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O IMPERIALISMO - RUPTURAS E PERMANÊNCIAS

Por:   •  7/12/2017  •  2.146 Palavras (9 Páginas)  •  352 Visualizações

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Mariutti (2013) destaca que o militarismo e o imperialismo se confundem nesses casos, pois não só ocorre uma dominação política e/ou econômica, mas uma dominação da nação sob a imposição de força armada, de forma que esses países não têm a possibilidade de reagir sem que ocorram conflitos cada vez mais violentos.

O mais relevante é que esses conflitos em busca da dominação sobre países subdesenvolvidos são financiados pela própria população, por meio do pagamento de impostos, ainda que essas pessoas sejam contrárias a essa postura por diferentes motivos. Além disso, releva esclarecer que nos países subjugados surge uma insatisfação e certa aversão aos países que impõem sua vontade e, assim, o clima entre eles jamais será totalmente pacífico. (AMIN, 2005).

Sob este prisma, Bugiato (2007) destaca que é preciso que se desenvolva a percepção de que a dominação dos países desenvolvidos sobre o subdesenvolvidos não assegura uma supremacia, um poder incontestável. Eventualmente, poderá ocorrer que esses países subjugados venham a rebelar-se e os conflitos voltem a se acentuar.

O estudo do imperialismo contemporâneo configura-se, assim, como uma atividade essencial em todas as sociedades do mundo, para que as sociedades desenvolvidas compreendam que não estão se firmando como superiores, enquanto as sociedades subdesenvolvidas precisam compreender que essa dominação não é uma atividade adequada, que deve ser repudiada e rechaçada, sem a imposição de força, mas por meio do fortalecimento das políticas internas.

Mariutti (2013), em concordância com o que destacou Bugiato (2007), afirma que do século XIX para o século XX as tensões entre os países envolvidos nesse imperialismo contemporâneo vêm se acentuando. Apesar das mudanças de algumas características do imperialismo passado para o presente, a dominação dos mais fortes sobre os mais fracos nunca deixou de acontecer, de modo que algumas nações, desde a antiguidade, sofrem alguma forma de dominação pelos países desenvolvidos e se revoltam diante dessa realidade.

Bugiato (2007) analisou os estudo de Hobson a respeito do tema, identificando que o autor sempre buscou enfatizar a necessidade de reduzir os conflitos e estabelecer a paz entre as nações, já que os conflitos armados, ainda que levem uma nação a predominar sobre a outra, trazem muito mais gastos e prejuízos do que lucros ou benefícios.

De fato, o imperialismo, aparentemente, não traz vantagens para nenhuma das nações envolvidas, apenas para alguns setores da economia dos países dominantes, geralmente aquelas que fornecem materiais para que esses conflitos não tenham fim. Todos os demais são afetados de forma muito negativa, já que pessoas morrem, cidades são destruídas, feridos não podem voltar a trabalhar, além do fato de que muito mais civis do que militares são atingidos negativamente por esses conflitos. O imperialismo atinge diretamente a democracia nos países dominados, conforme destaca Bugiato (2007) e Mariutti (2013).

Faria (2015) afirma que existem diferentes posicionamentos e percepções a respeito desse imperialismo hodierno, no qual não há a dominação territorial, ou seja, um país não desapropria terras de outro, no entanto, um país invade outro, interfere em suas atividades econômicas e políticas, impõe suas concepções, satura o mercado com produtos dos quais deseja se desfazer, e impões uma desapropriação diferenciada, a desapropriação do poder de decisão desses países.

A guerra teria como intuito primordial permitir essa dominação, ainda que seja conduzida sob diferentes rótulos, já que estes são usados para justificar uma ação incorreta e violenta, o conflito armado. Todavia, a guerra não tem a capacidade de conduzir a paz, ao contrário tudo que ela faz é gerar contra-reações no caso de países que possuem armamento suficiente para tanto, enquanto nos países que não podem reagir a guerra causa sofrimento, insatisfação e aversão aos países dominantes. (FARIA, 2015; MARIUTTI, 2013).

“Assim, a corrida armamentista gera um mecanismo de retroalimentação que a torna hiperbólica e, portanto, qualquer agressão pode detonar um conflito generalizado”. (MARIUTTI, 2013, p. 13).

O mais importante nesse ponto é destacar que a rivalidade entre as partes tende a se fortificar, não apenas permanecer ao longo dos anos, mas também se intensificar, sendo transmitida entre as gerações e tomando parte da própria cultura dos países explorados, invadidos e subjugados como se não tivessem nenhum direito de decisão sobre suas políticas internas.

É a crença “irracional” de que o progresso econômico está ligado ao controle direto de recursos que alimenta o militarismo e gera uma paranóia generalizada: os Estados se preparam continuamente para a guerra, sobretudo por temerem que seus vizinhos possuem intenções hostis. Logo, unilateralmente, cada estado legitima a expansão do seu próprio poderio militar como uma resposta ao mesmo comportamento – ou expectativa de comportamento – dos seus rivais. (MARIUTTI, 2013, p. 13).

Em um sistema capitalista, como o sistema de governo e de economia que prevalece na sociedade atual, a dominação não traz vantagens para as partes. A obtenção de lucros é essencial e uma busca constante de todos os países, todavia, quando essa acumulação tem por base a exploração e a imposição de força, ela torna-se injusta e parcial, beneficiando alguns enquanto outros ficam cada vez mais distantes da estabilização financeira da qual necessitam.

Com foco na realidade brasileira diante do imperialismo contemporâneo, insta destacar que o país já foi deveras explorado no passado pela coroa portuguesa, fato que não se dá mais atualmente, porém, outras formas de exploração são vistas no país. Com a forte industrialização do país, principalmente após a Segunda Guerra, o país se desenvolveu conseguiu uma posição relevante no contexto mundial, sendo respeitado como um país que vem se desenvolvendo fortemente ao longo dos anos. (LEITE, 2014).

No governo Vargas a industrialização foi muito estimulada e alcançou patamares consideráveis, beneficiando a economia do país e a população de forma geral devido aos empregos gerados, investimentos internos e externos na área, injeção de capita no mercado, entre muitos outros fatores. Essa industrialização flutuou, ou seja, variou ao longo dos anos, porém, no presente pode-se dizer que o país é intensamente industrializado.

O Brasil não é um país que se impõem por meio de conflitos armados sobre outros países, porém, também não é um país que apenas se submete

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