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Fontes Históricas

Por:   •  12/11/2018  •  3.213 Palavras (13 Páginas)  •  283 Visualizações

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2.1 A HISTORIOGRAFIA DOS ANNALES

A partir da Escola dos Annales, fundada pelos líderes da historiografia Francesa Lucien Fevbree, Marc Bloch, em 1929, uma nova corrente historiográfica começa a surgir.

Os Annales demonstravam oposição a Historiografia metódica e positivista, que visavam apenas abordagens tradicionais com feitos de grandes homens, em batalhas, em estratégias diplomáticas. Logo, os Annales propunham uma história problematizadora, a partir de anseios sociais no que diz a respeito da experiência humana no tempo. Sendo assim, a historiografia francesa pretendia fazer uma história analítica, estrutural, macroestrutural, abordando a coletividade social e sua cultura, portanto, podemos considerar a música como forma de expressão cultural, de arte, de protesto, de narrativa para um evento histórico como fonte histórica multimidiática, como propunha Lévy (2000 pg59). Sendo assim, a história é contada a partir de vivências sociais e interações com o meio. Cabe ao historiador interpretar, analisar tal fato, a partir da sociedade em questão.

A música como expressão de arte, como forma de pensamento, de protesto e narrativa histórica se faz presente em uma sociedade contemporânea e democrática. Ao historiador cabe estabelecer uma sincronia com os fatos analisados e sua fonte historiográfica, interpretando a sociedade como um todo, pois a história não é composta simplesmente por aqueles que a contam, também é composta pelos excluídos, devemos problematizar os fatos interpretados.

2.2 NOVA HISTÓRIA CULTURAL

Na década de 1980 A Nova História Cultural, surge com finalidade de incorporar a cultura da sociedade, como um conjunto de significados partilhados e construído pelo homem para explicar o mundo, com publicações da historiadora (Lynn Hunt pg 26). Portanto, sua contribuição para o pensamento histórico é a valorização das ações e concepções de mundo dos sujeitos das classes populares a partir do seu próprio espaço e tempo e ainda o trabalho com novas temporalidades, quando novos e múltiplos sujeitos foram incorporados nas reflexões historiográficas.

A Nova História Cultural, se difere da História intelectual e positivista, a cultura é entendida como um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo. Dentro da Nova História Cultural, podemos considerar as contribuições de Mikhail Bakhtin (1895 1975), Nobert Elias (1897 1990), Michel Foucault (1926 1984), Pierre Bourdieu (1930 2002), Walter Benjamin (1892 1940).

2.3 A MÚSICA COMO FONTE HISTÓRICA

Pensar história e música é certamente algo extremamente complexo e que demanda muito empenho, já que a aproximação dos historiadores com o universo sonoro-musical é ainda incipiente. Apesar do estudo da música em forma de canção não estar sempre em voga nas academias, nota-se que essa aproximação continua a pairar pelos horizontes acadêmicos.

Desde antes das primeiras civilizações, o ser humano convive com os sons da natureza, e, durante o percurso da humanidade ao longo da história, a música desponta como contribuição cultural preponderante (apesar de não) na laboriosa tentativa dos historiadores em “ressuscitar” objetos e lugares por meio da prática histórica. Certamente tratar da relação história e música como um campo de investigação historiográfica é algo não muito frequente, principalmente devido os diversos aspectos que permeiam questões teórico-metodológicas envolvidas na produção científica delimitada pelo assunto em questão. A relação acadêmica entre a história e a música é algo que existe de fato, porém, sabe-se que não é uma combinação muito frequente, principalmente quando se trata da música não muito popular entre as multidões, e também é uma atividade recente, pois nem sempre a historiografia se preocupou em utilizar a música como fonte e objeto de estudos no desenvolvimento de novas pesquisas.

Segundo (Block pg 17) “a História é o estudo do homem no Tempo”. Podemos pensar que a História só existe por causa do homem, ou melhor, por causa de sociedades que compartilham valores internos e externos, Bloch e sua frase apontando essa necessidade de que o estudo histórico não analisa o indivíduo a parte de uma sociedade, mas sua relação com a sociedade que está inserido ou que está se comunicando.

Uma ainda incipiente produção historiográfica tem voltado sua atenção para o campo da música, pensando em expressão cultural como objeto a ser explorado e importante fonte de acesso às tramas que buscam dar sentido à realidade estudada, seja localizada em um passado recente ou em tempos remotos. (BRITO, 2007 pg 209)

2.4 DESVENDANDO OS FATOS HISTÓRICO DA CANÇÃO UPRISING

A música aqui analisada, relata o ponto durante 1944, durante o período da Segunda Guerra Mundial. A invasão Alemã, o desejo de justiça e liberdade dos poloneses, a unidade de resistência, a luta com homens, mulheres e crianças pela tomada de sua liberdade contra a opressão.

Os principais postos de comando alemães em Varsóvia foram tomados por jovens soldados de braçadeiras vermelhas e brancas. Não muito tempo depois, alguns dos principais prédios públicos da cidade estavam tomados pelos soldados do Armia Krajowa, ou AK, o Exército da Pátria, um grupo disposto a arriscar a vida para expulsar os nazistas de Varsóvia, e respondendo ao governo polonês exilado na Inglaterra. Já no primeiro dia de ação, cerca de 2.500 mortes ocorreram, sendo 80% delas do lado dos poloneses (DAVIES, 2006, p. 296-297).

No meio da fúria popular contra os invasores, houve cenas de violência coletiva que não conferiram honra alguma à causa polonesa. Prisões em massa de descendentes de alemães — supostamente quintas-colunas — foram realizadas no começo de setembro. Em Bydgoszcz, no Domingo Sangrento, 3 de setembro, mil civis alemães foram massacrados sob a alegação de terem disparado contra tropas polonesas. Alguns historiadores alemães modernos afirmam que até treze mil poloneses de origem germânica foram mortos durante a campanha, a maioria inocente; o número real é, quase certamente, bem menor, mas as mortes serviram como pretexto para atrocidades horrendas e sistêmicas cometidas pelos nazistas contra os poloneses, sobretudo os judeus, iniciadas dias depois da invasão (HASTINGS, 2012, p. 27).

Memória e história são, a priori, duas percepções do passado muito claramente diferenciadas. A memória é uma vivência em evolução constante e, visto que depende do grupo

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