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Ética em Aristóteles e Santo Agostinho

Por:   •  8/5/2018  •  1.587 Palavras (7 Páginas)  •  525 Visualizações

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Analisando esta obra, pode se identificar a Ética como a ciência dos atos morais ligada ao pensamento cristão. As condições necessárias para que o homem possa viver em consonância com a sociedade está refletida no cristianismo. Aliás, essa felicidade – primeiro princípio da ética, pois aqui se fala na felicidade não do ser individual, mas no ser em comunidade, pois assim prega o cristianismo -, só pode ser alcançada se as virtudes dos homens não forem propensas aos pecados carnais, capitais, e qualquer tipo de virtude que possa ser pecar contra Deus. Aqui, a ética cristã mostra-se como um fio condutor nas questões que possam ser pertinentes com relação ao que possam parecer ser erros humanos.

Agostinho mostra nas Confissões que a ética não esta separada apenas aos caminhos da felicidade, mas como parte da resolução do problema sobre a origem do mal – pois se Deus existe, é bom e criador de tudo que há no mundo, quem poderia ter criado o mal? Com o afastamento do pensamento maniqueísta, Agostinho propõe que o mal não pode ser outra coisa a não ser a privação do bem. Ao designar que o homem se afasta das verdades e da bondade divina para seguir caminhos que o levem a um bem próprio, ou seja, um bem não seja coletivo, que não vise à felicidade de todos, este está se afastando do bem.

O homem está propenso ao bem como está propenso ao mal. A única via da felicidade segundo os princípios da ética cristã proposta por Santo Agostinho é a busca de Deus.

3. A Ética de Santo Agostinho frente á Ética de Aristóteles;

Embora a Ética para esses dois filósofos tenha sido pensada em diferentes Épocas e contexto histórico, ambas se assemelham em muitos pontos, como por exemplo no que diz respeito á felicidade como sumo bem e este sumo bem como um bem coletivo, ou o conceito sobre virtude, mas também são opostas visto que para Aristóteles, o homem deve estabelecer um justo-meio em suas condutas que visam um equilíbrio entre a razão e as paixões humanas, enquanto Santo Agostinho condena condutas que sejam tomadas pelas paixões momentâneas como o prazer pelo prazer, onde o motivo de tal ação tomada não é alcançar a graça Divina. Para Agostinho “quem ama perversamente um bem se torna escravo deste bem”.

A ética de Agostinho possui um paradigma claro. Ela depende de Deus. Porém ao mesmo tempo ele parte do principio do “Pecado Original”. Essa concepção do pecado de Agostinho não infantiliza o homem, porém o trata como um ser que poderá tender tanto ao bem (a Deus) ou ao mal (o pecado). Dessa forma, diferente de outros autores ele não entende que o ser humano é sumariamente bom, como entendia a religião antes do pecado original, mas ele compreende esse ser humano como alguém que, se não seguir uma vida virtuosa, em Deus, será levado ao mal, ou os vícios da carne, e por isso, o ser humano não poderá se valer de sua própria natureza para a salvação.

Comparando com Aristóteles podemos perceber duas éticas muito similares na questão de que é a virtude é que determinará se uma pessoa será boa ou não. A diferença principal entre as duas Éticas é que a ética Agostiniana compreende o Deus revelado como sendo o principio e o fim de todas as coisas, enquanto Aristóteles coloca o fim último como sendo a felicidade. Para Aristóteles, a felicidade pode ser alcançada nesta vida a partir da virtude, fugindo dos vícios e das paixões da alma estabelecendo um equilíbrio; enquanto para Agostinho, a plena felicidade jamais poderá ser alcançada nesta vida, mas somente junto a Deus na vida eterna.

Dentre os pontos comuns sobre os diferentes tratados destes filósofos é a forma como ambos trabalham as questões dos vícios e das paixões. Exemplificando a questão do sexo, Aristóteles trabalha um justo meio, ou o equilíbrio entre as coisas. Mesmo que não deixe explícito em sua obra, tomando como ponto de partida a sociedade grega, Aristóteles pode compreender que o sexo pelo prazer é algo que pode chegar a uma felicidade, caso ele esteja incluído no justo meio ele não será um vício, mas sim uma coisa benéfica, uma vez que ele é uma forma de amor. Porém, em Agostinho encontramos justamente o contrário. Ele não utiliza de uma medida média, tratando o sexo pelo prazer como um grande pecado. Para ele é uma perversão fazer sexo só pelo prazer. Dessa forma ele acaba deixando de lado partes do principio do equilíbrio de Aristóteles. Uma vida em Deus, não poderá usufruir dos prazeres que a carne pode fornecer.

A ética agostiniana tem certos pontos que foram inspirados por Aristóteles, por este motivo pode se concluir que ambas tem as mesmas bases e os mesmos princípios, porém se destacam na medida em que a reflexão se eleva, tomando peculiaridades distintas, como a tendência a Deus, influenciadas pela religião e pelo contexto histórico que estão inseridos.

4. Referências Bibliográficas

VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética. Editora Brasiliense. 1994

LORENZETTI, J.P. Ética

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