Resenha Documentário Corumbiara
Por: Lidieisa • 24/9/2018 • 1.623 Palavras (7 Páginas) • 449 Visualizações
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Diante de todos os fatos ocorridos no sul de Rondônia, foi possível perceber que a luta do índio pelo seu espaço sempre ocorreu e continua nos dias atuais, e que essas lutas sempre foram realizadas com o derramamento de sangue e exterminação, quase que total, dos índios. Um fato relevante nesse aspecto é pensar que as propriedades sempre foram dos índios, mas que o homem (branco) em busca do seu crescimento e ganância, dá mais valor às propriedades do que as pessoas. O pior de tudo isso é saber que a “justiça” coloca-se ao lado daqueles que violam os direitos humanos; entendemos que a tal justiça põe-se ao lado do que lhe proverá benefícios e poder aquisitivo.
Genocidio e Etnocidio
Nos primórdios os homens viviam nas cavernas, aHistória mundial é repleta de Genocídios e Etnocídios, com a visão de etnocentrismo que temos do mundo, essa pratica era levada até onde se era permitido com os meios da época. Desde que o mundo é mundo isso acontece, e pior é que demoramos séculos para aprender com estes erros. A cobiça, ganancia, sede de poder, desbravar novos mundos, a incompreensão do outro ser são ou eram as principais causas do extermínio de uma raça ou de sua cultura.
Felizmente o ser Humano evolui, nossa visão do mundo é renovada e transformada, principalmente nas últimas décadas, as conquistas humanitárias que ocorreram me fazem crer no poder de evolução do ser humano. Mas algumas políticas precisam mudar, principalmente no que se refere ao tratamento para com os Índios. Esta necessita de uma mudança por completa.
Etnocídio é conceito recente, diz que quando se acaba com a cultura de um povo,está acabando com seu espirito. Sendo assim, nos dias atuais, salvo melhor juizo, dificilmente isso irá ocorrer, devido ao fato que nossas culturas estão em constante transformação, com a facilidade e os meios de interagir com culturas diferentes, o nosso conhecimento adquirido dia a dia, faz com que nossos hábitos e visão do mundo mudem naturalmente até sem percebermos, com o passar dos anos a nossa cultura se modifica, se transforma. Ao menor contato com uma cultura diferente em alguma forma ela nos muda, logo, para não ter essa mudança, transformação ou alteração na cultura de um povo, este teria que ser isolado de contato com o mundo.
Julgo que ninguém mude para algo no intuito de estar piorando seu modo de vida, claro que desde que esta mudança não seja imposta, ou mascarada, dito isto, todos nós buscamos sempre o que é melhor para nós como individuo ou mesmo como parte do grupo a que pertença. Por isso as possibilidades do conhecimento, as oportunidades tem que existir para todos. Essa oportunidade, com raras exceções, não é feita nem de perto aos povos indígenas. Cito aqui o exemplo da tribo que mora em Papua - Nova Guiné, uma tribo que constrói suas casas em cima das arvores de 25 – 30 metros de altura, vivem em função de caçar sua comida para o sustento do dia-a-dia, suas ferramentas são de madeiras e cipós, vivem em condições desumanas, mas é sua cultura e não devemos interferir devemos trata-los como são tratados animais no seu ambiente natural para ser admirado, que em tempos em tempos vai algum biólogo ou aventureiro, destes que exibem suas aventuras nos programas de domingo, filma, presencia seu modo de vida, sua história e transmite para o restante do mundo que fica admirado. As redes de televisão ganham muito em cima dos vídeos feitos mas a tribo continua lá passando todas dificuldades que a selva impõe. Mas claro não devemos interferir, nem sequer dar opção que existe uma vida menos difícil do que aquela, afinal é a cultura daquela tribo. Devemos sim é continuar com o tratamento dado aos índios, como se fossem uma espécie em extinção, colocados em exibição e admiração como se fossem um animal no zoológico ou mesmo na descrição dada por “Pierre Clastres” em Arqueologia da Violência no capitulo o “atrativo do cruzeiro”, uma atração para turistas.
Esta semana assistindo um documentário do Milton Santos “Globalização - o mundo global visto do lado de cá” tomei conhecimento do Ambientalista e escritor Ailton Krenak, é um líder indígena brasileiro, pertence à etnia indígena “crenaque” o trabalho desenvolvido por ele é fantástico. Este Índio brasileiro, teve acesso à educação e ao conhecimento, o que lhe propiciou a desenvolver toda ajuda que presta a comunidade indígena. Por que nossas políticas para os índios de todo o pais não dão a mesma oportunidade que é dada a todos brasileiros? Afinal eles são os primeiros brasileiros, temos sim é que dar suas terras, mas também a oportunidade de fazer parte da nossa sociedade, e se quiserem manter suas crenças seus costumes, que assim o façam como todos nós temos esse direito.
Bibliografia:
CORUMBIARA – filme longa metragem, Vicent Carelli, 2009
CLASTRES, Pierre, Arqueologia da violência, pesquisas de antropologia política em oatrativo do cruzeiro, Capítulo 3; do Etnocidio, Capitulo 4. São Paulo 2004. Editora COSACNAIFY
O mundo global visto do lado de cá, documentário do cineasta brasileiro Sílvio
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