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Construindo Conhecimento

Por:   •  23/2/2018  •  22.612 Palavras (91 Páginas)  •  317 Visualizações

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Coeficiente AP. Acilene da Silva Ferreira! Convida o mestre de cerimônia a entrar na colação de grau... Habilitação para um novo caminho... Família gritando, lágrimas e emoção... aplausos, cornetas soando, papel picado e sentimento de missão cumprida em mais uma etapa da vida, nova jornada...agora sim, Pedagoga.

Nascida em Cuiabá, Estado de Mato Grosso, 39 anos, formada em Técnico de Administração, Técnico em Educação Infantil, em curso da Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. Exerço o cargo de Técnica em Educação Infantil há 20 anos na rede municipal de ensino de Várzea Grande e Cuiabá, atuo no cuidar e educar das crianças da Educação Infantil/creche, um dos grandes motivos que me levou a estar um passo do pódio em ser pedagoga.

Neste trabalho pretendo argumentar e discutir propostas para construir e reconstruir saberes docente e ressignificar a minha prática. Este trabalho exigiu de mim um olhar para a minha trajetória de vida, quais caminhos percorri, quais lutas me desafiaram... Assim, retrato nestas páginas o que foi minha passagem pela UFMT no curso de Pedagogia.

No capítulo I discorro sobre meu memorial de vida, minha infância, minhas alegrias, minhas vontades internalizadas pelo tempo e minha escolha pelo curso.

Abordo no capítulo II o aprendizado no curso de Pedagogia, as disciplinas ofertadas, conteúdos e metodologias aplicadas, as quais deram significado e suporte pedagógico para o meu processo de formação desde o primeiro dia na universidade até o momento da regência no estágio supervisionado.

Finalizando a escrita deste Dossiê, no capítulo III relato sobre as experiências e vivencias, internas e externas do espaço educativo onde a teoria encontra com a prática numa fusão de aprendizagem e significados.

Este trabalho não se esgota aqui, trata-se apenas de um ensaio de registrar algumas experiências vivenciadas neste curso e em outros que ainda pretendo desafiar para a qualidade do ensino. Pois é no ensinar pela relação humana, que aprendemos um com o outro.

Este trabalho se deu a partir dos meus relatos das experiências e vivências realizadas durante o curso, bem como minha experiência profissional. Unindo a teoria e a prática pedagógica, por meio de pesquisas bibliográficas com leituras de teóricos ofertados durante o curso e pesquisa na internet.

CAPÍTULO I: HISTÓRIAS DE VIDA: TRAVESSIAS

Qual! não posso interromper o memorial; aqui me tenho outra vez com a pena na mão. Em verdade, dá certo gosto de deitar ao papel coisas que querem sair da cabeça, por via da memória ou da reflexão.

Machado de Assis

A minha infância foi um pouco diferente de algumas crianças, assim eu penso. Fui criada pelos meus avós paternos e tive uma educação voltada para o lado religioso protestante. Não tinha essas “coisas” de brincar na rua, correr, pular livremente, eu ficava a maioria do tempo estudando ou fazendo alguma tarefa determinada pela minha avó. Brincava com meus primos que moravam no mesmo quintal e algumas crianças que minha avó “criava”, os pais as deixavam ali porque teria uma vida melhor como escola, comida, pois os mesmos não tiveram a oportunidade de estudar.

Brincar era o melhor momento, brincava sempre às escondidas, meus avós, ou melhor, minha avó era muito rígida e haviam regras a serem cumpridas, meninos brincava com meninos e de brincadeiras de meninos, meninas com meninas de brincadeiras de meninas “casinha, mamãe, cozinheira ou empregada, assim pensava ela e esquecia que o bom era ser criança sem sexo.

Quando a criança brinca, ela pode interagir com o mundo mais ou menos a sua moda o brincar oferece às crianças a oportunidade de assimilar o mundo exterior e as suas próprias necessidades, sem precisar muito de acomodar realidades externas (PIAGET, 1962, p.77). Nesse processo a ludicidade é a essência da infância, o brincar é necessário, pois contribui no desenvolvimento da criança, na capacidade de desenvolver seu pensamento critico, estimulando a psicomotricidade contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades, para relacionar com pessoas permitindo um aprendizado global e ampliando sua visão de mundo mais real.

Vygotsky (1984) diz que o brincar também permite a aprendizagem:

A criança ao brincar de faz de conta, cria uma situação imaginária podendo assumir diferentes papéis, como o papel de um adulto. A criança passa a se comportar como se realmente fosse mais velha, seguindo as regras, que esta situação propõe (VYGOTSKY 1984, p.131).

Mas se pudesse voltar atrás e ser criança novamente sem dúvida o brincar seria algo que eu gostaria muito de reviver. Brincar na areia seria a realização de um grande desafio, brincar de carrinho, de pular corda, de esconde-esconde, soltar a imaginação no faz de conta, pular amarelinha, brincar de casinha, cuidar das bonecas, algumas dessas coisas eu fiz, mas não foi como gostaria e isso me incomoda nesta fase da minha vida pessoal e profissional.

Segundo Piaget (1994, p.131), a aprendizagem depende do desenvolvimento, ou seja, vai depender do nível de desenvolvimento em que o sujeito se encontra.

Continuando a falar da infância escolar minhas primeiras letras e sons de leitura foram ensinados pela minha avó materna, ela tinha uma escola particular até o final dos anos 90.

Durante esse período as novas tecnologias da informação foram destaque da década de 90. Em qualquer ponto do cenário internacional, os acontecimentos são transmitidos de imediato pela televisão. Catástrofes, guerras, eventos musicais ou esportivos já poderiam vistos simultaneamente por centenas de milhões de pessoas. Ainda os profissionais da área de finanças obtêm informações diretas das cotações das principais bolsas de valores do mundo. Os cientistas, médicos e educadores podem acessar bancos de dados das maiores universidades do mundo por meio da internet. O planeta se transformou em um espaço mais conectado. O homem viaja por caminhos virtuais; os e-mails ocupam gradativamente o lugar das cartas e telefonemas; a rede mundial de computadores conecta em minutos pessoas e lugares diferentes, permitindo rapidez no acesso à informação.

Era uma escola primária e ofertava apenas da 1ª série a 4ª série no período matutino e vespertino, a noite dava aulas de alfabetização para adultos e pessoas idosas não alfabetizadas.

Daí vem a minha paixão em ensinar. Desde pequena fui estimulada a percorrer esse caminho, o qual também é

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