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A alta idade media ocidental

Por:   •  5/4/2018  •  2.221 Palavras (9 Páginas)  •  518 Visualizações

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O artesanato sofre especialização durante a transição. As famílias não produzem seus mantimentos, mas abastecem-se em oficinas, isto leva a uma especialização na produção artesanal e que por sua vez gera um comércio feito de trocas por transportes. Estes últimos, tanto terrestres quanto marítimos mantém a mesma característica do Baixo Império durante os séculos V a VIII. Mudança da natureza dos produtos, as rotas seguidas e os agentes entre VIII e IX devido a invasão mulçumana. Apesar desta, não houve um regresso na economia, apenas um desloque nos centros comerciais da Gália e Espanha.

As leis orais prevaleceram na Alta Idade Média ao contrário do Império Romano no qual regiam as leis escritas. Os germânicos possuíam a tradição de transmitir seus costumes oralmente. Durante a transição da Antiguidade Tardia para a Alta Idade Média havia conflitos entre as leis, para apaziguar, os germânicos instalaram editados diferentes para cada nação: a leia bárbara e a lei germânica. É evidente que Roma teve grande influencia na legislação germânica. Entretanto este duplo sistema legislativo acarretou em diversos problemas. A sua prática foi tornando-se esquiva e a sociedade passou a praticar as leis por via de costumes. Na Gália esse ocorrido foi mais significativo, o que deu maior espaço para que o sistema feudal fincasse mais as suas raízes. No século VIII alguns documentos tratam de princípios vestígios do que seria o tratamento vassalo. Durante o Baixo Império existia um sistema de patronato (patrocinium), que possuía características de um feudalismo primitivo. Mas este estava longe de ter caráter do sistema ocorrido na Idade Média. O que predominava neste sistema eram as relações pessoais que os indivíduos começaram a ter com o enfraquecimento do Estado. É no âmbito econômico que os carolíngios formam discretamente o sistema feudal. Ainda neste século na Gália a sistematização deu-se por caráter centralizador, ou seja, cada vez mais se afasta do Estado. Devido a isto no século IX há a passagem para um sistema feudal. O surgimento de tipos feudais deve ser analisado de maneira particularmente geográfico. Não ocorreu o processo de transformação nos demais lugares como ocorreu na Gália. Na formação da Catalunha foi dado de maneira lentamente. Foram dois séculos depois da Gália para que o sistema tomasse caráter feudal. Na Espanha o desenvolvimento de uma sociedade pré-feudal dá se um século anterior ao da Gália merovíngia. Narbonense por possuir território pequeno não se vê inserida no sistema pré-feudal. Na Aquitânia há o agarramento a romanização. Eles eram opostos à barbárie. As condições administrativas favoráveis a um sistema feudo-vassálico na Itália Central ocorreu por uma grande aceitação. Diversos estudos particulares chegam a conclusão de que “não existe um modelo feudal.” (P. Toubert).

Mutuamente Igreja e Estado ajudavam-se, mas eram duas instituições distintas. Com o Estado extinto acreditava na fragmentação da Igreja. E o risco de perda de força para o arianismo. Mas esta se deu por um caráter de continuidade de período a outro. Sem o Estado para cuidar das normas administrativas a Igreja passa a tomar este papel. Ao longo dos séculos VI ao VIII, esta instituição vai tendo êxitos, este sendo mais importante com o Império Carolíngio.

Analisemos agora a transição das sociedades pelo ponto de vista geográfico. Comeemos pela Gália, cuja ainda possuía características urbanas até o século VII. As muralhas que protegiam grandes cidades da antiguidade continuam a perdurar durante a Alta Idade Média. A demografia é difícil de ser analisada. Há diversas divergências nos números. É fato que as cidades protegidas pelos muros não possuíam porte para suportar alguns números de habitantes expostos em algumas análises. Mesmo além muro, na qual formam-se os arrabaldes, não se pode inserir nestes números estes habitantes. O caráter das “novas” cidades da Alta Idade Média são santuários em contrapartida com as da Antiguidade. Estas “novas” cidades possuem caráter de comércio urbano oriental. No século VIII este quadro urbano vai degradando-se. As populações Clérigas vão se instalar nos arrabaldes, desta forma não hã mais administração nas cidades muralhadas. Os mercadores orientais também desaparecem. Não se pode afirmar que o ocorrido na Gália tenha sido análogo aos outros lugares com certa exceção da Espanha. Mas mesmo esta as cidades permanecem com características romanizadas.

A floresta com seu caráter de refúgio e hostilidade servem ao homem da Alta Idade Média como abrigo e isolamento. A transformação do quadro da floresta para um meio rural é um campo de difícil análise. As catástrofes naturais afetam o solo, o clima e a saúde. Há um sintoma de depressão demográfica surgida na Alta Idade Média vinda do Baixo Império, evidentemente ocorre um isolamento das comunidades existentes. A mobilidade geográfica é grande tratando-se dos abastados em contrapartida os pobres por questões sócio psicológicas não possuem esta mobilização. De forma menos natural há aqueles errantes, ladrões, fugitivos e peregrinos que se deslocam por necessidades. Mas estes dados muitas vezes são imprecisos uma vez que os registros de mobilização de pobres eram feitos por letrados o que representava a minoria desta camada. A representação social durante a Idade Média dá-se por ordem e não de classes, diferente da Antiguidade. Este corte de mobilização ocorreu entre o século V e VIII sobretudo tendo finalizado no final do século VIII.

A mentalidade de tempo é mudada com a Igreja. O tempo não é mais cíclico como na Antiguidade pagã, mas sim linear. As ações praticadas na terra são únicas e determinantes a um caminho definido para sempre na morte, com esta surge nova mentalidade no povo: medo do futuro. Há certa ideologia desfavorável ao trabalho surgida na Alta Idade Média, desta maneira a elite transforma a visão literária do camponês. Ele passa de uma visão idealizada para um indivíduo maléfico carregado de vícios. O artesão por sua vez remonta a mentalidade do bárbaro guerreiro que realiza seus trabalhos pelo sangue em comparação ao monge orante que possui uma vida contemplativa. Este tipo de artesanato, de fabrico metalúrgico (espada, armas de guerra, etc) ganha caráter supremo nas legislações. Estas rompem com a Antiguidade tratando-se dos castigos, no lugar destes, quando há um ato infratório a pena é a indemnização por bens.

A história das mentalidades da Idade Média ainda é estudada mesmo novos historiadores tendo clareando este ramo de pesquisa. É fato que os documentos analisados são todos da aristocracia e que dela permanecia a escrita

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