A GLOBALIZAÇÃO DO CAPITAL E AS CAUSAS DAS AMEAÇAS DA BARBÁRIE
Por: Evandro.2016 • 18/10/2018 • 2.110 Palavras (9 Páginas) • 280 Visualizações
...
- “(...) Lenin caracterizava o imperialismo como “reação em toda a linha”. Ele notava a presença de tendências para a estagnação criada pelas posições de monopólio. Mas, no momento em que escreve, ele ainda não descortinava o domínio das tendências que iam ao sentido da contração do sistema capitalista. Trotski será o primeiro a identificar por trás da crise dos anos 30, a existência de tais tendências.” (pág. 494-495).
- “Durante a longa fase de expansão de 1950-1974, o capitalismo pareceu renovar-se com a reprodução alargada. Esta terminou com a recessão de 1974-75 que vê efetivamente a abertura daquilo a que chamamos “a crise” (...). Hoje vivemos um período contraditório. Por um lado, o capitalismo parece triunfar (...). Mas fá-lo, na realidade no contexto de um abrandamento contínuo sobre o longo período de investimento e de crescimento e no quadro de uma situação marcada pela presença de indicadores traduzindo a contração tendencial da acumulação, mais do que o seu alargamento.” (pág. 495).
- “É no contexto desta contração tendencial do sistema capitalista no seu centro que é preciso examinar o destino dos países situados na periferia. Os únicos países que se interessam ao capital-dinheiro são aqueles que possuem uma posição financeira suficientemente desenvolvida para aspirar ao estatuto de “mercado financeiro emergente”(pág. 496).
- “(...) os grupos industriais dos países imperialistas só se interessam pelos outros países de uma forma muito seletiva. Fazem – no a três títulos. Em primeiro lugar pelos mercados, quando as exportações feitas pelos grandes grupos industriais, (...) se tornam a opção preferida e o investimento direto, em sentido estrito apenas é uma solução de segunda linha utilizada em certas circunstâncias. (...), os níveis de produtividade e as reservas de capacidade industrial dos países capitalistas centrais levam os grupos a preferir a exportação como forma de tirar partido de um mercado.” (pág. 496).
- “Os países exteriores à Tríade são igualmente requeridos como fonte de matérias primas. Mas só se não forem ameaçados por produtos de substituição. A sua terceira função é a de servir em indústrias intensivas em mão de obra indiferenciada para operações de subcontratação deslocalizada que requeiram uma mão de obra industrial simultaneamente qualificada, muito disciplinada e muito barata.” (pág. 496).
- “No âmbito de um trabalho minucioso sobre a África, Claude Mellassoux conclui a reativação pelo capitalismo, da lei de Malthus: “O controle da demografia dos povos explorados através de meios demográficos (controle dos nascimentos, esterilização etc.) falhou Uma forma de controle pela fome, pela doença e pela morte, mais eficaz e mais cruel, instalou – se a pretexto de uma ‘racionalização econômica’ de um ‘ajuste estrutural’: a lição de Malthus foi entendida”“. (pág. 497).
- ““ Dir-me-ão que se trata de exageros tipicamente de “esquerda”. Talvez. Mas que ninguém nos venha dizer mais tarde “que não estava informado”, que não tinha “compreendido” (...) Mas há ainda apoucas pessoas dispostas a associar estes fatos com uma caracterização seria deste capitalismo ao qual nos convidam de forma veemente a “adaptarmo-nos”, já que o socialismo seria na melhor das hipóteses, uma utopia e, na pior, o anúncio de um novo totalitarismo.” (pág. 497).
Para concluir
- “Este trabalho supõe que se faça, ao lado da classe operária e dos oprimidos, o balanço do stalinismo e da sua vitória, assim como das mentiras, dos crimes e das calúnias ditas em seu nome fora da URSS e na França, particularmente. Mas exige igualmente ser reforçado com analises que não apaguem a putrefação do capitalismo e que expliquem que período é que terminou: aquele que o capitalismo tinha alguma coisa para oferecer a humanidade. É este o sentido da minha participação nesta tão bem vinda coletânea.” (pág. 498).
...