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O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O LÚDICO DESENVOLVIDO NA APRENDIZAGEM

Por:   •  15/10/2018  •  13.781 Palavras (56 Páginas)  •  335 Visualizações

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A educadora e especialista japonesa, Kishimoto, também Cunha (1998) acredita que o brinquedo estimula a inteligência, fazendo com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade.

No desenvolvimento de jogos e brincadeiras na educação infantil, enfatizou a grande importância de se vales desses instrumentos como indispensáveis para acompanhar o desenvolvimento urbano e industrial no último século. Para tanto, pesquisou-se pensadores e estudiosos como Piaget, Wallon, Vygotsky e Brunes, salientando a importância dos jogos na educação.

Segundo Vygotsky, Apud Kishimoto (1993), nos primeiros anos de vida a brincadeira é a atividade predominante e constitui fonte de desenvolvimento ao criar zonas de desenvolvimento proximal. Logo, as instituições que incluem o jogo espontâneo são consideradas o meio essencial de aprendizagem e de transformações “as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real moralidade. ” (Vygotsky, 1998. P.25).

O jogo oferece uma importante contribuição para o desenvolvimento cognitivo, assim como possibilita o acesso a informações significativas, participar e vivenciar atividades lúdicas são a essência da infância que não se deve deixar de estimular, dar espaço tempo e atenção para as crianças é imprescindível.

3. CONCEITUANDO AS BRINCADEIRAS E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A relação entre o brincar, a aquisição de regras e o desenvolvimento da linguagem são analisados em várias obras (Bruner, 1983, 1978), considerava as brincadeiras de esconder, como relevantes para o desenvolvimento cognitivo, estimulando a aprendizagem da linguagem e a solução de problemas. Ao propor o lúdico para ensinar crianças de diferentes idades, em situações estruturadas, com a mediação de adultos, Bruner concebe-se como forma de exploração, estratégia que leva ao pensamento divergente, por sua característica pouco opressora e estimuladora da criatividade.

Brincar é uma atitude inerente ao homem. Em todos os tempos, em qualquer cultura, em qualquer geração, todos gostam de brincar. A brincadeira é, portanto, uma premissa do comportamento humano. Por isso, supreendemo-nos quando encontramos alguém que declara não gostar de brincar e, geralmente, associamos essa postura introspectiva, á problemas de ordem emocional.

O homem é um ser lúdico por natureza, e, a despeito do tempo, o momento de brincadeiras vivenciado por ele tem o poder de serem guardadas na memória. Quem de nós não traz vivas na lembrança brincadeiras vividas na infância? E o quanto é agradável revivermos esses momentos. Relembrando, temos a oportunidade de voltar ao passado, independentemente do tempo em que esses fatos aconteceram.

Para Lima (2007, p. 5), isso acontece por que:

O brincar, do ponto de vista do desenvolvimento interno, exercita a imaginação e a memória e (...) funciona como um processo complexo de desenvolvimento da função simbólica na infância. Tudo isso possibilita á criança ter acervos na memória que ela utilizará ao longo de sua vida.

Sendo um fenômeno tão natural, chama a nossa atenção o motivo pelo qual as escolas, principalmente aquelas destinadas ao atendimento da infância, desconsideram o potencial presente nas brincadeiras infantis, subvalorizando essas atividades enquanto elemento do currículo escolar. Constata-se, então que a postura apresentada pela maioria das escolas é consequência de uma concepção educacional que nunca valorizou o brincar, o prazer e a alegria, enquanto aspectos significativos e necessários para o desenvolvimento dos educandos.

Cabe ao educador por meio da intervenção pedagógica propiciar atividades significativas que levem a uma aprendizagem de sucesso. Para que isso aconteça é necessário que o professor reflita sua prática pedagógica percebendo o aluno mais que um mero executor de tarefa, mas alguém que sente prazer em aprender e que repensarem seus fundamentos e praticas. Grande parte das escolas ainda permanece presa a uma concepção cartesiana, dicotômica, herdada de um paradigma reducionista que separa a mente do corpo, a razão da emoção, onde o intelecto ocupa lugar de destaque em detrimento de outras dimensões do desenvolvimento humano.

Como resultado dessa concepção, a escola tem se tornado indiferente á vida que pulsa em seu interior, constituindo-se em um espaço descontextualizado do mundo, onde se tem claramente determinado uma separação entre a hora de aprender e a hora de brincar.

A brincadeira não é considerada como atividade séria, que leva á aprendizagem. A crítica a esse modelo de escola tem sido largamente difundida por muitos teóricos da educação. Entre eles, podemos destacar o educador Paulo Freire (1996, p. 12) que, de forma poética, mas cuidadosamente instigante, suscita em nós uma reflexão de que a escola pode perfeitamente cumprir a sua função educativa, sem, contudo, distanciar-se da vida que o cerca.

Essa concepção vem ao encontro do pensamento de Gramigna (2001), que considera que “aulas mais atraentes é uma variável fundamental que interfere diretamente no resultado do processo de aprendizagem”. Contudo, adotar uma postura lúdica requer muito mais do que apenas se autodeclarar um educador lúdico.

Segundo Almeida (1998, p. 23), “Uma educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeiras vulgares, diversão superficial. (...) educar ludicamente tem um significado muito profundo. ”

Isso exige, principalmente, que a escola repense sobre si mesma, pergunte sobre a sua pratica, seu fazer cotidiano. Isto implica buscar referencias teóricas para aprofundar, ampliar, questionar e enriquecer o conhecimento pedagógico coletivo, mobilizando a desconstrução de conceitos que não mais atendem ás necessidades e ás particularidades da nova geração, bem como servir de fundamentos. E, ainda, requer, sobretudo, questionar as certezas e viver em uma inquietude constante.

4. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFÂNCIA

Todavia, é perceptível que a defesa em torna da importância do brincar na infância já se encontra incorporado no discurso pedagógico da escola, quem sabe resultado da grande quantidade de produção teórica relativa a essa temática publicada em diferentes suportes textuais.

Entretanto, Borba (2006) vem nos indagar, “Temos conseguido em nossa pratica educativa, incorporar o brincar como dimensão cultural do processo de constituição do conhecimento

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