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O fracasso escolar

Por:   •  22/3/2018  •  3.549 Palavras (15 Páginas)  •  442 Visualizações

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A escola, de modo geral, não tem despertado no aluno o gosto e o prazer pela leitura. A criança, quando inicia sua vida escolar demonstra muito interesse e muita expectativa em relação à escola e aos professores, mas, aos poucos, vai perdendo o entusiasmo. Por que tudo isso acontece? Por que as crianças não aprendem? Por que a maioria tem tanto medo e dificuldade de ler e escrever? E o que o gestor e os professores podem fazer para superar essas dificuldades e oferecer um ensino de qualidade? E ainda, como trabalhar a língua falada e escrita para que a criança tenha um bom desempenho? Como a escola pode garantir a todos o direito de aprender? Como tornar essas crianças leitoras e escritoras?

- OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho é descobrir meios que favoreçam a aquisição da leitura com mais facilidade nos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. E os objetivos específicos são: vislumbrar propostas pedagógicas que contemple melhores resultados para a aprendizagem do alunado; mostrar a importância do docente como participante na aprendizagem da leitura e da escrita. O mesmo foi desenvolvido a partir de coleta de dados secundários e textos escritos e digitais.

- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O referencial teórico está centrado nas visões de Posenti, Soares, Weis, Smolka, Emília Ferreiro, entre outros. O levantamento bibliográfico para fundamentar o referencial teórico da pesquisa, foi feito através da revisão de literatura sobre o ensino da língua oral e escrita; o fracasso escolar em decorrência da não aprendizagem da leitura e a parceria fundamental do gestor escolar. A metodologia foi realizada a partir de uma pesquisa em sala de aula e a partir dos resultados efetivou-se a realização de um projeto que teve a participação do gestor e demais funcionários da escola, bem como da família.

O ensino da língua falada e escrita tem sido ultimamente o centro de discussões e debate no sentido de melhorar a formação de leitores e escritores no Ensino Fundamental. Nos diversos meios de comunicação existentes as pesquisas vêm denunciando o fracasso da grande maioria dos estudantes que passam oito, dez anos na escola e não sabem ler e escrever um texto coerentemente; não sabe se quer fazer uso competente da leitura e escrita no seu dia-a-dia para resolver problemas simples, como buscar informações em um jornal, escrever um artigo, carta, ofício ou preencher um formulário.

A partir do discurso do senso-comum, a grande maioria dos educadores reclamam que a criança não aprende porque não têm interesse. Dizem ainda que os alunos têm problemas, não sabem resolver atividades simples, confundem letras, vêm de um meio social que não favorece a aprendizagem. Ressaltando que muitas vezes os pais não sabem ler e escrever e não podem ajudar os filhos nas tarefas escolares, e que muitos ainda não os motivam para aprender. Assim, os professores jogam a culpa nas crianças e no meio cultural pelo seu fracasso, a família culpa os professores ou a escola e nada fazem para superar as dificuldades. Nesse sentido, há um jogo em relação ao fracasso e, nesse jogo, quem perde é o aluno.

De acordo com Soares (1987, p.20), e Weisz (2004, p.30),

Por falta de explicações científicas para as causas do fracasso na e da escola em garantir a todos, indistintamente, o direito de aprender, é atribuído ao próprio aluno, a sua suposta deficiência cultural e lingüística e seu suposto déficit cognitivo, fatores considerados responsáveis pelo seu baixo desempenho na aquisição da leitura e escrita, uma vez, acreditava-se que a criança não aprendia por falta de pré-requisitos. Além disso, a chamada democratização do ensino, a escola passando a lidar com um número cada vez maior de crianças, teria, em razão das condições de vida de sua clientela várias linguagens diferentes da língua escrita padrão, acarretando dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita. Soares (1987, p.20), e Weisz (2004, p.30)

Porém, pesquisas têm demonstrado que essas crianças têm adequado desenvolvimento cultural e linguístico, e que é a escola que apresenta dificuldade para lidar com as diversidades culturais e linguísticas das crianças. Essa teoria do déficit, que tem como principal representante Bernstein (1987, p. 22), não apresenta fundamento e não tem sustentação. Cagliari (2002, p.19) argumenta que, se a criança aprendeu a língua oral é também capaz de aprender a escrita, se não aprende é porque a escola não sabe ensinar. E que se esta tem vontade para ir à escola, tem vontade também para aprender. A escola, portanto, não pode tratá-la, como um ser fracassado. Na concepção de Cagliari (2002, p. 84), Soares (1987, p.41), Smolka (2003, p.79) e Melo (2000, p. 1);

Não existe língua superior e inferior, existem línguas diferentes, assim como há culturas diferentes entre as pessoas. A língua é um produto cultural, construída na inter-relação com o outro e cada grupo social possui um jeito de falar, as diferenças não comprometem a comunicação, desde que sejam bem estruturadas. O modo de as pessoas falarem difere um dos outros, mas são compreensíveis. Porém, a sociedade discrimina os diferentes dialetos e privilegia um em detrimento do outro, elege o dialeto imposto como padrão como sendo único modelo válido, a partir do status econômico e social dos seus falantes. Cagliari (2002, p. 84) et al.

Assim, os educando que pertencem às classes dominantes ao chegarem à escola, não encontram dificuldade de aprendizagem da língua escrita, pois já têm o domínio prático, aprendido com o convívio do seu meio familiar. Apenas são levadas a refletir, sistematizar sobre aquilo que já sabem. Por outro lado, por falta de oportunidades, as crianças pertencentes às classes desfavorecidas não têm esse conhecimento prático sobre a língua padrão e a escola apenas as leva a reconhecer que existe uma maneira de falar e escrever considerada legítima, mas não a leva a conhecer, produzir e consumir, isto é, a fazer o uso prático daquela língua padrão. A função da escola é levar a criança ao seu desempenho linguístico, tanto no que se refere à expressão oral ou escrita, possibilitando-lhe aquisição da linguagem padrão, sem, contudo, subestimar a língua falada pelo seu grupo social.

O domínio da língua padrão, conforme Possenti (2000, p.40); consiste, em especial, na aquisição de determinado grau de domínio da escrita e da leitura, isto é, que o aluno consiga escrever diferentes tipos de textos e ler produtivamente também textos variados. É o que hoje determina o nível de letramento

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