Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Política colonial portuguesa para a ocupação de Moçambique

Por:   •  25/11/2018  •  2.275 Palavras (10 Páginas)  •  321 Visualizações

Página 1 de 10

...

A volta dos prazeiros, encontravam – se os chuangas, inspectores que residiam junto dos mambos e fumos, e davam noticias irregulares aos prazeiros. Existiam também nos prazos algumas crença e convicções tais como muári, beberagem que se acreditava poder mostrar a culpabilidade de alguém num determinado delito ou numa acusação de feitiçaria, e, como consequência desta crença surgiram os choriros, rituais do caos pela morte de um prazeiro.

Contudo, no séc. XVII, em função das contradições entre a classe dominante e o campesinato, o peso político crescente dos prazeiros e as contradições dentro da classe dominante, do Mwenemutapa reinante, Changamira Dombo, mandou fechar as minas do estado e, em 1693, presidiu a uma guerra que, em dois anos, expulsou os Portugueses do planalto do Zimbabwe, chegando assim o fim do período áureo.

Os A-Chicundas – actividades

Os A-Chicundas eram os exércitos dos Prazos e tinham como Principais actividades: Proteger as fronteiras dos estados ou Prazos contra as ameaças externas; sufocar revoltas internas; atacar os estados vizinhos para a obtenção de escravos; capturar, a nível interno, escravos para vender.

Colapso dos Prazos

Dentre vários factores que ditaram o colapso dos prazos, sublinhamos alguns: perante a tamanha procura de escravos, os proprietários começaram a vender os camponeses, de quem dependia agricultura, e ainda, exportar os próprios A-chicundas, militares cativos de quem dependia a protecção dos prazos. Estes, em fuga, organizaram – se em bandos predatórios e atacaram os prazos, destruindo as redes comerciais do sertão.

Esta situação veio agravar – se em 1830, com os ataques dos militares, Nguni vindos do sul de Moçambique (Estado de Gaza). Estes até 1840 haviam ocupado 28 casos nas terras de cena, Manica, Báruè e Luabo, capturando camponeses, queimando povoações e cobrando tributos. Assim, começou a decadência desenfreada e incessante dos prazos, tendo os últimos decaídos nos anos 40 do sec. XIX. E, como resultado deste fenómeno, surgiram famílias luso – afro – indianizadas que formam novos prazos ou dinastias ao longo das margens do Zambeze.

De principio Vaz da Cruz alugou dois prazos na região entre os Luenha e Zambeze e mandou construir uma aringa para a sua defesa dos Nguni. Posto isso, começou a praticar o comércio de escravos e a cobrar impostos aos comerciantes que passavam no seu território. Morto Vaz da Cruz (1855), sucedeu – lhe o seu filho António Vaz da Cruz, mais conhecido por Bonga, isto, é gado bovino. Como outros prazeiros, Bonga recusava – se a pagar tributos ao rei de Portugal, pois considera – se rei o senhor do seu próprio prazo. Além da dinastia Massangano, surgiram outros estados no vale do Zambeze, como o gorongoza fundado por Manuel A. De Sousar; Macanga fundado por Caetano Pereira; Massingire fundado por Vaz dos Anjos; Kololo, fundado em 1856. São estes estados que posteriormente se transformaram nos Estados Militares do vale do Zambeze.

Resistência do Povo Moçambicano à Ocupação Efectiva: 1895-1920

Sul de Moçambique

Matibjane, chefe de Zixaxa, e Munguduane e chefe de Moamba, recusaram a aliança com os Portugueses e juntaram-se aos guerreiros de Mahazula. Face aos ataques destes, Portugal envia mais exércitos chefiados por António Enes ao governador de Lourenço Marques, Mouzinho de Albuquerque.

Foi neste contexto que Ngungunhane, imperador de Gaza, foi preso a 28 de Dezembro de 1895 e, juntamente com Matibjane, foi deportado para o arquipélago dos Açores, onde viria a morrer em 1906. Assim, o domínio português começa a afirmar-se em Moçambique.

São causas das derrotas: a superioridade das armas dos Portugueses em relação às dos Moçambicanos; a falta de unidade entre os Moçambicanos; e também a traição de alguns chefes nativos.

Centro de Moçambique

Esta zona tinha um elevado grau de militarização das formações políticas da região herdada do período de caça e do tráfico de escravos. Daí que Portugal, para vencer esta região, teve que pedir muita ajuda, quer interna, quer externa e grande mobilização de recursos bélicos. Báruè (fruto da desagregação Mutapa) criou muitos problemas aos Portugueses, que conseguiram dominá-lo recorrendo ao recrutamento de tropas em Angola, Lourenço Marques, Nguni e ao Auxílio militar da Rodésia e da Niassalândia, em 1902. Báruè só viria ser subjugado no ano de 1917.

Norte de Moçambique

Na região Norte de Moçambique são notórios, na resistência à ocupação portuguesa, os Namarrais, então habitantes de Monapo e da Ilha de Moçambique, com destaque para os chefes Mucutu-Muno e Ibraimo. Outros chefes a destacar são: Farelahi, em Angoche; Mataca, no Niassa, e Mussa-Quanto, em Nampula. O ataque a Parapato, em 1905, levou à destruição de vários armazéns e quartéis portugueses. Farelahi foi preso em 1910 e deportado para Guiné onde veio a morrer em 1912.

Por vias fluviais, os Portugueses conseguiram dominar Nampula (1890-97), Cabo Delgado (1890) e Niassa (1920).

A Luta pela Independência em Moçambique

Nos anos que precederam a criação de FRELIMO, Portugal tinha poucos desafios a enfrentar no continente africano, em geral e em Moçambique, em particular. Mas com a criação de FRELIMO, em 1962, Portugal sentiu-se obrigado a estar na contra-ofenciva, de modo a conter as manifestações e revoltas pacíficas emergentes em particular no Norte de Moçambique. Assim, o colonialismo português usou todos os meios para as sufocar: desde massacres, torturas, prisões, deportações de populações e até aproveitamento das rivalidades étnicas, etc. A 16 de Junho de 1960, por exemplo, verificou-se o massacre de Mueda, com o qual o povo moçambicano confirmava a impossibilidade da obtenção da independência por meios pacíficos sendo a luta armada a única via para alcance da independência para Moçambique.

No final da década de 1940 e início da década de 1950, existiram em Moçambique grupos para lutar contra o colonialismo português: NESAM (1949); UDENAMO, MANU, e UNAMI (1959-61). Destes grupos viria a surgir a FRELIMO, em 1962, em Dar-es-Salam na Tanzânia. Foi com este movimento (FRELIMO) que me 25 de Setembro de 1964 se iniciou a luta armada de libertação de Moçambique e outros tipos de manifestações contra a dominação colonial portuguesa.

Uma das principais

...

Baixar como  txt (15.1 Kb)   pdf (62.9 Kb)   docx (18.8 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no Essays.club