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AVALIAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO PROCESSO REGULAR DE ENSINO DO COLÉGIO MUNICIPAL MARCELINO JOSÉ SOARES SANTA CRUZ CABRÁLIA – BA: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM SOCIOINTERACIONISTA

Por:   •  26/9/2017  •  6.330 Palavras (26 Páginas)  •  665 Visualizações

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Embora se perceba atualmente a coexistência dos diferentes modelos estruturais de atendimento a pessoas com necessidades educacionais especiais, é fundamental conhecer e aplicar corretamente o paradigma da inclusão que se constitui num desafio e implica sérias e urgentes mudanças de postura, desde a estrutura escolar até a estrutura da sociedade como um todo.

Enquanto no paradigma da integração busca-se, por meio de escolas especiais, entidades assistenciais e centros de reabilitação, a inserção do indivíduo no convívio social modificando-o, quando possível, para que ele possa se assemelhar ao máximo às demais pessoas com as quais convive, marginalizando-o e desrespeitando-o em suas diferenças, o paradigma da inclusão pressupõe a adequação de toda a sociedade que deve se organizar para garantir a todos os cidadãos todos os direitos que a legislação lhes confere.

Nesta perspectiva, não é a pessoa com necessidades educacionais especiais que deve tentar se igualar ao indivíduo dito “normal” para que possa conviver em sociedade e usufruir de seus direitos, mas a sociedade é que deve formular estratégias e instrumentos que garantam a esta população, o acesso direto e imediato a todos os recursos da comunidade, disponibilizando suportes de natureza social, econômica, física e instrumental.

Vencer a exclusão social é um desafio que em muito depende da escola e, é claro, de forma especial os professores que devem se preparar para atuar numa escola inclusiva onde os alunos aprendam a conviver com a diferença e se tornem cidadãos solidários. E, para que isso se torne realidade, deve-se não apenas criar condições para que as PNEE – Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais – interajam no meio, mas também fornecer-lhes os suportes necessários ao seu desenvolvimento e atuação como cidadãos; ação possível somente quando se incorporam os princípios de uma pedagogia forte que beneficie, sem distinção, a todas as crianças, assumindo que as diferenças humanas são normais e que o processo educacional deve ser adaptado à criança em respeito ao seu ritmo e suas diversas características, reduzindo, inclusive, o índice de desistência e repetência escolar.

Com base nessa proposição, refletir a avaliação enquanto prática pedagógica inerente ao processo de inclusão é fundamental. Sua aplicação nos traz uma visão da situação em que nos encontramos e nos permite o desenvolvimento de intervenções didáticas articuladas com coerência e eficácia; propicia a percepção da situação de contexto evolutivo não apenas em relação ao aluno, mas também em relação à necessidade de reflexão sobre a prática pedagógica do professor, avaliando também a ele próprio e ao processo por ele desenvolvido e até mesmo o sistema de ensino como um todo.

A avaliação é uma etapa necessária ao processo de ensino-aprendizagem por trazer uma visão ampla deste contexto, não deve ser usada para medir, excluir, mas para oferecer novas possibilidades e caminhos que facilitem a aprendizagem de todos os envolvidos no processo. Nesses termos é impossível privilegiar o conteúdo em detrimento do método, ou o contrário, pois eles se complementam à medida que, para um ter sentido, precisa se somar ao outro. Não há apreensão de conteúdo se também não houver um método para explorá-lo e vice-versa.

Desse modo, é preciso valorizar a dimensão e importância do planejamento das ações educativas voltadas especialmente para o processo avaliativo e para o permanente exercício da reflexão sobre a prática.

No contexto atual da educação nacional onde a Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, ocupa um espaço todo especial de discussão e implementação de políticas públicas faz-se necessário um consenso acerca das orientações para estratégias a serem utilizadas no processo de avaliação de pessoas com necessidade educacionais especiais.

Neste sentido, é fundamental a descoberta de parâmetros que norteiem o acompanhamento e a avaliação do desempenho evolutivo-cognitivo de crianças com necessidades educacionais especiais, neste caso, mais especificamente, aquelas que tem deficiência intelectual. É preciso articular as práticas de atendimento das necessidades educacionais e evolução do desempenho tanto cognitivo quanto sociointeracional destes alunos no atendimento especializado e no sistema regular de ensino.

Sob as lentes de Jesus (2004), Rosa (2003), Vigotsky (2007), Milanez (2010), dentre outros, discutimos a interação professor-aluno com deficiência intelectual no contexto da educação inclusiva bem como o processo de avaliação nesta perspectiva.

Considerando que toda reflexão e mudança devem pautar-se na possibilidade real e concreta de intervenção positiva e adequada na sociedade, por meio de processos contínuos de sociointeração, este estudo tem como objetivo responder a questões como: Que referenciais e parâmetros podem ser definidos e utilizados para nortear o processo de avaliação de alunos com Deficiência Intelectual nas primeiras séries do Ensino Fundamental? É possível inserir, de fato, o aluno com esta deficiência no ensino regular, garantindo-lhe o desenvolvimento cognitivo e social?

É muito comum aos educadores ouvir e até ler estratégias possíveis acerca de tais questões. Mas o que realmente funciona? E de que forma pode-se atender eficazmente a este público?

Há, na verdade, uma grande distância entre o que se define como diretriz para o processo de avaliação e aquilo que realmente funciona e atende aos preceitos da inclusão. Devido a isso o que percebemos em nossos contextos pedagógicos é uma promoção sem o menor compromisso com o desenvolvimento dos aspectos a serem trabalhados, quando não, na maioria das vezes, a reprovação, geralmente automática e desprovida de qualquer reflexão e embasamento teórico.

Procedimentos metodológicos

Enquanto procedimentos metodológicos definiu-se como sujeitos da pesquisa (ou participantes) o Diretor da Unidade de Ensino municipal de Santa Cruz Cabrália, denominada “Escola Municipal Marcelino José Soares”, os três Agentes Administrativos Escolares, 08 professores, dois pais de alunos com diagnóstico de Deficiência Intelectual e dois alunos que possuem Deficiência Intelectual.

A Escola foi inaugurada no dia 21 de março de 2005, está localizada no Bairro Vila Esperança popularmente conhecido como Geraldão, constitui-se como referência para a comunidade do bairro acima citado, tanto no aspecto geográfico como em relação ao desenvolvimento de várias atividades de interesse público.

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