A Sociologia de Marx

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A contradição da condição de vida desses trabalhadores com a de seus patrões fica clara quando olhamos para o conceito marxista de mais valia (diferença entre o preço de venda da mercadoria e o preço pago aos trabalhadores), esta diferença fica com os proprietários e os trabalhadores continuam a receber a quantia “fixa” pelo seu trabalho independente da quantidade produzida e/ou vendida.

Como a notícia salienta “um país minimamente digno não pode permitir que isso aconteça.” É dever do Estado zelar para que os direitos de todos estejam assegurados e estejam sendo cumpridos, ele não pode fechar os olhos perante a relação distanciada entre o valor de venda e o salário dos trabalhadores (fetichismo da mercadoria), e deve se preocupar com os meios a que estes estão sendo submetidos para que seus patrões acumulem a mais valia.

Notícia 3 – Em São Paulo já houve 200bolivianos resgatados.

Os bolivianos são contratados como mão de obra barata, e como muito deles entraram ilegalmente no Brasil, os proprietários dos meios de produção se eximem de certos custos e podem aplicar este dinheiro, acumulando mais riqueza. Assim como para os bolivianos é difícil correr atrás de seus direitos, desta forma são explorados, e recebem por exemplo R$0,10 por peça que produzem sendo que a mesma chegam a ser vendidas por R$100 – ficando claro o conceito de Marx de fetichismo da mercadoria, ao serem vendidas recebem um valor irreal, distante do valor de produção.

A diferença entre os R$ 0,10 (pago aos trabalhadores) e os R$ 100 (pagos pelo consumidor final pela mercadoria) caracterizam outro conceito marxista o de mais valia que contribui diretamente para o conflito das classes.

Noticia 4 – Homem tenta vender dois bolivianos por R$ 2.000

A inusitada situação de ver dois jovens bolivianos sendo vendidos por R$ 1.000 cada um por um terceiro boliviano, no Brás em São Paulo, mostra que a sociedade capitalista está disposta a fazer coisa para não ter prejuízo ou ter lucro, mais valia Marxista.

Os jovens vieram para São Paulo trabalhar pelo salário de R$1.200, ao descobrirem que seriam explorados pelos detentores dos meios de produção tendo que trabalhar por um salário inferior, se recusaram a ficar e descobriram que já possuíam um dívida, para não ficar no prejuízo, os “donos” dos rapazes resolveu vender os dois como sua mercadoria.

Essa venda evidencia bem o fetichismo da mercadoria, mas de forma inversa, quanto vale a vida de uma pessoa? Não tem valor que pague, o valor de R$1.000 cobrado mostra que a mercadoria, no caso a vida dos dois bolivianos, é irreal.