Atividades lúdicas para o ensino da matemática
Por: Kleber.Oliveira • 15/10/2018 • 1.721 Palavras (7 Páginas) • 447 Visualizações
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Portanto, a atividade lúdica é, sem dúvida, uma grande oportunidade que o professor de matemática possui para desenvolver as habilidades e competências necessárias para o aluno. O lúdico, ao ser utilizado, promove então a motivação no ensino da Matemática, o que deixa as aulas mais atrativas e estimulantes além de desmistificar (em grande parte dos casos) a idéia que as pessoas possuem dessa área do conhecimento, ou seja, a idéia de uma ciência composta por conteúdos de difícil compreensão e compreendida para poucos.
A proposta das atividades lúdicas no Ensino Fundamental tem a finalidade de despertar o desejo pela matemática e introduzir as primeiras noções de como desenvolver e utilizar esse conhecimento dando alicerce para que o mesmo possa abranger seus conceitos durante a vida escolar. O aluno, no Ensino Fundamental, joga e, através do jogo, desenvolve mesmo que inconscientemente os conceitos matemáticos. A brincadeira não é mera brincadeira, mesmo que o aluno não tenha conhecimento de tal fato.
1 - AS FASES DE DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo Piaget (apud BOCK, PURTADO, TEIXEIRA, 2002, p.101), “cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessa faixa etária”. Para os autores, o desenvolvimento do ser humano deve ser entendido como uma totalidade, mas, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos:
- Físico-motor: se refere ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, com a capacidade de manipular os objetos e de exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança leva a chupeta à boca, consegue tomar a mamadeira sozinha, isto quando aproxima aos sete meses, porque já coordena os movimentos das mãos;
- Intelectual: se refere à capacidade de pensar e raciocinar. Por exemplo: quando a criança de 02 anos usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está debaixo de uma poltrona ou o jovem que planeja seus gastos a partir de sua mesada ou salário;
- Afetivo-emocional: se refere ao modo particular da criança integrar as suas experiências (sentimentos). A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplo: quando sentimos vergonha de alguém que nos chamou a atenção, a alegria de ganhar um presente;
- Social: se refere à reação da criança diante das outras, quando se envolve na brincadeira ou não. Por exemplo, criança reunida no pátio será possível observar as que brincam em grupo e outras que brincam sozinhas.
Ainda sob este ponto de vista, os períodos do desenvolvimento humano são subdivididos de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento que interfere no desenvolvimento global:
1º Período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
2º Período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
3º Período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
4º Período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
O tempo para a aprendizagem é particular para cada criança. Cabe ao professor acompanhar o desenvolvimento e o crescimento das crianças nessas etapas, principalmente na educação infantil, local onde adquirem o saber.
1.1 PERÍODO SENSO-MOTOR:
Neste período a criança, a partir da percepção e dos movimentos, conquista todo o universo que a cerca. Para os autores:
No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio para atingir um objeto. Por exemplo, descobre que, se puxar a toalha, a lata de bolacha ficará mais perto dela. Neste caso, ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motor, que envolve as percepções e os movimentos. (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2002, p.101).
É nesta etapa que a criança descobre as percepções de seus movimentos e de sua inteligência, e passa a utilizar esses aspectos a seu favor, para atrair algo do seu interesse.
1.2 - PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO:
O aparecimento da linguagem é o mais importante neste período. Tal aparecimento acarretará as modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança que estará entre a primeira infância, ou seja, de 2 a 7 anos. A maturação neurofisiológica está completa com novas habilidades, desenvolvendo a coordenação motora fina, pegando o lápis de cor para desenhar e escrever. Na visão dos autores:
Com o domínio ampliado do mundo, seu interesse pelas diferentes atividades e objetos se multiplica, diferencia e regulariza, isto é, torna-se estável, sendo que, a partir desse interesse, surge uma escala de valores própria da criança. E a criança passa a avaliar suas próprias ações a partir dessa escala. (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2002, p.103).
A criança passa a ter mais conhecimento, gosta de diferentes atividades, passa a questionar mais sobre o mundo.
1.3 - PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS:
Este período, da infância propriamente dita, compreendida pelo período de 7 a 11 ou 12 anos, é marcado pela capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes, ao passo que pode coordená-los e integrá-los de modo lógico e coerente. Afetivamente, a criança é capaz de cooperar com os colegas, de trabalhar em grupo e resolver situações individualmente. Já no intelectual, a criança consegue interagir física ou mentalmente a fim de alcançar um objetivo e refaz, caso descubra um erro, por exemplo, em um jogo de quebra-cabeças. Para BOCK, FURTADO, TEIXEIRA:
A cooperação é uma capacidade que vai se desenvolvendo ao longo deste período e será um facilitador do trabalho em grupo, que se torna cada vez mais absorvente para a criança. Elas passam a elaborar formas próprias de organização grupal, em que as regras e normas são concebidas como válidas e verdadeiras, desde que todos as adotem e sejam a expressão de uma vontade
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