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A Educação das mulheres no brasil

Por:   •  22/12/2018  •  2.707 Palavras (11 Páginas)  •  324 Visualizações

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1. A MULHER NA HISTÓRIA.

Este capitulo tem como objetivo mostrar como se deu a entrada das mulheres na educação Brasileira, buscando compreender como se deu seu início na história, para que se possa entender a situação hoje das mulheres no âmbito educacional. Para uma melhor discussão acerca da educação da mulher no Brasil é fundamental contextualizarmos a sua origem, considerando que a história não relata em uma cronologia especifica, mas mostra como aconteceu esse desenvolvimento. Para que se possa entender como aconteceu este processo no Brasil, é de suma importância analisar como a mulher era vista na sociedade, que sempre foi considerada “machista”, onde a mulher sempre foi vista com a única função que era cuidar da casa, filhos e marido. A autora Aranha (1996) afirma que em todas as esferas da sociedade, seja ela rica ou pobre, suas mulheres eram confinadas e a elas já era destinada ser cuidadora do lar, pois eram consideradas sem vocação alguma tanto para os negócios como para a política. Beauvoir (1970, p.98) acresce que a mulher não era considerada um companheiro para o trabalho sendo assim exonerada do mitsein humano “[... O fato de a mulher ser fraca e com capacidade inferior de produção não explica a exclusão...]” nesse mesmo contexto de mulher como ser fraco e sem talento Ribeiro (2000 p.79) afirma que: ”[...tanto as mulheres brancas, ricas ou empobrecidas, como as negras escravas e as indígenas, não tinham acesso a arte de ler e escrever...]” Assim verifica-se que “ as mulheres eram desprovidas” de qualquer tipo de atividade que envolvesse o mundo masculino, inclusive o direito a educação lhes era vetado, no Brasil Colonial, os Jesuítas apenas catequizavam os índios e os filhos dos colonos excluindo assim qualquer envolvimento feminino, nos 322 anos que durou este período indo de 1500 a 1822, época em que o Brasil foi colônia de Portugal não existiu não existiu nenhum tipo de educação feminina no quesito alfabetização, pois as mulheres eram consideradas seres inferiores, pois Portugal vivia a cultura ibérica, onde transportaram-na para o Brasil. Ao longo da história do Brasil vemos todo o tipo de luta de classes, dentre essas lutas vemos uma que pode se considerar de suma importância, que é a luta da mulher para encontrar o seu lugar e espaço no mundo, em todos os âmbitos da sociedade. Seja no mercado de trabalho, na sociedade em si, e mais precisamente na educação.

Essa luta tem seu início mais precisamente no século XIX, até então as mulheres eram destinadas apenas aos afazeres domésticos, cuidar de seus maridos, dos filhos e de tudo aquilo que envolvia o seu lar, sem ter direito a nada sua única atividade de vida era está, ser submissa ao seu marido em todos os aspectos. Toda mulher que nascia já tinha o seu destino traçado ali no ato do seu nascimento, ou seja, sua vida já estava definida, sem ter o poder da escolha, seu futuro seria o convento, ou caso não fosse tinha o direto de se casar, mas seu futuro marido, quem escolheria era o pai, que avaliaria seu futuro genro pelo gordo dote, número de fazendas, e assim por diante, da maneira que a ele lhe convinha. As mulheres não tinham direitos algum se quer, não cuidavam dos negócios da família e nem poderiam se envolver política, pois eram consideradas sem vocação para tal. Aprender a ler e escrever também lhes era vetado.

2. EDUCAÇÃO DA MULHER NO BRASIL

Com a visão de viver-se em um mundo que sempre foi machista, isto vem desde os tempos mais remotos da humanidade, onde o “macho” era o provedor, protetor, capacitado com toda a força e poder, reservando assim a mulher o ser frágil, debilitado, sem habilidade alguma a não ser servir o seu companheiro, e cuidar da sua casa. Vista apenas como a genitora e cuidadora do lar, filhos e marido, à mulher, era vetado muitos direitos inclusive o da educação. Essa luta pela desigualdade a qual se encontrava perdurou-se por muitos anos, mudanças significativas foram acontecer apenas no final do século XX, ainda no século XVI ao XIX, na época do Brasil colônia, com a educação Jesuítica evidente no Brasil, as mulheres não tinham direito a alfabetização, era excluída desse processo que era prioridade apenas dos índios e filhos “homens” dos colonos, nesse contexto aranha diz que:

No brasil colonial, os Jesuítas se ocupavam, de um lado, com a catequização dos índios e, de outro, com a formação dos filhos dos colonos. Nenhuma educação formal era reservada as mulheres. Geralmente analfabetas, nos primeiros tempos da colonização muitas delas nem sabiam falar o português, usando a língua dos índios conhecida como “língua geral”. (ARANHA,1996, p.94)

Com a educação voltada apenas ao sexo masculino, RIBEIRO (2000) diz que:

A educação “letrada”, no entanto, estaria reservada ao sexo masculino, e a incumbência de tal fato foi de responsabilidade exclusiva dos padres da companhia de Jesus. Até 1627, somente duas mulheres de São Paulo sabiam assinar o nome. (RIBEIRO, Arilda Inês Miranda. Mulheres educadas na colônia. In: 500 anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte: autêntica, 2000. pp.79-94, pag. 81)

Desprotegidas por não saberem ler e escrever muitas mulheres que possuíam grandes bens matérias na época, estavam expostas a todo o tipo enganação proveniente dos homens, pelo fato de serem analfabetas muitas foram vítimas da falsificação de documentos testamentais ou escriturais, onde seus bens passavam a pertencer ao seu marido, ficando assim na falência. Mais precisamente nos anos 1678 e 1685, em casos raros, algumas mulheres foram educadas em conventos, pois os mesmos eram destinados apenas a famílias de grande poder aquisitivo, onde se ensinava como ser prendada em casa e o básico que, era ler e escrever, não passando disso. O convento também serviu de refúgio para muitas que na época não queriam casar com algum prometido ou as que queriam viver para “Deus”. NUNES (2004) diz que:

Os conventos e recolhimentos não foram apenas espaços de submissão. As mulheres também os utilizaram a seu próprio favor em muitas situações: para escapar de um casamento não desejado, para realizar seu desejo de viver piedosamente. Houve aquelas que refugiadas, no claustro, pediram o divórcio de maridos que as maltratavam fisicamente ou dissipavam sua herança. As casas religiosas foram ainda, por muito tempo, um dos poucos lugares em que as mulheres aprendiam a ler e escrever. ”. (NUNES, Maria José Rosado. Freiras no Brasil.in História das mulheres no Brasil, v. 9, p. 482-509,2004, p.488)

A história começa a criar novos rumos em 1808, ano em

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