Consumo x Consumismo
Por: Salezio.Francisco • 12/4/2018 • 1.337 Palavras (6 Páginas) • 354 Visualizações
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O capital atua de forma que o real se torna invisível, vejamos como relação ao fetichismo aplicado por ele. Existe dentro desse processo uma inversão pelo qual os seres humanos e suas relações se tornam coisas. Uma relação alienada, coisificada, baseada na exploração do trabalho, para alimentar o mostro empresarial seu núcleo de vida: a mais valia.
Logo entendemos que o processo de consumo para o consumismo está ligado com a questão de valor e de trabalho. Onde o capitalismo cria uma sociedade onde o predominante é a quantidade sobre a qualidade; as mercadorias e o capital sobre as pessoas; o mercado e suas trocas sobre a razão e o amor. Onde existe um frio interesse material sobre a ética e os valores; o fetiche sobre os seres humanos. Tudo se compra, tudo se vende, todas as coisas possuem um preço. Citar exemplo dos pais que criam os filhos dando o que não podem se endividando para pagar o tempo que ficam fora trabalhando. As pessoas valem o que possuem. E o dinheiro é o deus de todos os seres. “O cachorro só é amigo do homem porque ainda não entende de dinheiro.”
“a figura do processo social da vida, isto é, do processo da produção material, apenas se deprenderá do seu místico véu nebuloso quando, como produto de homens livremente socializados, ela ficar sob seu controle consciente e planejado” (MARX, 1988, p. 76).
O dinheiro e a mercadoria não são desde o início capital, tão-pouco os meios de produção e de vida. Carecem da transformação em capital. Mas esta mesma transformação só pode processar-se em circunstâncias determinadas, que se condensam no seguinte: duas espécies muito diferentes de possuidores de mercadorias têm de se pôr frente a frente e entrar em contacto, de um lado proprietários de dinheiro, de meios de produção e de vida, aos quais o que interessa é valorizar a soma de valor por eles possuída por meio da compra de força de trabalho alheia; do outro lado trabalhadores livres, vendedores da força de trabalho própria e por isso vendedores de trabalho. Trabalhadores livres no duplo sentido de que nem eles próprios pertencem imediatamente aos meios de produção, como os escravos, servos, etc, nem também os meios de produção lhes pertencem, como no caso do camponês que trabalha a sua propriedade, antes estão livres deles, livres e sem responsabilidades. Com esta polarização do mercado das mercadorias estão dadas as condições fundamentais da produção capitalista. A relação de capital pressupõe o divórcio entre os trabalhadores e a propriedade das condições de realização do trabalho. Logo que a produção capitalista se firma nos próprios pés, ela não conserva apenas esse divórcio, reprodu-lo numa escala sempre crescente. O processo que cria a relação de capital não pode, portanto, ser outra coisa que não o processo de divórcio entre o trabalhador e a propriedade das suas condições de trabalho, um processo que por um lado transforma os meios sociais de vida e de produção em capital e os produtores imediatos, por outro lado, em operários assalariados. A chamada acumulação original nada é, portanto, senão o processo histórico de divórcio de produtor e meios de produção. Ele aparece como «original» porque forma a pré-história do capital e do modo de produção que lhe corresponde.
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