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A Educação indígena no brasil

Por:   •  3/8/2018  •  1.442 Palavras (6 Páginas)  •  315 Visualizações

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“Conhecimento, para os Guarani, é expresso por meio da palavra Arandu: ara significa tempo, dia; ñendu quer dizer sentir, experimentar.” (BERGAMASCHI, 2007, p.07). Para os Guarani conhecimento é o tempo de experimentar, e esse tempo é indeterminado, pois pode-se conhecer a vida toda. Para eles há duas possibilidades de se aprender, segundo Bergamaschi (2007, p.07): “Uma está ligada ao esforço pessoal: é a busca, desencadeada pela curiosidade que se desenvolve na pessoa, desde pequena. A outra é revelação e se relaciona à primeira, pois, para receber a revelação das divindades”.

A partir desses conceitos vemos que a educação indígena está intrinscicamente relacionada a curiosidade. No relado de Bergamaschi vimos que para se aprender tem que perguntar, tem que ser curioso, e essa curiosidade estar relacionada com a observação, a aprendizagem concreta. É uma escola que se caracteriza por alunos com olhares curiosso diante de diversos assuntos, que não precisam estar chamando atenção. Os saberes ensinados são ensinados na e com relação a prática, tendo como exemplos várias situações de vida. Pais e familiares são muito bem vindos na sala de aula, ajudando seus filhos e parentes e acrescentando seus saberes nas aulas.

O reconhecimento dessas escolas é onde está o problema. Como existem várias tribos indígenas e cada uma delas tem sua cultura ,sua lingua e seus costumes próprios, isso devia ser respeitado pelas autoridades, ajudando assim a mater a diversidade cultural das tribos indigenas. Porém, como a educação é vista como unitária, em que todos que passaram por determinada fase deve deter certo conhecimento, essa diversidade é deixada de lado, e o que surge é a discriminação dos povos indígenas.

Oliveira e Nascimento (2012) relatam sobre o modelo de educação imposto em algumas tribos indígenas: “Ainda que matizado por certas rupturas, no que se refere às ações educativas e práticas indigenistas correlatas presentes ao longo deste período, nele os modelos de educação escolar são, de um modo geral, "externos" às realidades sociais desses povos.”(p. 03).

A civilização e a nacionalização desses povos, seria o principal objetivo das políticas educacionais voltadas as tribos indígenas. Com a implementação do SPI (Serviço de Proteção ao índios), a educação escolar teve um papel privilegiado de integrar os indígenas à estrutura econômica do país, sentimento de comunhão nacional, além de civilizar esses povos, segundo Oliveira e Nascimento.

O SPI não levava em consideração as diversidades culturais das tribos indígenas, depois de fazer muitos planos e nenhum ter dado certo, o serviço foi substituido em 1967 pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Mesmo que a FUNAI tivesse surgido da ditadura militar e que os interesses dessa fundação se vinculariam, inicialmente, das questões de desenvolvimento econômico e da defesa social, posteriormente se assemlehou com a SPI e foi orientada por políticas de integração dos povos indígenas à nacionalidade. Mas, persistiu em transformar os indígenas em brasileiros.

Em 1967 a FUNAI insistiu na questão indigenista “(...) no sentido de sua conservação, ampliação e valorização (...)promover a educação de base apropriada do índio visando à sua progressiva integração na sociedade nacional”. (OLIVEIRA; NASCIMENTO. 2012, P.10)

Mesmo que a FUNAI tenha sido marcada por um papel ambíguo na questão educacional, apresentou continuidade no que diz respeito de assimilar os indígenas à sociedade nacional, civilizando-os, porém, por outro lado, reconheceu a importâncias das línguas nativas nos processos de alfabetiização, implantando o processo de educação bilingue, o que aliviou muitas comunidades no sentido da extinção da lingua materna.

Conclusão

Como vimos, os povos indígenas sofreram desde a época da colonização e até hoje lutam pelo seu espaço. Várias políticas públicas e a sensibilização das pessoas pela causa indigenista levaram as tribos indígenas a ganharem um pouco mais de espaço na sociedade brasileira.

O problema de querer civilizar o índio, de integrá-lo a sociedade e o desrrespeito a pluralidade cultural levaram as políticas públicas a repensarem em seu papel e em suas leis.

Depois de tanta luta, os indios ganharam seu espaço, conquistando a implementação de escolas bilingues nas tribos com parcerias com ONG’s e Universidades para a formação dos índios para lecionarem nas escolas. Mas, a luta não para por ai, devemos respeitar e reconhecer que os povos indígenas fazem parta da história de nosso país, repeitando mais seua diversidade cultural.

Referências

OLIVEIRA, Antônio Luiz; NASCIMENTO, Rita Gomes. Roteiro para uma história da educação escolar indígena: notas sobre a relação entre política indigenista e educacional. UNICAMP: São Paulo, 2012.

BERGAMASCHI,

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