A LIBERALIZAÇÃO NO MODELO CHINÊS, O MILAGRE DO CRESCIMENTO ECONÔMICO
Por: Sara • 4/7/2018 • 3.599 Palavras (15 Páginas) • 371 Visualizações
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No entanto, mesmo com um rápido crescimento econômico, o país ainda enfrenta grandes problemas tais como a grande presença da população na zona rural e com menor acesso aos ganhos do crescimento econômico, isto torna a China uma economia ainda em ampliação de seu mercado interno, portanto o crescimento econômico é mais visível no tamanho do seu Produto Interno Bruto nominal (PIB nominal)[4], enquanto que o seu PIB per capita, segundo os critérios estabelecidos pelo World Bank ainda é relativamente baixo em comparação com outros países mais desenvolvidos ou em desenvolvimento, mantendo posições bem baixas no ranking global. Atualmente esse problema vem sendo combatido pelo governo chinês que busca fazer uma melhor redistribuição da riqueza e também busca ampliar o consumo doméstico como estratégia de desenvolvimento econômico.
Com o intuito de promover uma melhor compreensão destas situações, o presente estudo teve sua gênese a partir de revisões bibliográfica na literatura pertinente (desde artigos e livros, até dissertações e teses), realizada no âmbito das atividades acadêmicas. Para isto foram descritos nesta análise aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais, além da utilização de elementos numéricos presentes em gráficos e tabelas que promovem uma melhor descrição das análises pertinentes. Destarte, a pesquisa pode ser considerada tanto qualitativa quanto quantitativa.
O presente trabalho é constituído além desta introdução, dos antecedentes históricos ao processo de abertura comercial da economia chinesa, seguido pela análise evolutiva dos indicadores econômicos, além disto, são destacados os problemas e as perspectivas para a economia chinesa e por fim as considerações finais a respeito do estudo.
O CRESCIMENTO DO PONTO DE VISTA HISTÓRICO, NÚMERICO E FUTURO
A China, país que se localiza no continente da Ásia, passou por verdadeiras revoluções na sua economia, do perídio de dinastias até o presente modelo de produção comunista, durante grande parte do seu século XX se observou um comportamento restrito ao comércio.
No entanto, essas restrições vão sendo eliminadas ao decorrer dos anos devido ao processo de reconstrução econômica do governo de Mao Tsé-Tung do Partido Comunista Chinês (PCC), durante os anos de 1949-76, que buscou incentivar alguns setores econômicos-sociais tais como o setor da agricultura, com investimento pesado na indústria agrícola, a revolução cultural[5], além de uma série de reformas, algumas mal sucedidas, mas isso possibilitou que a economia chinesa exercesse mais tarde um comunismo que iria internalizar experiências com as práticas capitalistas, mas sem perder as bases do comunismo. O PCC durante o governo de Deng Xiapong nos anos de 1976 se voltou para uma politica liberal de desenvolvimento e buscou por fim aos embargos feitos a China, além disso, o governo estabeleceu relações diplomáticas com os Estados Unidos da América, além de outros países e Entidades Internacionais. “O governo de Xiapong exerceu bastante influência na economia chinesa com os planos de modernização que afetaram os setores da agricultura, indústria, defesa nacional e ciência e tecnologia” (MORAES, 2004, p.15).
Isso possibilitou ao país, condições de exercer uma suficiência alimentar promovida pela zona rural para a zona urbana, e gerar uma descentralização do poder, dando força aos poderes locais para que as indústrias fossem surgindo, assim a China passou por um processo de privatização[6], mas de forma gradual, buscando obter tanto empresas estatais quanto privadas no longo prazo.
Desde os anos de 1980 o país se adapta a uma economia de mercado através das Zonas Econômicas Especiais (ZEE’s), que foram criadas para atrair capital externo, receber tecnologia e aprender os processos de gestão e administração ocidentais, além disso, as zonas tornaram-se um ponto de exportação e importação de produtos.
“Outro domínio, talvez o principal, de todo o processo de reformas foi a alteração das orientações que até aí tinham comandado as relações económicas externas. Privilegiava-se agora a abertura da economia chinesa ao exterior através, nomeadamente, da liberalização do acesso de empresas estrangeiras ao mercado nacional como forma de, simultaneamente, modernizar o aparelho produtivo. É neste quadro que se liberaliza também o investimento directo estrangeiro e se reforma o regime de comércio internacional, se regulamenta a associação entre empresas chinesas e empresas estrangeiras (joint ventures), se criam as Zonas Económicas Especiais (ZEE) (Maio de 1980) e se procede à abertura de determinadas cidades costeiras ao investimento directo estrangeiro (Março de 1984). Terminava assim o desenvolvimento 'para dentro' que caracterizara o período desde 1949 até 1978, substituindo-o por uma estratégia de desenvolvimento mais aberta ao mercado internacional.” (SERRA, 1997)
Com isso o país tornou-se um dos maiores alvos da entrada de investimento estrangeiro direto (IED), estima-se que no acumulado dos anos de 1990 a China recebeu cerca de US$ 248, 6 bilhões, esse número se elevou bastante nos anos seguintes como pode ser observado (gráfico 1), a China desde o ano de 2010 recebeu fluxos de IED que superam valores de US$ 115 bilhões, em 2013 segundo os dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) este valor se elevou para US$ 127 bilhões, o que representa pelos dados o segundo maior fluxo de entrada de IED nas economias globais e o maior entre os países em fase de desenvolvimento.
Gráfico 1 – Fluxos de entrada Investimento Estrangeiro Direto (IED) – China – US$ Bilhões – 2010 - 2013.
[pic 1]
Fonte: Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD).
Grande parte do IED recebido pelo país é direcionado para o seu sistema exportador, além disso, a China apresenta uma balança comercial favorável, pois sua pauta de exportação apresenta ganhos se subtraídas pela sua pauta de importações. Outro elemento importante para atração de IED está na capacidade de propensão a poupar da economia chinesa, que lhe garante certa independência do capital externo. Atualmente, o país não só recebe grande massa de IED, mas também é um dos cinco maiores emissores, crescendo seu fluxo de emissão de 1% para 5% entre os anos 2007-2010 segundos os relatórios analisados.
Sobre o PIB Chinês, o que se observa desde os anos de 1980, foram grande níveis de crescimento, assim
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