Pedagogia da Indignação
Por: Hugo.bassi • 30/10/2018 • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 291 Visualizações
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Então o alfabetizador/educador deve assumir o compromisso de ensinar a leitura e a escrita de acordo com a realidade de cada um, partindo da leitura que o mesmo possui do mundo.
Na segunda carta, discute sobre a mudança do mundo e nosso papel nele, ressalta que "os sonhos são projetos pelos quais se luta" (p.62), lembra que somos objetos da história e que por causa disso podemos mudar o mundo, desde que tenhamos consciência de que isso é possível e que nos demandará luta, Freire explica o porquê da Educação Crítica na formação do cidadão e do quão repreensível é esse método para a elite, o mesmo diz.
“As crianças precisam crescer no exercício desta capacidade de pensar, de indagar-se e de indagar, de duvidar, de experimentar hipóteses de ação, de programar e de não apenhas seguir os programas a elas, mais do que propostos, impostos. As crianças precisam de ter assegurado o direito de aprender a decidir, o que se faz decidindo.” (p. 68).
Critica as concepções fatalistas da História, o poder da ideologia liberal, cuja ética perversa se funda nas leis do mercado.
Na terceira carta traz a dor do assassinato de um índio pataxó (Galdino Jesus dos Santos) que dormia em uma parada de ônibus, e nos leva a refletir sobre a responsabilidade social e sobre nossos valores, se tratando do respeito que temos a vida do outro e principalmente a natureza, e como esses valores se apresentam atualmente na sociedade e leva a problematização da própria mudança da sociedade dizendo:
“Não é possível refazer este país, democratiza-lo, humaniza-lo, torna-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor.” (p.77).
Neste aspecto, o educador independente se for à família ou o docente, deve assumir seus ideais político-crítico e conscientemente tentar resgatar o respeito por meio da educação, ainda sobre isso Freire proclama: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (p. 77).
4. OUTROS ESCRITOS
Na segunda parte do livro, que é chamado de “outros escritos”, é a continuação do pensamento crítico sobre assuntos relacionados à educação de cada indivíduo.
Ao decorrer do livro são expostas algumas indignações do autor referente a alguns absurdos que nos são impostos no cotidiano, aos quais propagamos sem nem ao menos questionar.·.
Um deles é o de comemorar o descobrimento da América, sendo que a mesma não foi descoberta e sim invadida pelos europeus, que de certa forma nos dominaram na época e continuam até hoje. "Eu comemoro não a invasão, mas a rebelião contra a invasão" (p.85).
Ele disserta também sobre a neutralidade no mundo, dizendo que ninguém pode coexistir neutro (p.90),
Segundo Freire, deveríamos pegar a constatação de que: o que nos é imposto não pode fazer nada para intervir e a partir dela promover mudanças significativas como sujeito da história.
A alfabetização deve levar à reflexão da razão dos fatos e dos projetos.
Em toda a obra é apresentado como conteúdo por meio da disciplina de Jovens e Adultos, ou seja, a defesa de que trabalhar a EJA é intermediada e baseada nos sonhos e perspectivas de mundo destes. É fazendo-os lutar pelos seus sonhos, utopias e esperanças, de forma crítica e consciente, que a educação fará sentido para os mesmos e os impulsionará na certeza de que este é o caminho certo a se seguir.
Em síntese, todos os ensaios da Pedagogia da indignação, embora com diferentes temas, estão molhados, como ele mesmo gostava de dizer, de coerência e de esperança, como também da sua mais justa raiva ou indignação, que, dialeticamente relacionada com a sua amorosidade, levam, como ele mesmo entendia, às ações éticas capazes de denunciarem o injusto, embutido nas esperanças, nos sonhos humanistas que deveremos tornar possíveis de democracia, de justiça e de tolerância.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O autor cita que um dos sonhos dele ao escrever essas cartas pedagógicas era desafiar a refletir sobre o papel que temos de construir e aperfeiçoar a democracia entre nós cidadãos. Muitos adultos voltam a estudar para deixar de ser sombra dos outros, para poder ter uma independência, homens e mulheres tornaram-se capaz de se reinventar, tendo como uma exigência fundamental da liberdade à responsabilidade, a responsabilidade de não cruzar os braços, de ir à luta, a sua própria luta, a luta de todos, a luta da paz, a luta da sua presença no mundo, a luta que visa à unificação de política e educação para que a partir da nossa utopia possamos lutar para mudar o mundo.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000.
http://dmd2.webfactional.com/media/anais/PEDAGOGIA-DA-INDIGNACAO-UMA-ANALISE-SOBRE-O-CURRICULO-ESCOLAR-NA-FORMACAO-DA-IDENTIDADE-E-DA-ALTE.pdf
https://docs.google.com/file/d/0Bwm52X5H43MYRXdib3RGdzVETlk/edit
https://fernandodeazevedoalvesbrito.jusbrasil.com.br/artigos/228157670/breves-reflexoes-acerca-das-contribuicoes-de-paulo-freire-na-obra-pedagogia-da-indignacao-para-o-direito-a-educacao-na-contemporaneide
https://www.ebiografia.com/paulo_freire/
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