PROFESSORES REFLEXIVOS EM UMA ESCOLA REFLEXIVA
Por: Rodrigo.Claudino • 18/9/2018 • 1.920 Palavras (8 Páginas) • 328 Visualizações
...
Figura 1: Escultura “O Pensador”.
[pic 2]
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 5 abr. 2017.
- SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A era do conhecimento e da informação tem proporcionado mudanças drásticas em nossa sociedade. As perguntas que antes demandavam horas de pesquisas, hoje são respondidas em um clique. Atualmente temos acesso à quase todo tipo de informação por via informática, mas ao mesmo tempo não sabemos lidar com tantos dados disponíveis.
Nesta lógica, já é consenso dentro da academia que não basta termos apenas acesso aos dados, e diferenciar quais fontes de informações são confiáveis, é preciso transformar dados em conhecimento.
Desta maneira, a informação já não apresenta uma relação direta com o poder e sim o conhecimento. Assim, quem possui conhecimento na Sociedade da Informação possui capacidade de gerar mudanças. Neste contexto, a educação que se apresenta como o “cerne do desenvolvimento da pessoa humana e de sua vivência na sociedade” (ALARCÃO, 2001, p. 10), passa a apresentar dentro da relação professor x aluno, conflitos relacionados ao poder.
Neste sentido, é importante que o educador tenha maturidade e entenda que ele não é o único que possui conhecimento. Sendo assim, é importante que o professor abra espaço para que os alunos possam apresentar seus saberes, desta maneira, cria-se um espaço de compartilhamento e não de competição. O passo seguinte é trabalhar para que essas trocas de informações se deem de maneira positiva, desta maneira, o professor deve incitar seus alunos a um diálogo de qualidade apoiado na crítica e reflexão das informações disponíveis.
Como destaca Lima et al (2016):
O docente ao imprimir um tom dialógico-reflexivo na relação pedagógica, abre caminhos para novas descobertas e possibilita a criação de espaços de ensino-aprendizagem estimuladores da autonomia, das habilidades e das atitudes críticas e reflexivas do estudante , ao longo de sua formação. (LIMA et al, 2016, p.660):
Sendo assim, “atribuísse aos professores a capacidade de serem atores sociais, responsáveis em sua autonomia, críticos em seu pensamento, exigentes em sua profissionalidade coletiva assumida” (ALARCÃO, 2001, p. 10).
- PROFESSOR REFLEXIVO
O conceito de “professor reflexivo” vem sendo discutido nos meios educacionais de diversos países, inclusive no Brasil, a partir dos anos 90.
Sabemos que a reflexão é uma capacidade inata do ser humano, aliás, pensar é algo que acontece naturalmente e é o que diferencia os seres humanos de outros animais.
O termo reflexivo tem como uma de suas raízes as ideias do filósofo, psicólogo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952), ao caracterizar o pensamento reflexivo e defender o poder da reflexão como elemento impulsionador da melhoria de práticas profissionais docentes.
Para Dewey (1979, p. 24) “a necessidade da solução de uma dúvida é o fator básico e orientador em todo o mecanismo da reflexão.”
De acordo com Lavanda e Abrantes (1996), Dewey (1979) também destaca três atitudes que favorecem a ação reflexiva:
- Abertura de espírito- saber ouvir opiniões, pesquisar em diversas fontes e reconhecer possibilidades de erros.
- Responsabilidade-ponderar as consequências de suas ações.
- Empenho- disposição e interesse pelo o que faz.
Fundamentando-se nos princípios de Dewey (1979), surgem estudos de Donald Shön (1995) sobre a nova epistemologia da prática profissional.
Shön (1995) valoriza a prática profissional como momento de construção de conhecimento e esta se realiza por meio da reflexão, análise e problematização. Para o pesquisador (1995), a atuação do educador implica o conhecimento prático (conhecimento na ação, saber-fazer); a reflexão-na-ação (a transformação do conhecimento prático em ação); e uma reflexão-sobre-a-ação e sobre a reflexão-na-ação (que é o nível reflexivo).
A formação do professor por meio da prática reflexiva tem como objetivo principal buscar a consolidação da autonomia profissional.
Segundo Alarcão (1996), a difusões das ideias de Shön contribui Upara que se produzisse a imagem de um professor mais ativo, crítico e autônomo, livre para fazer escolhas e tomar decisões, contestando aquela do profissional cumpridor de ordens que emanam de fora das salas de aula. Nessa perspectiva, o professor reflexivo se caracteriza como um ser humano criativo, capaz de pensar, analisar, questionar a sua prática a fim de agir sobre ela e não como um mero reprodutor de ideias e práticas que lhes são dadas. Portanto, professor reflexivo é aquele que saber agir com mais autonomia, inteligência, criatividade, crítico, flexível, buscando construir e reconstruir conhecimento.
- ESCOLA REFLEXIVA
Para que se possa entender como funciona uma escola reflexiva, primeiramente é preciso compreender como funciona as escolas atualmente e seus métodos de ensino utilizados. A maioria se caracteriza ainda por serem apenas edifícios separados por salas, não existindo ligações informáticas que exerça um interação com as demais escolas, instituições, outros países, nunca promovendo espaços que favoreça a flexibilização de atividades com alunos e professores ou até mesmo com a comunidade local.
Segundo Alarcão (2003), atualmente a escola ainda não tem conseguindo se adequar as profundas mudanças ocorridas na sociedade. Tampouco, aceitando transformações e consequentemente não atraindo e nem convencendo. Ainda é fortemente marcada pela disciplinaridade, não preparando o aluno para a diversidade do mundo atual e influenciada pela tradição Ocidental que prioriza o lógico-matemático, descartando facilmente aquele que não se adapta a esse paradigma. Por isso, é preciso mudá-la em toda a sua organização, estrutura e o modo como ela é gerida, pensando-a em contexto. Depois é preciso agir para transformá-la.
Neste sentido, Alarcão (2003) também afirma que uma escola reflexiva, é aquela que está no presente, mas em alerta no futuro, sempre sujeita a mudanças, nunca está “verdadeiramente
...