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Resenha “Transformações da política na era da comunicação de massa”, Wilson Gomes

Por:   •  24/10/2018  •  1.306 Palavras (6 Páginas)  •  495 Visualizações

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por interesses privados e seu legado de seguidores. Esta mídia detém poder simbólico e sua distribuição, uma vez que tem a capacidade de escolher quais assuntos irão fazer parte do dia a dia do público brasileiro. Para isto, esta mídia conta com a capacidade de “falar e agir de maneira autorizada e com autoridade”, seja agradando seus “patrões” ou ao público, público este que é cidadão e tem suas escolhas sociais diretamente influenciadas pelo que consome. Ao veicular certos tipos de mensagens e programas, a mídia está reafirmando seu poder simbólico ao mesmo tempo em que reafirma as convenções sociais “corretas”. Ao não veicular a votação da PEC 55 e não dar a importância necessária a este evento, se reafirma que isto não importa enquanto se reafirma seu poder simbólico.

“O que é percebido como importante e interessante é o que tem chances de ser reconhecido como importante e interessante pelos outros; portando, aquilo que tem a possibilidade de fazer aparecer aquele que o produz como importante e interessante aos olhos dos outros.”

Outro ponto interessante de ser tratado fica na página 62, ponto 2.1. O autor afirma que uma comunicação influenciada pela política é algo que só pode acontecer em sociedades onde não foi dado ao campo jornalístico a liberdade de estabelecer empresas de informação e que no Brasil este evento não ocorreu, sendo os nossos grandes jornais livres dos interesses políticos. Sinto em discordar. Nossa grande mídia claramente tem uma agenda de interesses privados que são altamente influenciados por interesses políticos privados desde sua fundação (Rede Globo de Televisão se formou com dinheiro privado imperialista) e não tiveram oportunidade de se formar como mídia independente e com interesses sociais. As pequenas e alternativas cadeias de mídia muitas vezes tem estes interesses em mente, mas são barradas pelo poderio que suas competidoras maiores e mais experientes possuem. No brasil, a esfera politica ainda não reconheceu que “o controle da esfera da visibilidade pública estava com as instituições da comunicação de massa.” E a esfera da comunicação ainda não alinhou seus interesses públicos de modo a se libertar do domínio privado. Sem dúvida uma reforma midiática seria necessária, a fim de equilibrar esses dois polos e devolver a comunicação seu dever de objetividade e informação.

Conclusão

Treze anos já se passaram desde a escrita deste livro. Em alguns aspectos ele ainda mantem um nível de autenticidade assustador, provando a falta de avanço na área de comunicação e de pesquisa. Em outros acho que sempre lhe faltou uma certa dose de realidade e visão aguçada: nosso país ainda se mantem refém de uma mídia desinteressada e acomodada, que desde seu principio fechou acordos com politicas de interesses privados e agendas sujas, cujas intenções aparentemente não mudaram durante estes anos, alterando apenas seu modus operante (e pouco, pois ainda vemos os mesmos movimentos e golpes).

Ainda assim, Wilson Gomes traz analises interessantes sobre os desdobramentos da atuação politica na comunicação e de como esta detém um incrível poder sobre o que se torna visível ou não. Uma leitura necessária para que possamos julgar melhor os jogos políticos por traz de cada informação e o longo caminho que esta percorre para chegar até o público.

1.290 palavras

Adendo: o objetivo era abordar os capítulos I, III e IV, mas infelizmente o número de palavras permitido foi alcançado no primeiro capitulo.

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