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Classificações Sociais Resumo Antonio Firmino da Costa

Por:   •  13/2/2018  •  2.167 Palavras (9 Páginas)  •  406 Visualizações

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- A eficácia dos sistemas de classificações sociais decorre do facto de carrearem consigo a pressão que os colectivos sociais exercem sobre os seus membros.

- As classificações sócias inserem-se nas relações e nos processos sociais não só na dimensão cognitiva e comunicacional mas também na dimensão do poder e da dominação.

- No relacionamento social corrente, quer as próprias pessoas, quer os seus estilos de vida, os objectos que utilizam, as práticas que desenvolvem, os gostos que demonstram, tudo isto é alvo de classificação recíproca (e de auto-classificação), com utilização permanente de adjectivos que opõem: elevado ao rasteiro, refinado ao grosseiro, espiritual ao material, leve ao pesado, elegante ao fruste, excepcional ao banal. Segundo Bordieu, estes sistemas classificatórios organizam-se segundo um vector fundamental, o do “sentido de distinção”, o qual contrapõem o distinto ao vulgar, com as posições intermédias caracterizadas por uma pretensão à distinção que trai constantemente a vulgaridade mal disfarçada. Esta hierarquia classificatória dos estilos de vida corresponde, na sua lógica organizadora básica, ao modo como se estrutura o espaço social das condições de existência, ou, dito de outro modo, á estrutura das distribuições desiguais de recursos e das relações assimétricas de poderes. Este eixo classificatório tende, nas sociedades contemporâneas, a ser cruzado por um outro, aquele que remete para a contraposição entre dois tipos de recursos e dois princípios de dominação: o económico e o cultural. É nesta linha que se estabelecem distinções classificatórias entre material e intelectual, riqueza e erudição, força e inteligência, ostentação e subtileza, entre outras.

- Os estereótipos e os preconceitos que permeiam grande parte da vida relacional sociedade são também produto de classificações e envolvem ou desencadeiam com frequência lutas de classificações, por exemplo, quando se procura classificar pessoas diferentes da mesma maneira, como quando se atribuem a priori, propriedades estigmatizantes à generalidade dos elementos de certa categoria profissional através de afirmações do género: os políticos são corruptos, os jornalistas são manipuladores, as mulheres são frágeis, os homens são insensíveis, os jovens são irresponsáveis.

Conclusão:

- Não só a sociedade constrói as classificações, mas também – através dos padrões culturais da vida quotidiana informal, dos processos de lutas de classificações e das grandes construções classificatórias institucionais – as classificações constroem a sociedade;

- As classificações são parte intrinsecamente constitutiva da vida social;

- No seu relacionamento interactivo as pessoas classificam e são classificadas. A maneira como as pessoas classificam é, ela própria, sujeita a classificações por parte das outras;

- As classificações classificam os classificados.

5 – Grupos e Organizações; Instituições e Poder

Instituições Sociais:

(Texto nº 13 – O que é uma Instituição Social – Peter Berger e Brigite Berger)

- Partindo da definição de Berger para Instituição Social, como sendo um padrão de controlo, i.e., uma programação da conduta individual imposta pela sociedade que promove a produção/reprodução da “ordem social” implicando a existência de um conjunto de regras, códigos e regulamentos de caracterização, conclui-se que a Linguagem terá de ser, também ela, considerada uma instituição. Mais ainda, ela constitui-se, por via das funções elementares mas determinantes que desempenha na construção do individuo, na viabilização, promoção e reforço da sua interacção social e por conseguinte na construção da própria sociedade, como a primeira das instituições, aquela onde as restantes se alicerçam e que é a base das sociedades humanas.

- A linguagem é o primeiro padrão de controlo com que o indivíduo contacta, iniciando-se na sua utilização quando ainda nem tem consciência das implicações dessa acção. Ela é, por excelência, a instituição que produz os códigos sociais para todas as outras, condicionando-as, desde logo, aos seus padrões de controlo. Citando Berger (1984:193), a linguagem é “…a instituição fundamental da sociedade, além de ser a primeira inserida na biografia do indivíduo…” e é fundamental “…porque qualquer outra instituição sejam quais forem a suas características e finalidades funda-se nos padrões de controle subjacentes da linguagem.”.

Esse carácter fundamental decorre do facto de desempenhar uma dupla função de objectivação da realidade, atribuindo nome às coisas, e de interpretação e justificação da realidade, na medida em que essas palavras que são o nome que dá às coisas interpretam e justificam as acções que as implicam.

- Ao nomear, a linguagem invoca e evidencia a diferença, permitindo distinguir os objectos contidos na realidade, objectivando-a e estabelecendo as relações significativas que estruturam o ambiente humano e darão suporte à interpretação e justificação da realidade. Por seu intermédio, a realidade passa a ser ocupada por entidades distintas e esse processo concorre para a construção dos significados da realidade que permitem ao individuo relacionar-se operativamente com ela a partir do posicionamento relativo que ocupa, ou julga ocupar, no seu seio.

Características das Instituições Sociais:

“As sociedades não são formadas por simples aglomerados de indivíduos isolados, são antes um conjunto de relacionamentos que segue uma ordem social, um padrão de controlo”

Os indivíduos são “seres sociais” que tecem entre si relações estruturadas, inscrevendo-se numa ordem social gerada a partir das estruturas, organizações e instituições que, ditando práticas e valores comportamentais, promovem identidades e diferenças, suportando desta forma as condições de reprodução e de mudança social.

Estas relações sociais exprimem, quer as posições que os indivíduos ocupam nas diferentes estruturas em que interagem, quer o “habitus” a elas atinente.

Podemos definir Instituição Social como “… padrão de controle, ou seja, uma programação da conduta individual imposta pela sociedade.”

Esta definição de Instituição Social como padrão

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