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Língua Portuguesa (Olavo Bilac)

Por:   •  27/2/2018  •  920 Palavras (4 Páginas)  •  377 Visualizações

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Quanto as rimas, são compostas por interpoladas/opostas, ou seja, o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo rima com o terceiro. Denominamos assim ABBA, e também por alternadas/cruzadas, ou seja, quando rimam os versos ímpares (1º com o 3º, etc.) e os pares (2º com o 4º, etc.), denominamos assim ABAB. Sua acentuação é tônica, presente em palavras de origem grave ou feminina e, suas rimas são perfeitas, pois há correspondência completa na coincidência sonora. Vejamos no quadro abaixo:

[pic 9]

Conforme explicado acima acerca de coincidência sonora, temos os seguintes exemplos a seguir: BELA/VELA/SINGELA/PROCELA; SEPULTURA/IMPURA/OBSCURA/TERNURA (INTERPOLADAS), AROMA/IDIOMA; LARGO/AMARGO; FILHO/ BRILHO (ALTERNADAS).

Por último, quanto a questão morfológica, são encontradas rimas ricas, pois pertencem à diferentes classes gramaticais. Observando o mesmo quadro acima, podemos analisar quatro palavras pertencentes a certas classes de palavras:

Ex: Bela (adjetivo); Vela (verbo); Sepultura (substantivo); Impura (adjetivo).

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ASPECTOS TEMÁTICOS

Quanto ao poema em si, sabemos que Olavo Bilac era nacionalista e lutava por uma identidade nacional, portanto, encontramos ao ler o mesmo uma exaltação à língua pátria. Além disso, devemos considerar na maioria das vezes o contexto sócio histórico em que um poema é escrito, pois, nesse caso, podemos observar o que a língua representa para o autor: uma prova de cidadania, porque o país sofria por uma grande mudança de regime do imperialismo para a república. Por fim, Bilac discorre a beleza e importância da língua se analisarmos a trajetória e evolução da mesma.

“A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo”. (Olavo Bilac)

A língua portuguesa foi a última formada do Latim Vulgar, falada na Itália, mais precisamente na região do Lácio. Encontramos então a metáfora presente no primeiro verso, pois o autor compara nossa língua com uma flor bela. Além da metáfora, temos também o paradoxo que diz respeito à contradição lógica, visível no verso “És a um tempo, esplendor e sepultura”, pois é entendido que conforme uma língua surge, a outra se vai, a língua portuguesa vai ganhando uso e o Latim caindo em desuso.

A língua, mesmo apresentando alguns aspectos de impureza e/ou falta de elaboração, é consagrada por Bilac que a encara como uma pedra preciosa a ser descoberta. Tal afirmação se torna mais visível nos versos “ouro nativo que na ganja impura a bruta mina entre os cascalhos vela”.

Outra figura de linguagem presente na obra é a Sinestesia que consiste em agrupar e reunir sensações originárias de diferentes órgãos do sentido: audição, visão, paladar, olfato e tato. Tais aspectos são encontrados nas palavras clangor (som), aroma (olfato) e oceano largo (visão). Além disso, Bilac utiliza-se do contexto histórico ao mencionar ao oceano, pois foi por meio dele e das cavalarias que a língua portuguesa se instaurou no Brasil.

Como dito no início, Olavo era nacionalista e seu poema demonstra o amor que tem à pátria e à língua. No último verso da terceira estrofe fica claro tal afirmação, pois o mesmo evidencia seu amor por uma língua que precisava ser aprimorada e de difícil implantação, afinal, ao fazer isso, seria necessário destruir a língua de uma outra cultura. “Amo-te, ó rude e doloroso idioma”.

Por fim, na última estrofe Bilac faz uma menção a Camões que escreveu uma epopeia que retrata os feitos grandiosos de Portugal durantes suas conquistas ao mar em “Os Lusíadas”. Olavo também enfatiza as sensações que a língua causa, seja de uma mãe chamando sutilmente o filho como na tristeza dos que não podem estar na pátria amada. Bilac impõe-se ao dizer

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