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Resenha: Ética a Nicômaco

Por:   •  4/12/2018  •  2.611 Palavras (11 Páginas)  •  291 Visualizações

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Sobre a Razão

A razão é uma faculdade fundamental na compreensão da felicidade, condição que diferencia os homens dos demais animais, pela qual o homem pode decidir sobre seus comportamentos e praticar ações virtuosas. O homem se torna virtuoso através do exercício de executar ações conscientes e virtuosas.

A atividade intelectual, o pensamento e a razão que o segue é que fazem a marca especifica do homem, a fonte da verdadeira felicidade. O preço da felicidade humana é a subordinação do que é sensível ao que é racional, somente sendo o homem feliz ao se aperfeiçoar nas atividades que lhe são próprias segundo a razão. Para ser feliz, Aristóteles diz que o homem deve viver pela inteligência e segundo a inteligência. Quando as ações estão em conformidade com a razão, o homem pode então ser feliz.

O papel primeiro da razão é fazer com que os homens entrem em acordo sobre um bem futuro, porque somente as coisas futuras podem ser percebidas pela razão, e as coisas presentes não, sendo medidas pelos homens de acordo com seus desejos individuais. Portanto diz-se que a paz é o objeto final da razão, e que a própria natureza desta é a atividade racional.

Sobre a Educação

Baseado na ideia de que a vida está fundamentada em escolhas adequadas e no aprimoramento das boas ações, Aristóteles defende que o indivíduo deve estar em constante exercício, dirigindo suas ações a um determinado fim na busca de atingir a perfeição. Quando se está inclinado a formar boas cidadãos, o treino no uso da racionalidade - que é a própria educação – deve começar cedo.

O uso da razão consciente e o hábito das boas ações permite ao indivíduo escolher melhor, a fim de alcançar o que deseja e então ser premiado com a felicidade, por mérito dos esforções dispensados nessa meta social. Através da educação é que se molda o caráter, segundo as próprias potencialidades e virtudes do indivíduo na prática do bem. E é só pelo hábito das boas ações que se pode adquirir virtudes, uma vez que as virtudes não são um dom.

Aristóteles afirma que o homem precisa ser treinado na prática do equilíbrio, ponderação, justiça, etc. O homem inicia fazendo o bem diariamente, e este se torna um hábito. Hábito tal que será seu repertório comportamental, e se manifestará em todas as suas atitudes, possibilitando-o de atingir a felicidade. É importante realçar que o desejo do homem pode ser aperfeiçoado pela razão mas que depende da educação para a virtude.

Dizia o filósofo que “por causa do prazer cometemos atos vis, e por causa da dor nos abstemos de ações belas”, e por isso defendia que a educação devia incidir diretamente tanto sobre o prazer sobre quanto sobre a dor. A educação se faz necessária não só por ser a determinante entre desejo e ação, mas porque a marca distintiva do homem virtuoso é sentir prazer na prática das ações virtuosas. Aristóteles propõe que a educação seja feita de maneira a entrar em conformidade com a conduta virtuosa, e não apenas com o agir corretamente. A certa educação deve ser iniciada na infância, quando o indivíduo tem em si mais forte o elemento da imitação, que é a base fundamental da vida social e do ensino, e tal imitar prevalece enquanto dura a aprendizagem ao longo da vida.

Através da experiência, do tempo e do amadurecimento do homem o homem pode desenvolver a virtude por meio da educação. Essa arte se resume a imitar e copiar por muito tempo, como a arte de qualquer pintor ou músico. Portanto, a missão do educador é quanto à formação de valores: a formação dos hábitos, da constância, da perseverança, do uso repetido e do exercício refletido de exemplos a serem seguidos, de ações ponderadas em um percurso que é sempre e inevitavelmente incerto.

Sobre a Virtude

A virtude nada mais é que o hábito das boas ações, é uma qualidade que só se realiza quando se age com justiça, é uma disposição de caráter que determina a escolha de ações e emoções por meio da observância do meio termo em relação a nós. Todos os seres racionais são capazes de encontrar o meio termo, embora seja difícil porque tendemos às paixões e ações contrárias ao meio termo. A razão é a condição para que o homem faça as melhores escolhas, e se habitue às ações virtuosas, mesmo que isso signifique por muitas vezes sacrificar desejos pessoais em prol do coletivo. Na virtude, qualquer excesso ou falta constitui elemento destrutivo, portanto, usando a razão é que o homem pode dosar suas ações em busca do que for melhor. A visrtude é exta porque possui como mediação o meio termo, ou justo-meio.

Sobre o Justo-Meio

Tanto a deficiência quanto o excesso de exercício destroem a força; o alimento e bebida que ultrapassam limites tanto para menos quanto para mais destroem a saúde. Assim, o excesso ou a carência também destroem a virtude.

Para Aristóteles existem dois tipos de virtudes: a virtude intelectual e a virtude moral. A virtude intelectual é adquirida pelo ensino e aprendizagem, sendo reforçada pelo tempo. Já a virtude moral é adquirida pelo hábito e exercício. Somente através da prática podemos nos tornar virtuosos, e é nas relações com os demais que podemos manifestar tais virtudes.

A virtude depende de muito exercício, porque repetindo certos atos o homem acaba por criar uma segunda natureza e passa agir de acordo com ela sem esforço e com prazer, o que se torna uma disposição (e não atividade) para agir da mesma forma no futuro.

Nos termos de Aristóteles, o justo-meio seria aquilo que “não é demais nem muito pouco”, nada mais sendo que a prescrição da ação sensata. O justo-meio é uma virtude que equilibra as situações, obrigando o homem a seguir um caminho que condene ambos os extremos porque são os causadores dos excessos e dos vícios. Quando se trata medida que muda muito e não é única para todos. Aquele que agir segundo o justo-meio será virtuoso, porque entre os vícios poderá escolher a virtude e alcançar a felicidade pessoal. Para tanto, o homem deve ser educado no hábito das virtudes morais e deve fazer dessa aprendizagem um referencial constante em sua vida.

Sobre as Virtudes Morais

O homem deve ser visto como uma parte integrante de um amplo contexto social, por isso todas as ações humanas são de conteúdo moral e são específicas a várias práticas. Todas essas ações devem praticadas não só por parecerem corretas, mas porque

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