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O TRABALHO DOCENTE NOS DIAS ATUAIS

Por:   •  28/12/2017  •  4.439 Palavras (18 Páginas)  •  550 Visualizações

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Na escola, o trabalho é prazeroso. O trabalho é o próprio sujeito que se faz sujeito humano. É de suma importância ressaltar que aqui não precisa ser vigiado. A nobreza de ser professor é ser produtor da humanidade e requer responsabilidade e reflexão do seu papel. Como e que sujeitos estamos formando?

A família e a escola, na figura do professor, tem o dever de formação dos sujeitos. No senso comum afirma-se que a família educa e a escola ensina, mas é preciso quebrar este paradigma.

Para entender o conceito do senso comum do que é educação, primeiramente, é necessário refletir sobre a educação que é dever da família e do Estado afirmado anteriormente neste capítulo.

Na linguagem comum, educação é normalmente associada a ensino, quer para servir-lhe de sinônimo, quer para dele diferenciar-se[...] quando se associa ao campo de valores e das condutas, aquela por meio da qual se propicia ao educando formação moral e disposição à prática de bons costumes, e se associa o ensino à “passagem” de conhecimentos e informações, contidos nas disciplinas teóricas ou nas ciências de um modo geral e que são úteis para a vida em geral ou para o exercício de uma ocupação.(PARO, 2014, p.20)

Essa visão do senso comum é encontrada também em trabalhos acadêmicos. No primeiro caso, é comum ouvir que é dever da família educar e o da escola é de instruir. O papel do professor é muito maior do que transmissor de conhecimento.

PARO (2014, p. 23) afirma que em seu sentido mais amplo, a educação consiste na apropriação da cultura” Dessa forma, amplia-se os chamados conteúdos da educação, muito além do senso comum e da escola tradicional, em que o professor explica um conteúdo, de forma estática. Cultura envolve conhecimento, informações, valores, crenças, ciências, arte, tecnologia, filosofia, direito, costumes, tudo que o homem produz. Paro (2014) afirma que o aluno precisa ter a sua personalidade transformada, isto é, de nada adianta se formar em medicina, se esta pessoa não sabe respeitar as leis de trânsito, tenta tirar vantagem de forma desonesta, que não tem solidariedade, não tem senso de cooperação, princípios que norteiam a educação para a formação cidadã, para atuar no mundo, de forma crítica, política e estética.

Então para transformar a personalidade do aluno, a aprendizagem precisa fazer sentido para o aluno. Coll (1997) afirma que a aprendizagem precisa ter relação com a vida do aluno para ter êxito. O foco sai do conteúdo e passa a ser a maneira de passar a informação de forma a garantir a aprendizagem. Precisa-se, identificar os fatos, conceitos e princípios que serão propostos; os procedimentos a considerar e os valores, normas e atitudes indispensáveis. Ele ainda afirma que a família deve fazer parte desta responsabilidade, pois os conhecimentos prévios dos alunos faz parte do processo de ensino e deve ser a base inicial da estratégia de ensino. O que importa é que o aluno realmente aprende. Ele estende a responsabilidade não só o envolvimento da família, mas dos próprios alunos, dos funcionários, dos coordenadores e dos diretores. Coll (1997) defende a funcionalidade do currículo escolar baseado no desenvolvimento dos temas transversais, pertinentes em todas as áreas do conhecimento. Esse desenvolvimento garante a reflexão da prática da vida com base no conceito de cidadania. A ética, o meio ambiente, o trabalho , a saúde, o consumismo, a sexualidade, a diversidade cultural são temas que fazem parte de todas as áreas do conhecimento. Essa reflexão deve vir de todos os envolvidos com o processo educacional, pois estão questões referem-se ao modo de se relacionar com o mundo contemporâneo e faz parte das questões da atualidade. Refletir para re-pensar, e pensar para mudar ideias preconceituosas, cristalizadas que a sociedade perpetuou mas que urgentemente precisam ser mudadas.

- O TRABALHO DE PROFESSOR

Paro (2014) afirma que o produto do trabalho do professor é formar sujeitos humanos. A Educação é um processo de trabalho. Ele visa um fim, e também o objeto de trabalho que é o educando. O educando tem transformada a sua personalidade.

O objeto de trabalho só se dá se o objeto de trabalho for o sujeito (sujeito-histórico), conforme afirma FREIRE (p. 7, 2002) “É a convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos sócios-históricos-culturais do ato de conhecer”.

É imprescindível que a condição do educando que é aprender seja assumida pelo professor, senão, não é preciso professor. Presenciam-se atualmente nas mídias instantânea muitas informações, então, podemos afirmar que o professor não é mais o detentor do conhecimento,

conforme visão tradicional de ensino. Não é mais cabível essa forma de agir, as informações estão em todos os lugares. A educação bancária, conforme afirma Freire (2002) em que o educador transmite informação, e seu aluno apenas escuta é inviável quando se almeja a autonomia deste sujeito. Só se é bom líder quando você forma outros lideres, e não discípulos. Alves (2004) afirma que o sujeito precisa descontruir o que se sabe para aprender a ver corretamente. É preciso descontruir para construir novas ideias.

2- QUAL A POSTURA IDEAL DO PROFESSOR PARA UMA EDUCAÇÃO AUTÔNOMA.

A educação é para libertar e não para domesticar, conforme afirma Freire.

É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao for-mar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem forrar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém.(FREIRE, p. 12, 1994).

Sendo assim, podemos afirmar que algumas posturas arcaicas devem ser revistas e derrubadas nas práticas docentes. Não se pode fazer as coisas do mesmo jeito e aguardar resultados diferentes.

É preciso conhecer o aluno, é preciso se relacionar com esse aluno. O aluno precisa entender e fazer parte do seu processo de aprendizagem. Eles devem se autoavaliar dentro do processo de aprendizagem e não práticas

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