Ditadura Militar na America Latina
Por: Kleber.Oliveira • 13/11/2018 • 1.791 Palavras (8 Páginas) • 327 Visualizações
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O AI-4 fortalecia o Poder Executivo e extinguia os efeitos da Constituição de 1946. O regime mostrava sua face repressiva. A decretação da Lei de segurança nacional de 1967 confirmou o caráter autoritário do regime ao autorizar a repressão a toda manifestação que pudesse ameaçar o governo ou a estabilidade nacional.
Em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 fechou o Congresso Nacional, suspendia todos os direitos civis e constitucionais e a garantia de habeas corpus nos casos de crimes políticos, e proibia manifestações de natureza política. Esse mesmo Ato autorizava o presidente a intervir nos estados e nos municípios e a suspender, por dez anos, os direitos políticos de qualquer cidadão suspeito de agir contra o governo. Com o AI-5, a ditadura mostrou seu lado mais sombrio.
Muitas produções culturais do período abordaram a situação política do país e procuraram mostrar que a insatisfação com o regime crescia. O cinema novo buscava, com sua linguagem fortemente imaginativa, uma estética capaz de mostrar a crueza das relações sociais e pessoais do país.
Grupos como Arena e o Oficina chamavam o público para participar das apresentações e estimulavam o desejo de manifestação numa época marcada pela censura. A chamada música de protesto, por sua vez, incorporava temas sociais e atuava como espaço de denuncia política.
A imposição do AI-5 e o fechamento do Congresso restringiram ainda mais as contestações publicas ao regime militar. As passeatas de estudantes pela liberdade, violentamente reprimidas pelas tropas policias, diminuíram, e parte da oposição ao regime passou a atuar na clandestinidade.
Os movimentos armados ocorridos no Brasil, no entanto, tinham muito pouco apoio da população civil, quando não eram desconhecidos, e enfrentavam as dificuldades de agir em um país de dimensões continentais.
Além disso, a esquerda armada pulverizou-se em diferentes grupos e foi atingida pela repressão violenta de órgãos de segurança, como o Departamento de Ordem Política e Social, e a Operação Bandeirantes.
Que recebeu apoio financeiro de empresários brasileiros e estrangeiros para combater a guerrilha de esquerda. O órgão foi responsável pela prisão, tortura e morte de adversários de regime militar.
Em agosto de 1969, Costa e Silva afastou-se da presidência devido a problemas de saúde, e uma Junta Militar assumiu o poder. Em outubro, o general Emilio Garrastazu Médici foi eleito presidente pelo Congresso Nacional. Seu governo foi marcado pelo acelerado crescimento da economia brasileira, conhecido como milagre econômico, pela realização de grandes obras públicas e pelo recrudescimento de repressão política.
O governo aproveitou os bons números da economia para reforçar a imagem de que os militares estavam melhorando o país.
Corresponde aos anos de 1974 a 198, que englobaram os governos de Geisel. Ao assumir a presidência, Ernesto Geisel prometeu uma abertura lenta, gradual e segura, decretou a primeira medida redemocratização: Revogou o AI-5, impedindo o presidente de cassar mandatos parlamentares.
Em1979, já no governo Figueiredo, foi assinada a Lei Anistia, pela qual permitiu a volta dos exilados políticos e a libertação de acusados de crimes políticos e puderam retornar ao país.
Ainda em 1979, foi reestabelecido o pluripartidarismo, surgindo partidos como: PP, PTB, PDT, PT.
As eleições presidenciais, no entanto, continuavam a ser realizadas por via indireta. No final o governo de Figueiredo, foi apresentada uma emenda constitucional que estabelecia a escolha do próximo presidente pelo voto direto.
Uma ampla mobilização popular, de apoio à emenda, resultou na realização de grandes comícios em várias partes do Brasil, que ficaram conhecidos como Diretas Já.
No início de 1985, Tancredo Neves, candidato pela Aliança Democrática, uma frente ampla de partidos da oposição, foi eleito presidente da república pelo Colégio Eleitoral.
Ditadura Militar no Chile
No Chile, uma proposta de frente popular venceu as eleições de 1935 e governou até 1938, com uma aliança entre os partidos Comunista, Socialista e Radical, comprometidos com o respeito e a defesa da democracia.
Nos anos 1940 e 1950, predominaram governos de partidos conservadores, mas o grupo de centro, representado pela Democracia Cristã, e a esquerda mantinham-se atuantes.
Em 1964, o democrata-cristão Eduardo Frei tornou-se presidente. Em seu governo, buscou apoio das camadas populares, incentivou a atuação de sindicatos de trabalhadores rurais e a integração dos camponeses em cooperativas. Aumentando assim, a participação popular na política.
Nas eleições presidenciais de 1970, Salvador Allende, tomou posse como presidente do Chile, iniciando o que foi chamado de transição pacifica em direção ao socialismo.
Allende trazia uma proposta de mudança para a América Latina que havia passado a década de 1960 sob o impacto da Revolução Cubana e tinha visto diversos projetos de revolução social fracassarem diante de intervenções.
A sociedade chilena estava dividida diante da decisão do governo de nacionalizar e estatizar bancos, empresas estrangeras e a exploração de minérios, base da economia do país.
As pressões estrangeiras sobre o governo de Allende, principalmente do governo norte-americano, aumentaram. Países governados por militares, inclusive o Brasil, auxiliavam silenciosamente e preparação do golpe.
O golpe no Chile iniciava uma das mais brutais ditaduras militares da América Latina. A repressão atingiu diversos setores da sociedade e foi especialmente dura no movimento sindical e entre artista e intelectuais.
O número exato de prisões efetuadas pelo regime é desconhecido, mas calcula-se que as vítimas da repressão, entre os submetidos à tortura, mortos ou desaparecidos, cheguem a 40 mil.
As medidas de estimulo aos investimentos privados impulsionaram o crescimento econômico do Chile e permitiram superar a crise do período anterior.
Porém, o crescimento chileno teve um custo alto: o sacrifício da educação e da saúde públicas e contenção dos salários. A violenta repressão impedia a livre manifestação da sociedade chilena.
As ditaduras militares substituíram governos populistas em vigor desde os anos 1940. Eram tempos de instabilidade política, que impediam tanto a sedimentação da democracia
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