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Educação em Hume e Kant

Por:   •  27/5/2018  •  3.343 Palavras (14 Páginas)  •  402 Visualizações

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Hume e a astúcia de Kant

Conforme dito anteriormente, Hume defendia a ideia de que ‘’ Toda mudança necessita de uma causa’’. Isto significa que para Hume, qualquer entendimento estava interligado a outro fator. Isso incluía inclusive temas da natureza e do mundo. Como quando ocorre uma combustão, a chama acontece por causa da união fator de ignição, combustível e comburente. Ainda que os 3 fatores em si não necessariamente signifiquem fogo, pois estes em separado não representam nada mais que eles próprios. O Kant, por sua vez, indaga que fatores inexplicáveis da metafísica como Deus não poderiam mais ser explicados por não existir uma causa ou um fator sensível? Para provar que Hume estava enganado, Kant precisava mostrar sua precipitação em propor a impotência da razão e era preciso retornar a análise do conhecimento do sensível.

Nesse contexto surge a casualidade que era uma ‘’ prescrição surgida da razão e antecipadora da experiência.’’ E para provar isso, era preciso analisar as coisas de origem racional, porém admitindo que existe coisas que são inexplicáveis. Kant fingia concordar com Hume em tudo, para na verdade não concordar em nada. Essa dúvida poria toda a Crítica da razão pura em contradição, pois o entendimento dos objetos seria considerado uma ilusão ao admitir que a metafísica existida na casualidade seria a condição inscrita nas coisas. A conclusão que se chegava era que existia certas regras universais que relacionava um entendimento ao outro. Sendo assim, a água que ferve sem acender o fogo é um mero fruto do mundo das ideias e não um objeto, pois um evento só é objetivo se houver um antecedente. A casualidade seria então uma mera relação entre objetos, são eventos que ocorrem devido a algum antecedente. A consequência de uma causa. O que Kant fez ao questionar Hume foi prolongar um pouco mais a ideia de razão universal, travestido na concepção de preservar a credibilidade da ciência, onde na verdade, o objetivo era manter as tradições dogmáticas do inexplicável, do motor que move tudo sem precisar ser movido. Hume ao tentar romper com essa barreira acaba sendo chamado de ‘’ o mais engenhoso de todos os céticos’’.

A revolução filosófica de Kant

Immanuel Kant é um expoente na filosofia por ser o responsável pela ‘’ revolução copernicana’’. Os filósofos na sua época discutiam indefinidamente sem chegar ao consentimento principalmente acerca de metafísica, grandes questões como Deus, alma, imortalidade e o bem ficavam sem uma resposta satisfatória. E nos campos da teoria do conhecimento havia duas grandes correntes: Racionalistas e os Empiristas e não havia convergência. Enquanto isso, os desenvolvimentos da matemática e da física aconteciam a todo vapor. E isso intrigou o Kant e o fez tentar explicar porque a filosofia não conseguia evoluir como a matemática e a física. Se debruçando sobre esse questionamento, Kant chegou à conclusão que a filosofia deveria agir da mesma maneira que a Astrologia agia através de Copérnico. Ele percebeu que as teorias que colocavam a terra como centro do universo não davam conta de explicar questionamentos e quando se olhou através do sol como centro do universo, chegou-se a resposta destes questionamentos.

O Kant disse que toda tradição filosófica estava errada por sempre colocar o objeto como centro da questão do conhecimento humano e com isso o sujeito sempre teria que rondar o objeto para conhecê-lo. Isso para ele era inconcebível. Nós não podemos conhecer a coisa em si e só conheceríamos aquilo que nós podemos conhecer sobre aquela determinada coisa, ou seja, aquilo que está aparente. Kant dizia que deveria se tirar o objeto do centro da investigação e pensar sobre suas particularidades. Colocar o homem no centro do conhecimento.

A priori, a posteriori e juízos

‘’ Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele que seja adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só o são “a posteriori”, quer dizer, por meio da experiência.Entenderemos, pois, daqui por diante, por conhecimento “a priori”, todos aqueles que são absolutamente independentes da experiência; eles são opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só são possíveis mediante a experiência.’’ (KANT, Immanuel. Versão eletrônica de ‘’ Crítica da razão pura’’. Introdução. Pg.3 Trad. J. Rodrigues de Merege. Grupo de Discussão Acrópolis. Filosofia. )

O conhecimento pro Kant era a união da razão e da experiência. Através da experiência, nós temos um objeto. Ele passa a existir a partir que é experimentado. Depois da primeira experiência, o nosso intelecto gera relações que resultam em conhecimento. A estrutura para o conhecimento seria ‘’A priori’’, ou seja, já temos esse conhecimento enraizado dentro de nós e só precisamos de um gatilho para organizar todas as relações em termos de experiência, todas as relações sensíveis. Mas o conhecimento em si é ‘’a posteriori’’, ele nasce na experiência, mas não acaba na experiência e sim na razão. No sentido que o intelecto é capaz de organizar tais experiências.

Após o conhecimento emitimos juízos, ou seja, conclusões que chegamos a determinada razão. Os juízos podem ser Analítico a Priori, Sintético a posteriori e sintético a priori. Analítico a priori é o tipo de juízo onde o predicado do sujeito já está de alguma maneira oculta. O juízo sintético a posteriori é um tipo de juízo que adiciona informações novas ao sujeito. No sintético a priori é o que se usa para entender a matemática por exemplo, quando os predicados adicionam informações ao sujeito, mas não necessariamente estão interligados.

Sobre a Pedagogia, por Kant

‘’A selvageria consiste na independência de qualquer lei. A disciplina submete o homem as leias da humanidade e começa a fazê-lo sentir a força das próprias leis. Mas isso deve acontecer bem cedo. Assim, as crianças são mandadas cedo à escola, não para que aprendam alguma coisa, mas para que aí se acostumem a ficar sentadas tranquilamente e a obedecer pontualmente aquilo que lhes é mandado, a fim de que no futuro elas não sigam de fato e imediatamente cada um dos seus caprichos.’’ (KANT, Immanuel. Sobre a Pedagogia. Trad. Francisco Cock Fontanella. 3ª. Ed. Piracicaba: Editora UNIMEP, 2002.)

Esse trecho da obra do Kant deixa bem claro o seu posicionamento acerca da educação para formação do indivíduo partindo desde a sua

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