo as que constituíram.
A apropriação da linguagem representa importância para a constituição da fala interior, estabelecendo a capacidade da auto regulação do sujeito. A linguagem interna é dominante do sentido da palavra em seu significado, também pela constituição da auto regulação para a conduta.
Vygotski conclui através de um exemplo de uma situação cotidiana da maternidade, onde, o bebê esticando o braço em direção ao objeto e a mãe interpretando como que a criança quer, ela faz com que passe operar com base nesse movimento.
Além desse processo, há a relação entre pensamento e linguagem, onde são distintos, mas ao mesmo tempo inseparáveis a partir do desenvolvimento da consciência. Vygotski identifica o significado da palavra como unidade desta relação, sendo um fenômeno do pensamento e da linguagem.
A transformação da palavra incide sobre o sujeito com transformações também levando a um pressuposto marxista, onde o homem em sua atividade transforma o mundo e, concomitantemente transforma a si mesmo, numa relação dialética.
O significado da palavra também é dependente de como será usado, e qual é o contexto.
Para Bakhtin, não há uma realidade da língua que exista fora de sua expressão de dialogo. Tal como define enquanto questões básicas não são possíveis: 1) separar a ideologia da realidade material do signo; 2) dissociar os signos das formas concretas de comunicação social; 3) dissociar a comunicação e as formas de sua base material. Assim Bakthin ressalta a importância dos fatores contextuais onde as enunciações são produzidas.
Sendo assim, o signo só se encontra existente nas relações onde se concretiza enquanto palavra, adquirindo significado de acordo com o contexto. Para Bakthin, o signo é por natureza, vivo e móvel, plurivalente, expressando pluralidade de significação.
Segundo Bakhtin, a enunciação como um todo é uma análise lingüística do que está sendo tratado em um diálogo, que pode ser compreendido, quando associado aos demais enunciados. A dialogia segundo ele é advinda do conceito de diálogo, ao que se refere às várias maneiras de interagir a partir da vozes constituídas nos enunciados. E para ele a compreensão da enunciação necessita estar presente na relação com outras enunciações, demonstrando assim seu caráter social. Sendo esta particularidade da enunciação denominada de polifonia, que seria o processo que leva-se a compreender os significados.
A partir da obtenção desta compreensão, entende-se que é necessário a utilização de várias palavras próprias de quem as anuncia, para se chegar à uma réplica, sendo Bakhtin. A circunstância extraverbal, assim como o ambiente social ao qual o sujeito está inserido, onde o enunciado é emitido e o outro que o recebe faz na constituição da essência de seu significado. Desta forma, outro critério fundamental a ser destacado na teoria de Bakhtin é a atuação do outro sendo ouvinte social próprio, estando presente ou não da enunciação, quando esta na realidade, envolve toda palavra composta de duas perspectivas. O fato da palavra proceder e se dirigir a alguém, é o ponto determinante deste aspecto. Ela compõe exatamente o produto da forma pelo qual o locutor e o ouvinte interagem. Na relação entre os indivíduos, a palavra é tida como expressão dos mesmos. Quando se trata de um em relação ao outro, a palavra é que irá definir esta relação.
Portanto, seguindo esta lógica, a inclusão da palavra neste contexto se direciona ao outro. Sendo assim, a palavra liga os indivíduos formando toda uma coletividade.
Entende-se então nestes critérios que estas características da linguagem resultam no papel da função da constituição de cada sujeito. Bakhtin coloca também a importância da categoria consciência nesse processo, pois segundo ele a consciência envolve uma situação socioideológico, em que a realidade da consciência é de fato a linguagem e a mesma é essencialmente ideológica. A consciência do sujeito é formada por meio de todos os discursos por ele interiorizados, em sua trajetória, quando ele se distancia da gênese das vozes que o cercam, onde elas se internacionalizam no sujeito.
O enunciador, ao pronunciar suas palavras vai imprimir nas mesmas seus desejos e valores, contradições e justificativas, ou seja, todo o conteúdo por ele formado nos embates de sua formação social. Quando há conflito no diálogo entre dois sujeitos, é então denominado “discurso crítico”. A palavra nesse sentido, se constitui como sendo um campo em que existe confrontos e valores sociais que se contradizem.
A linguagem, a saber, cria e condensa percepções de mundo, isto é, ela é nestes critérios produto tanto social quanto histórico. Mesmo o homem possuindo autonomia em seu caráter lingüístico, constitui-se como um componente e um objeto de sua ação prática, permanecendo a ser determinado por critérios sociais. Sendo assim a visão de mundo por ele apregoada, é resultado das relações sociais. Sua transformação, desta forma, não consegue se colocar por meio de uma escolha casual.
Com base em todas as fundamentações citadas nesta reflexão, acerca da linguagem, com base em Bakhtin, entendemos que uma mesma verdade quando colocada para diferentes sujeitos, são por eles, compreendidas de formas distintas, o que para um pode ser bom, para o outro, pode ser caracterizado como alugo ruim, isso, envolvendo tanto conteúdos ideológicos como também sistemas de valores socialmente construídos, portanto, superintende-se a
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