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O Usuário com Transtorno Mental e a Família: Relações Contraditórias – Cuidado e / ou Abandono

Por:   •  9/10/2018  •  5.584 Palavras (23 Páginas)  •  390 Visualizações

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A relação familiar é o sustentáculo, a base para uma boa estrutura emocional para o paciente portador de doença mental, tanto para prevenção de uma crise, quanto para sua manutenção e recuperação (ALONSO, 2001).

A família carrega grande fardo ao assumir o cuidado com o doente mental, pois sua rotina muda, o orçamento fica mais caro e ela tem de adaptar a transformações na casa, por isso o apoio psicológico tem de ter abrangência à família que sofre com a fadiga do cotidiano.

Diante dos entraves, que hodiernamente é percebido na relação contraditória do portador de transtorno mental, houve uma inquietação quanto à relação do o usuário com transtorno mental e a família: relações contraditórias – cuidado e / ou abandono, no que concerne ao assistente social que deve estar em conjunto com as necessidades dos usuários, de forma a proporcionar autonomia, a emancipação dos indivíduos sociais na democracia e na luta pela efetivação dos direitos. Considerando as novas práticas institucionais que buscam desmistificar a relação de distanciamento existente entre a família e o usuário.

Para a construção deste estudo, a metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa de nível exploratório, levando em consideração que a ação profissional e suas inter-relações não podem ser quantificadas (MINAYO, 1994). A coleta de dados aconteceu através de pesquisas em livros, artigos entre outros aparatos, trazendo alguns autores como: (AMARANTE , BISNETO, SILVIO, dentre outros, com tudo faremos uma contextualização sobre a história da Reforma Psiquiátrica e assistência social no campo da saúde mental no Brasil, e os principais desafios do Serviço Social e sua Atuação Junto ao Portador de Transtorno Mental e sua Família.

O interesse por investigar essa problemática foi decorrente da percepção da importância do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que desponta como um espaço terapêutico intermediário entre o hospital e a comunidade, ajudando na reintegração social dos sujeitos e ao mesmo tempo oferecendo assistência psicoterápica, atividades artísticas, culturais e recreativas, proporcionando uma atenção psicossocial. Analisando quais os fatores que levam a família a abandonar o portador de transtorno mental, o que foi determinante para despertar o interesse pelo tema e motivar este estudo. Partindo deste princípio, é que se busca através deste artigo pesquisar, o problema questionado: O Usuário com Transtorno Mental e a Família: Relações Contraditórias – Cuidado e / ou Abandono?

Ainda assim, definiram-se como objetivo geral os fatores que levam a família a abandonar o portador de transtorno mental. Portanto como objetivos específicos: compreender quais os desafios que os assistentes sociais encontram na atuação no campo da saúde mental para efetivação dos direitos sociais dos portadores de transtornos mentais e sua inclusão social; Perceber a importância do Assistente Social nos Centro de Atenção Psicossocial na reinserção familiar.

No referencial teórico discutiu-se sobre um breve histórico da Reforma Psiquiátrica, o transtorno mental na sociedade, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS): dos Centros substitutos a implantação e regulamentação dos CAPS no Brasil, família e inclusão social , o usuário com transtorno mental e a família: cuidado e / ou abandono, quais são os fatores que levam a família a abandonar o portador de transtorno mental, o Serviço Social e sua atuação junto ao portador de transtorno mental e sua família e os desafios do Serviço Social na saúde mental na sociedade.

Diante dos estudos realizados foi possível perceber que existe alguns desafios dessa profissão uma vez que perante as adversidades do cotidiano de trabalho que tem-se como obrigação reafirmar os princípios ético-políticos, pois através deles, os assistentes sociais terão insumos para encarar as dificuldades postas aos profissionais a partir dos compromissos coletivamente edificados pela categoria profissional ao longo dos anos. É válido mencionar que a partir deste artigo ficou claro que a relevância acadêmica do artigo é que vai possibilitar que os demais estudantes graduando, vai ter um olhar sobre os desafios e possibilidades para com profissionais inseridos na política de assistência visto que a relevância social é para que os profissionais a partir deste artigo possam ter um olhar ampliado sobre a sua atuação.

2. Um Breve Histórico da Reforma Psiquiátrica

Há séculos a natureza humana convive com a loucura, antes mesmo de ela virar tema e problema essencialmente médico, o louco habitou o imaginário da população de diversas formas. Por não se enquadrar nos preceitos morais vigentes, passou de motivo de chacota e escárnio a possuído pelo demônio, até marginalizado. O louco é um enigma que ameaça os saberes constituídos sobre o homem.

Portanto, desde a Idade Média, os loucos são enclausurados em grandes asilos e hospitais destinados a toda sorte de indesejáveis, inválidos, mendigos, libertinos, assim como portadores de doenças venéreas. Na norma da instituição, os mais violentos eram acorrentados enquanto os tidos como mansos era permitido sua saída para mendigar.

No século XVIII, houve uma proposta de uma nova forma de tratamento aos loucos, feita por então considerado pai da psiquiatria, Phillippe Pinel, que consistia na libertação dos loucos das correntes, transferindo-os para os manicômios, destinados apenas aos doentes mentais. Vários tratamentos e experiências foram desenvolvidos e difundidos pela Europa nesse período. Pinel defendia um tratamento nos manicômios, baseado primeiramente na reeducação dos alienados, respeitando as normas e o desencorajamento das condutas grosseiras. Segundo Pinel, a atribuição disciplinadora do médico e do manicômio deve ser exercida com firmeza, porém com gentileza. Isso denota o caráter essencialmente moral com o qual a loucura passa a ser revestida.

Ao resgatar as formas de tratamento da loucura, constata-se que até o século XVIII as pessoas com transtorno mental ficavam em liberdade e, acreditava-se que o contato com a natureza era capaz de dissipar o erro e de anular as quimeras. A loucura não era institucionalizada a não ser nas manifestações tidas como perigosas e, era compreendida como uma forma de erro ou de ilusão (FOUCAULT, 2005).

O louco passou a ser excluído da sociedade na idade clássica com o surgimento do hospício, representado no caso do Brasil pelos porões das Santas Casas de Misericórdia que atendia à necessidade de retirar do convívio social aqueles que envergonhavam, os considerados vagabundos, leprosos,

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