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A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO BRASILEIRO

Por:   •  23/1/2018  •  2.030 Palavras (9 Páginas)  •  362 Visualizações

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no ensino médio brasileiro. O próximo

passo foi a formação universitária de pesquisadores e professores, mas ainda estava por ser dado.

A formação de pesquisadores da Sociologia só aconteceu iniciando um trabalho de

formação e reflexão sistematizada sobre a problemática das relações sociais, no decorrer da

década de 30, com a fundação de dois centros de estudos universitários em São Paulo e um no Rio

de Janeiro: a Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, em 1933; a Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em 1934; e a Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras do Distrito Federal, em 1935.

A Revolução de 1930 levou para o exercício do poder, por meio de Getúlio Vargas,

uma concepção burguesa de sociedade que representava o coroamento do processo político que

vinha se desenvolvendo no país desde 1870. O golpe de Estado efetivado pelo próprio Vargas, em

1937, significou a realização das necessidades de centralização e fortalecimento do poder político

nas mãos do Executivo, para que se acelerasse a implementação das políticas necessárias ao

aprofundamento da modernização capitalista do país. Esse foi o quadro conjuntural que envolveu

a fundação dos primeiros cursos superiores voltados para a formação de pesquisadores e

professores na área sociológica.

Nos atos de fundação das duas primeiras escolas superiores, buscou-se nos Estados

Unidos e França, os professores que viriam a preparar os primeiros sociólogos brasileiros

formados aqui. A Escola Livre de Sociologia e Política recebeu orientação da Sociologia norteamericana,

por meio dos Professores. Donald Pierson, Radcliffe-Brown (britânico), Horace Davis,

Samuel Lowrie, entre outros; e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP iniciou-se

baseada na tutoria francesa, que veio pelos Professores. Roger Bastide, Lévi-Strauss, Fernand

Braudel, Georges Gurvitch, Paul Arbousse-Bastide, Jacques Lambert, entre outros.

Esses professores formaram, em São Paulo e também no Rio de Janeiro, entre os anos

30 e 40, a primeira geração de sociólogos que, além de consolidar a atividade no Brasil, definiu

seus rumos e atuou de forma importante na formação das gerações seguintes, de meados da década

de 40 em diante. Dessa primeira geração de intelectuais destacaram-se, entre outros, Florestam

Fernandes, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Aziz Simão, Antônio Cândido, Gilda de Mello e

Souza e Rui Galvão, em São Paulo, e Guerreiro Ramos e Hélio Jaguaribe, no Rio de Janeiro.

Desse modo iniciou-se a Sociologia brasileira contemporânea, e o próximo passo seria

a consolidação teórico científica.

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3. A SOCIOLOGIA MILITANTE DE FLORESTAN FERNANDES

Sociólogo e político nascido na cidade de São Paulo, considerado o fundador da

sociologia no Brasil. Defensor da Escola Pública, sempre foi ligado aos movimentos sociais e

reivindicatórios e às organizações políticas de esquerda.

Elegeu-se Deputado Federal Constituinte pelo Partido dos Trabalhadores, onde se

destacou na defesa da Escola Pública e no projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional.

O processo de desenvolvimento das ciências da sociedade, que ocorreu no Brasil entre

o inicio dos anos 50 e 1964, seguiu com base em dois centros de interesse intimamente

relacionados, a Economia e a Sociologia que caminhava por duas vertentes principais, a da

experiência paulista, como denominou Florestan, e a visão nacionalista.

Os estudos e a pesquisa socióloga brasileira, a partir da década de 50, foram marcados

definitivamente pela presença de Florestan Fernandes. Florestan, Fernando Henrique Cardoso e

Octavio Ianni, iniciaram um processo de trabalho que resultou em efetivo avanço na pesquisa

socióloga do país. Seus estudos giravam em torno de problemas estruturais, tais como formação

das classes sociais, advento e efetivos do capitalismo monopolista e evolução histórica da

sociedade brasileira.

Florestan sempre incentivou e praticou o livre embate de idéias por meio do trabalho

em equipe.

Para Florestan, os pontos de partida para a análise crítica da sociedade eram seus

padrões ou estruturas, ou seja, os chamados fundamentos da organização social. Seus principais

centros de interesse na Sociologia foram os seguintes: análise crítica do capitalismo dependente no

contexto do capitalismo monopolista, relações sociais, estrutura de classes da sociedade brasileira,

Estado, ideologia e papel do intelectual nos embates sociais e políticos.

O objeto nuclear que perpassa o conjunto de sua obra está relacionado com a

dominação burguesa e a possibilidade de construção de alternativas de emancipação e essa

dominação.

• PRINCIPAIS OBRAS DE FLORESTAN FERNADES

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