A NECESSIDADES DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA VISANDO O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ
Por: kamys17 • 23/12/2018 • 3.077 Palavras (13 Páginas) • 501 Visualizações
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Os elementos supracitados não se restringem ao ambiente ao qual esta pesquisa pretende abranger. Podemos tomar como parâmetro tese de doutorado de Leandra Ines Segafredo Santos, desenvolvida pala Universidade Estadual Paulista. Em seu estudo, a autora descreve e discute os conhecimentos necessários à formação do docente para atuar com a língua inglesa nos anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas. Ela pesquisou os métodos utilizados por docentes, com diferentes formações, que lidam com questões linguísticas, teórico-metodológicas e socioculturais presentes no processo de ensino aprendizagem da língua inglesa. Como resultado, a autora identificou que o papel é marcado por um caráter desafiado, mediante a ausência de formação docente específica àquela realidade.
O referido é de fundamental importância para identificarmos os vários desafios inerentes ao ensino de língua inglesa na educação pública. Todavia, o trabalho que pretendemos desenvolver vai para além do recinto genuinamente escolar, pois, ratificando a imprescindível importância da formação docente nos processos escolares, não podemos nos restringir a isto, uma vez que as dinâmicas escolares são resultados de diversos outros fatores. Um breve exemplo são as políticas empregadas pelas secretarias de educação, pois numa sala de aula com mais de 40 alunos, como ocorre no município de Humaitá-AM, é variação de suma importância em qualquer processo de análise, caso queiramos visualizar de modo mais amplo este tipo de objeto.
Sendo assim, faz-se necessário um estudo mais apurado sobre as causas que, de algum modo, implicam no baixo grau de conhecimento dos estudantes na disciplina de língua inglesa. Além do mais, cabe ressaltar que, como se trata de um estudo de caso, seus resultados podem se desdobrar em propostas de melhorias no sistema educacional do município.
OBJETIVOS
- GERAL:
Investigar as causas do baixo percentual de aproveitamento dos estudantes do primeiro ano letivo do IFAM-Humaitá na disciplina de língua inglesa.
- ESPECÍFICOS:
- Investigar o entendimento profissionais sobres as políticas educacionais brasileiras no que diz respeito ao ensino-aprendizagem de língua estrangeira na escola regular.
- Mapear as condições estruturais e recursos materiais disponíveis para os profissionais de língua inglesa educacional do município de Humaitá-AM.
- Entrevistar os professores de língua inglesa no que se refere às suas práticas.
- Entrevistar os alunos do primeiro ano do ensino médio IFAM-Humaitá acerca de suas experiências na língua inglesa no ensino fundamental.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E DESENVOLVIMENTO
Em primeira instância, é importante ter em vista que o trabalho com línguas modernas vai para além das questões escolásticas. Ela perpassa pelos aspectos da língua e da linguagem como categorias intrínsecas às características propriamente humanas.
Tomando como referência as contribuições de Bakthin (1981), pode-se dizer que a realidade fundamental da língua está na interação verbal. Em outras palavras, a língua constitui a base cognitiva dos seres humanos, que permite ter habilidades de construir, transmitir, receber e interpretar mensagens com conteúdo de sentido. Neste sentido, recai-se sobre nossas ambições de pesquisa uma primeira problemática que é estabelecer um nexo indissociável entre situações linguísticas e interações sociais.
Sendo assim, mediante este primeiro referencial, ressaltamos a premissa que não focarmos apenas no recinto escolar – ou melhor, na sala de aula –, uma vez que as questões inerentes à aprendizagem se situa no contexto sociocultural (de vida) das pessoas, algo que está para além das intermediações docentes.
Ainda nesta diretriz, para Edwings Maria Morato, linguagem não apenas é “estruturada pelas circunstâncias em referências do mundo social; é ao mesmo tempo estruturante do nosso conhecimento e extensão (simbólica) de nossa ação sobre o mundo” (2011, p. 317). Ou seja, a autora nos traz o entendimento da linguagem como atividade constitutiva do conhecimento humano, algo inerente à nossa ontologia, ligada à construção de sentidos que o uso da língua permite aos participantes do discurso, em um contexto histórico das relações sociais.
Não é demais recordar que, quando se propõe a ensinar ou aprender uma de língua estrangeira, exige-se alguns esforços. Para Jacobs (1999) “aprender um idioma estrangeiro é tarefa árdua e exige muito mais de que um simples contato com uma grande quantidade de regras. É preciso se posicionar diante desse desafio” (p.8). Que desafios são esses? Pelo que já conhecemos sobre ensino de línguas estrangeiras, precisamos nos referir as Políticas Linguísticas do Brasil, as quais necessitam ser estudadas, relembradas e discutidas com um fim de melhorar cada vez mais as práticas docentes do ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras modernas nas escolas regulares.
O ensino-aprendizagem de línguas estrangeira tem sido uma das áreas de grande crescimento em todo mundo, devido à necessidade de se aprender outros idiomas para atender às exigências de uma sociedade globalizada, na qual a habilidade comunicativa tornou-se algo de importância imprescindível.
Richards & Lockhart (1996) afirmam que o professor é a chave para motivação e condução do aluno ao estudo do idioma. Assumindo para si esta responsabilidade, o professor proporciona um aprendizado com atividades que envolvam o aluno, mantendo a comunicação, a interação naquilo que está sendo ensinado e privilegiando o desenvolvimento das habilidades fundamentais para o aprendizado da língua; porém, respeitando suas limitações, além de agir como ser motivador no processo de ensino-aprendizagem da língua estrangeira.
A perspectiva desses autores, que abordam uma temática específica – no caso, o processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira –, ganha mais relevo quando a permeamos pelas variantes teóricas de Vygotsky. Para este, a linguagem é usada para realizar algo no mundo. Neste sentido um ponto de ancoragem de sua teoria é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que consiste na distância entre o nível de desenvolvimento real ou efetivo e o nível potencial.
No caso do público-alvo que pretendemos abordar na pesquisa, por mais que o nível de conhecimento em língua inglesa seja restrito,
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