A casa de meu pai - Kwane Appiah

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em características hereditárias de membros da mesma espécie, dividido em pequenos

conjuntos raciais e que assim compartilham entre si especificidades inerentes aos de sua raça. Vista

dessa forma, não seria uma doutrina que apresente perigo mesmo com as implicações que uma

essência racial possa trazer moral e intelectualmente. É mais um problema cognitivo do que moral.

O racismo extrínseco é uma das doutrinas embasadora de "um bocado de sofrimento humano e a

fonte de inúmeros erros morais" (p. 33). Distingue moralmente os membros de diferentes raças e

assim justifica o tratamento diferencial, e atroz em muitos casos. O conceito de raça é usado para

estimular o ódio e a opressão a um grupo específico, a exemplo do caso nazista. Sua

fundamentação foi rechaçada pela comprovação científica de que não existem "raças", e sim uma

única, a humana.

O intrínseco pode ser comumente visto como ideológico: seria mais um problema cognitivo do que

moral. Sua base é a diferença moral entre membros de diversas raças e seu status moral. De

qualquer forma, segundo Appiah, ele não deixa de ser um "erro moral". A diferenciação por não

pertencimento a uma mesma raça não se justifica, e defende o tratamento igual a todos

independente de características biológicas.

Appiah considera que o simples fato de alguém pertencer à outra “raça” não é razão para tratá­lo

melhor ou pior do que alguém que compartilhe de sua mesma “raça”. O intrínseco, segundo ele, é

a base fundamental do pan­africanismo e da suposição de que os africanos tem um passado

comum. As experiências pré­coloniais mostram semelhanças às atuais coloniais.

Concluindo, Appiah mostra que, mesmo sob forte influência europeia na tentativa de afirmar uma

"África" única e unificada, os africanos conservam suas particularidades ancestrais, mostrando as

várias "áfricas" dentro do continente africano.