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Arquivologia e Ciência da Informação

Por:   •  22/1/2018  •  1.642 Palavras (7 Páginas)  •  368 Visualizações

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Logo, a partir de Bourdieu, podemos analisar o habitus da Arquivística, a metodologia do seu estudo (autores, obras, instituições e eventos), considerando que as influências externas e tendências germinam e se propagam nessas condições. E ainda podemos compreender as relações da Arquivística com outras disciplinas, no seu processo de formação e configuração como disciplina científica.

3.1 Os diálogos de uma disciplina e o extracampo disciplinar

O tópico começa falando da apresentação que o autor Japiassu dá para as universidades. Ele critica apontando um resumo simples do conhecimento, o deixando mais prático e isso faz esclarecer o que ele define como “inteligência esfacelada”. Então devido a esta fragmentação do conhecimento no qual as tradicionais formas de saber são reduzidas e a interdisciplinaridade ganha espaço.

O autor fala neste tópico sobre a capacidade que as pesquisas passam a ter quando a iniciamos, temos que ligar várias disciplinas uma nas outras para acharmos, mas não o achamos, tem sempre um autor confrontando o outro. Chama-se interdisciplinaridade, não há definição fixa para este termo, existem até confusões quando se vai ver a distinção entre duas ou mais disciplinas.

No Brasil, também não há consenso nas relações interdisciplinares entre a Arquivística e a Ciência da informação. Anna Carla Mariz recorre a alguns autores para explicar tal relação. Jardim e Fonseca afirmam que o ponto comum entre a Arquivística e a Ciência da Informação é a informação registrada. Considerando objetos, tipos de informação, categoria de usuários e métodos se conclui que há uma fraca interação entre ambas. Para eles, a relação entre as duas não são claras, muito menos interdisciplinares e se estabelecem em nível pluridisciplinar. Outros autores recorrem a Deschatelet que reconhece a ciência da informação.

Fonseca em sua tese de Doutorado, que as relações entre as duas áreas ainda não faz parte da nossa realidade. Pois ainda existe uma pequena interseção entre as disciplinas.

Junia Guimarães e Silva, também diz que não há pontos de interconexão entre as áreas.

Mariz defende um ponto de convergência entre a arquivística e a Ciência da Informação, afirmando que: “Os sistemas de informação são contemplados tanto pela Arquivística - para documento que possuam relação orgânica - quanto pela ciência da informação - para informações de uma forma geral”.

Pinheiro já aponta três áreas com relações interdisciplinares mais fortes com a ciência da informação: a Biblioteconomia, a Arquivologia e a Museologia. As relações se dão num equívoco entre interdisciplinaridade e aplicações.

Gagnon-Arguin recorre à concepção da UNESCO quanto às relações entre a ciência da informação, biblioteconomia e a arquivística, no qual possuem o mesmo objeto só que de forma distinta.

Só em 1984 o CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) reconheceu a Arquivologia como uma das subáreas junto com a teoria da informação e a biblioteconomia, da área da ciência da informação, inserida na grande área das Ciências Sociais Aplicadas. Atualmente a arquivística aparece com idêntica classificação.

Pela classificação de Japiassu, poderíamos considerar interdisciplinares as relações da Arquivística com a História, a Biblioteconomia, a Informática, a Administração, o Direito e a Ciência da Informação. Segundo Japiassu a relação ocorre quanto ao estudo do objeto sob seus diferentes ângulos sem ter necessariamente um acordo prévio quanto ao conceito.

4.1 Vínculos institucionais da Arquivística no Brasil

A década de 70 é um marco na trajetória tanto da Arquivística no Brasil, quanto para a interdisciplinaridade. No início dos anos 70, é aprovado um parecer para a criação de uma Escola Superior de Arquivo no Brasil. Em 1973 é realizado o 1º Congresso Brasileiro de Arquivologia. Em 1977 começa a funcionar o curso de graduação em Arquivologia na UNIRIO, e também é criado o curso de Arquivologia na Universidade Federal de Santa Maria.

Todos os cinco cursos de graduação em Arquivologia no Brasil tem uma conexão com os Departamentos de Ciência da Informação/Documentação, no qual são apresentadas as justificativas em cada universidade que explicam a razão do curso de graduação em Arquivologia estar vinculado á Ciência da Informação:

- Universidade Federal Santa Maria (UFSM): ‘’Originalmente esteve junto ao depto de história e logo depois foi criado o depto de documentação para que o Curso tivesse mais autonomia’’.

- Universidade de Brasília (UNB): ‘’Foi feita uma primeira tentativa pelo Dep. de História. Entretanto, as ações empreendidas resumiram-se às discussões. No início da década de 1990, o então Dep. De Biblioteconomia passou a discutir a necessidade da criação dos cursos de Arquivologia e Museologia que, juntamente com a Biblioteconomia, formariam as disciplinas da Ciência da Informação’’.

- Universidade Estadual de Londrina (UEL): ‘’Porque foi concebido e planejado sob o enfoque da Ciência da Informação. A proposta de criação do curso surgiu no Departamento de Ciência da Informação em razão de uma pesquisa realizada pelos docentes do Departamento junto à comunidade da região, na qual se constatou o interesse e a necessidade por parte das empresas de possuir no seu quadro funcional um profissional capacitado para trabalhar com a gestão de documentos/informação registrada’’.

- Universidade Estadual Paulista (UNESP): ‘’Porque o Projeto Pedagógico do curso aposta na CI como elemento basilar e teórico para os dois cursos que contempla: Arquivologia e Biblioteconomia. Porque a Ciência da Informação atua como base teórico-metodológica dos saberes que nortearão os fazeres específicos de três profissionais: o arquivista, o bibliotecário e o museólogo’’.

5.1 Vínculos de identidade entre a Arquivística e a Ciência da Informação

Através do artigo, a comunidade científica das Ciências da Informação é possível observar que não existe um traço forte de harmonia entre os docentes da área científica da Ciência da Informação. Sendo difícil a concordância entre os membros

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