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As avaliações externas e sua imparcialidade

Por:   •  26/4/2018  •  1.714 Palavras (7 Páginas)  •  263 Visualizações

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Apesar disso, os resultados do Saresp são discutidos todos os anos com todos os professores, onde ela destaca: “Os resultados chegam por meio de relatórios com índices: Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado. Onde verificam qual a porcentagem de alunos que está abaixo do Básico, no Básico ou adequado e assim por diante. Sempre a maior porcentagem é Abaixo do básico. Tudo isso é estudado em planejamentos, replanejamentos, e temos o dia especifico para o Saresp, que é chamado Dia de Analise de Resultados do Saresp, onde não há aula e é discutido tudo isso. Antes era em um ano: Português, matemática, história, geografia, filosofia, sociologia; e no outro ano: Português, matemática, biologia (ciências), química e física e sempre tinha a redação. No Ano passado somente português e matemática, não tem mais redação. E com isso no ano seguinte vem um relatório de cada disciplina contendo junto de cada ano escolar (3ºAno, 6ºAno, 9ºAno, 3ªSérie Ensino Médio) e é feito um estudo dessas porcentagens, é visto por questão porque alunos erraram ou acertaram, tudo em suposição, e é montado um plano de ação em cima dos erros, onde após montado esse plano de ações o professor decide se vai usar ou não em aula, já que não é obrigatório usar. ” Já sobre a Prova Brasil não há essa discussão, pois segundo ela, os resultados não são por escolas e não recebem um retorno tão detalhado e especifico como no caso do Saresp.

Aprofundamos na questão da veracidade das informações da prova, questionando sobre a eficácia da troca de professores das unidades escolares, onde tivemos como resposta que: “Trocar os professores não resolve, porque muitos combinam de o “daqui ensinar lá e o de lá ensinar aqui”. Nunca admitimos isso aqui ou houve esse combinado, mesmo o bônus sendo melhor, não tem vantagem porque o aluno não aprende, ele tem que mostrar o que sabe e o que aprendeu, mas quando isso é posto a prova é manipulado. ”

O referido Bônus, citado anteriormente, diz respeito ao sistema de bonificação por resultado do estado de São Paulo, é o IDESP. Trata-se de um índice de desenvolvimento da educação do Estado de São Paulo, onde tem como objetivo viabilizar o regime de metas de qualidade por escola e subsidiar a política de bônus por resultado. Na pratica, cada escola tem uma meta a ser alcançada para que a equipe escolar receba a bonificação, e essa meta é medida com base na média de proficiência observada no Saresp e na taxa de aprovação do ciclo avaliado. E sobre esse bônus, Lucimara diz que: “O Saresp é atrelado a nota do idesp, onde se a escola atinge meta do idesp os professores ganhavam um bônus, mas isso acabou no ano passado, a partir desse ano não tem mais. Esse bônus era dividido por ciclo e somente os professores daquela serie que fez a prova ganhavam esse bônus. Se a escola não atinge a meta, não há nenhum tipo de punição, antigamente as escolas que não atingiam essa meta ficavam como “Escolas Prioritárias”, onde recebiam mais verba para xerox ou outros materiais específicos para sanar as carências. Nunca foi o caso do Miguel Jorge, que nunca ficou abaixo, mas alguns dizem que era bom ficar abaixo porque recebia mais atenção. ”

Conversamos também com a Professora, a qual de modo sucinto apenas nos informou que a escola participa sim das avaliações como a Prova Brasil e o Saresp, e que é feito um estudo coletivo com todos os professores e equipe assim como destacou a Professora Coordenadora . Indagada sobre a importância da avaliação e dos resultados, ela disse que é importante para que a escola tenha um retorno comparativo, tendo em vista ser a mesma prova que outras escolas da rede faz, assim, segundo ela, eles conseguem ver como o sistema está enxergando os alunos.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que os sistemas avaliativos são muito importantes para a melhora da qualidade de ensino, a nível federal e estadual, entretanto, podemos compreender que nem sempre o motivo da criação deles parte realmente do ímpeto pela mudança, tendo em vista resultados manipulados. Verificamos também que o sistema é bom, assim como o conteúdo, mas as falhas muitas vezes são humanas, levadas por interesses pessoais (no caso do bônus) ou políticas para conseguir mostrar melhores resultados sem dar a devida atenção as necessidades inerentes as escolas. Esperamos, contudo, que todos os avanços conquistados até aqui não se percam e que todos os envolvidos tratem com mais imparcialidade seus deveres políticos e sociais, contribuindo para uma educação de qualidade, pois se trata de uma via de mão dupla, de nada adianta o sistema avaliativo ser ótimo se vai haver trapaça na execução, como também de nada adianta ser a aplicação idônea e termos manipulação na divulgação. Usando as palavras de nossa entrevistada e concordando com ela, consideramos que: “O material da prova e conteúdo é ótimo, mas se o conteúdo não fosse manipulado e burlado seria mais real. ”

Sentimos uma grande satisfação na realização do nosso trabalho, pois juntamente com o embasamento teórico sobre as avaliações e a visita a unidade escolar podemos aprender não só com a teoria, mas também ouvindo sobre pratica, podendo assim ter um grande acesso com o que acontece na realidade e o modo como acontece.

BIBLIOGRÁFIA CONSUTADA

CASTRO, M.H.G. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: avanços e novos desafios. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, fundação Seade, v.23, n 1, p.5-18, jan/jun2009. Disponível em: www.seade.gov.br; www.scielo.br. Acesso em: 07 de maio de 16.

_____. Secretaria da Educação. Resoluções da SEE/DOE

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