Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos com Necessidades Educativas Especiais
Por: SonSolimar • 22/6/2018 • 10.188 Palavras (41 Páginas) • 450 Visualizações
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É mister que os integrantes desta pesquisa verifiquem e utilizem, através de embasamento teórico adequado - inicialmente centrado em Paulo Freire, Alicia Fernandez e Reuven Feuerstein - alternativas pedagógicas que façam com que essas pessoas alcancem, com a maior brevidade possível, um nível de alfabetização e letramento tal que lhes permita ser matriculados do CEEJA, para qualificarem-se à obtenção de um certificado com nível de ensino fundamental II, e com isso alcancem, no mínimo, o primeiro degrau de uma vida qualificada no ambiente em que vivem.
Palavras-chave : alfabetização ; letramento; educação de jovens e adultos; necessidades educativas especiais
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Lista de abreviaturas e siglas
CEEJA – Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Americana
CIE - Código de Identificação da Escola
D.A. – Deficiência Auditiva
D.M. – Deficiência Mental
D.O.E. – Diário Oficial do Estado de São Paulo
D.V. – Deficiência Visual
FDE - Fundação de Desenvolvimento da Educação
HTPC – Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NEE – Necessidades Educativas Especiais
PPP – Plano Político-Pedagógico
TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
UA - Cadastro de Unidades Administrativas do Governo do Estado de São Paulo
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INTRODUÇÃO
“Em resposta a uma ética da exclusão, estamos todos desafiados a praticar uma ética da solidariedade.”
Herbert de Souza (Betinho)
O presente trabalho versa sobre alfabetização e letramento de jovens e adultos com necessidades educativas especiais, particularmente aqueles atendidos no CEEJA da cidade de Americana, SP. O assunto foi escolhido de comum acordo entre os membros da equipe por diversas variantes, alguns por vivências pessoais, outros por adequação ao tema, sendo que o grande acionador foi o fato do professor Alvaro Braga trazer à sala de aula uma situação enfrentada pelo CEEJA de Americana (o qual somente tem a fase II, que contempla escolarização de ensino fundamental II, sem contar com alfabetização, considerada como fase I, mantida de forma desvinculada deste pela municipalidade ) : havendo demanda de pessoas com necessidades educativas especiais em busca de alfabetização, bem como de letramento ali matriculados – mesmo que não tenham laudo médico, em muitos alunos existe a dificuldade e a problemática do aprendizado formal - , não existem profissionais que os atendam naquela instituição, deixando os mesmos à própria sorte para adquirirem o mínimo necessário a efetivarem suas matrículas e finalizarem seus cursos de forma a obter uma certificação.
Busca, portanto, o presente trabalho atender a essa demanda existente, através do atendimento pedagógico às pessoas que buscam aquele centro de ensino, após uma avaliação inicial do público-alvo de maior predominância a ser atendido e posterior atendimento pedagógico. Para tal visamos buscar subsídio teórico em diversos autores que trabalhem com a diversidade exigida pelo nosso público-alvo, uma vez que determinemos qual a população que possa ser atingida por esse trabalho.
Acreditamos que o presente projeto tem significativa relevância na educação, por contar com três premissas importantes porém esquecidas na maioria das vezes, quais sejam: educação de jovens e adultos, alfabetização e letramento e pessoas com necessidades especiais, todos agregados em um único sujeito.
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DESENVOLVIMENTO
Neste capitulo desenvolvemos sobre o histórico e dados da bibliografia pesquisada durante o projeto.
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CALÇANDO OS SAPATOS ( DO OUTRO ? )
“De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.”
Karl Marx.
A partir de dados levantados do IBGE, verificamos que a quantidade de jovens e adultos sem alfabetização em nosso país é da ordem de 8,6 % de nossa população. Acreditamos ser esse um claro impeditivo de melhoria de qualidade de vida dessa significativa faixa da população, principalmente nos núcleos urbanos,; dentro desta, encontramos ainda mais dificultadores, além do analfabetismo - ou mesmo problemas de letramento - , aliados a uma situação muitas vezes clínico/neurológica restritiva de aprendizado, na grande maioria das vezes sem suporte clínico que melhore tal condição de vida. É com o intuito de atender pelo menos parte dessa população, presa entre a necessidade de conhecer e a obrigação de um certificado, o núcleo que pretendemos atuar.
Cabe aqui definir o que foi considerado letramento no presente trabalho, e para tal transcrevemos a excelente explicação:
“Há, assim, uma diferença entre saber ler e escrever, ser alfabetizado, e viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever, ser letrado (atribuindo a essa palavra o sentido que tem literate em inglês). Ou seja: a pessoa que aprende a ler e a escrever - que se torna alfabetizada - e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita - que se torna letrada - é diferente de uma pessoa que ou não sabe ler e escrever - é analfabeta - ou, sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da escrita - é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita.” (SOARES, 1999, p. 3).
Porém, antes de iniciarmos nosso trabalho propriamente dito junto às entidades e aos estudantes, coube-nos conhecer, pelo menos de forma bibliográfica, quem
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