TEMA: REALIDADE - CONSTRUÇÃO DA VERDADE
Por: Jose.Nascimento • 31/5/2018 • 2.003 Palavras (9 Páginas) • 302 Visualizações
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Seria a experiência de como a arte pode mudar as pessoas. E qual seria seu efeito?
- EFEITO DO PROJETO NOS CATADORES
Passagem do dia a dia fétido do lixão para um novo trabalho relacionado à arte desperta novas ambições aos antigos catadores. Eles esqueceram totalmente de Gramacho, não queriam voltar.
A principio ao chegar a Gramacho pareciam que eram felizes lá, mas agora achavam que não eram mais.
O reconhecimento profissional de Vik garantiu uma vaga para uma de suas obras em um leilão em Londres. (A decisão de levar uma pessoa simples e humilde para outro ambiente e completamente encantador como Londres causou questionamentos em certo momento do documentário). Isso mexeria com a cabeça deles? Vik tinha uma visão otimista disso. “Talvez fosse preciso mexer com a cabeça deles. É difícil imaginar que algum estrago maior neles do que já foi feito? Qual o problema de mudar a vida de alguém para sempre?”
- RESULTADO DO PROJETO
Independente da frustação futura que o ida de Sebastião a Londres poderia causar, ele viajou para o leilão.
A obra “Marat, Sebastião: Retratos do lixo” (VIDE ANEXO 05) foi arrematada por 28 mil libras, equivalente a 100 mil reais na época, causando elevada exaltação e emoção a Sebastião e seus companheiros de trabalho.
Em seguida todos os envolvidos nas obras são convidados para uma exposição de Vik Muniz, ao Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro.
A exposição no Rio foi vista por mais de um milhão de pessoas. Quebrou o recorde de publico no Brasil perdendo em popularidade apenas para Picasso. (VIDE ANEXO 08, 09, 10)
Foram arrecadados mais de 250 milhões de dólares.
Parte desse dinheiro foi utilizada para a melhoria no Jardim Gramado. Muitos dos personagens melhoraram de vida ou saíram do lixão.
- ETICA A NICÔMACO – FELICIDADE
Nicômaco foi o filho de Aristóteles com a escrava Herpilia. Os historiadores acreditam que Ética a Nicômaco seja uma compilação de notas de aulas de Aristóteles (VIDE ANEXO 06), provavelmente nomeado depois ou dedicado ao seu filho.
Ética à nicômaco traduz o conceito de felicidade para Aristóteles. Para ele, a felicidade é o maior bem desejado pelos homens. É em busca da felicidade que se justifica a boa ação humana e todos os outros bens são meios para atingir o bem maior, que é a felicidade.
A felicidade é examinada como uma finalidade de vida do ser humano, o que é natural: “toda arte e toda indagação, assim como toda ação e todo propósito, visam a algum bem; por isso foi dito acertadamente que o bem é aquilo a que todas as coisas visam” (Aristóteles, 1992, 1094 a, p. 17.).
Aristóteles apresenta a seguinte hierarquia de bens:
Bens relativos: são os bens necessários para a vida humana, bens materiais, prazeres vitais, etc. Estes mudam constantemente pois o homem está sempre desejando bens maiores. Podem ser pré-requisitos para atingir o bem supremo. (VIDE ANEXO 07).
Bens intrínsecos: são autossuficientes, bens supremos. Exemplo: a felicidade
Aristóteles explica que há diversas formas de compreensão da felicidade entre os homens. Alguns acreditam que ela está nas riquezas materiais ou em pequenos prazeres da vida. Ele ainda defende que os bens relativos não são negados, uma vez que a felicidade também requer bens exteriores pois, não é fácil praticar boas ações sem os instrumentos próprios.
Aristóteles também questiona em como a racionalidade, típica do homem, contribui para a felicidade. Para ele, o homem sendo racional tem potencial para praticar o bem. E quando suas práticas se conformam sua racionalidade, então a felicidade é atingida.
Por último, o homem é um ser político que não consegue viver bem sozinho. Sendo assim, a felicidade só pode ser alcançada quando o homem vive em conformidade com si e com os que o cerca. Ou seja, praticando o bem comum, fazendo o bem a si mesmo e aos outros, a cada momento, de forma constante, o homem atinge o bem supremo, que é a felicidade. (VIDE ANEXO 08).
- RELAÇÃO ENTRE O DOCUMENTÁRIO E O TEXTO
Vik Muniz estabelece uma relação entre desenho e fotografia, entre memória e presente. Com sua criatividade incomum ele expressa questões de representação da realidade, suas imagens trazem ao espectador a sensação de estranheza e a reflexão sobre os mecanismos da ilusão.
CENA 1: O catador pergunta o porque daquilo, e Vick Muniz responde que ele quer criar um retrato do catador que como o lixo, não é reconhecido, então o catador acha muito bom porque levará o reconhecimento da classe trabalhadora.
TRECHO DO LIVRO: “Admite-se geralmente que toda arte e toda investigação, assim como toda ação e toda escolha, têm em mira um bem qualquer; e por isso foi dito, com muito acerto, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem(...)Embora valha bem a pena atingir esse fim para um indivíduo só, é mais belo e mais divino alcançá-lo para uma nação ou para as cidades-estados.”
CENA 2: Fast Motion da obra sendo montada, e depois a surpresa e felicidade em reação do catador ao observar a obra pronta, e ele comenta que nunca imaginou ver uma obra de arte.
TRECHO DO LIVRO: “Toda arte e toda indagação, assim como toda ação e todo propósito, visam a algum bem; por isso foi dito acertadamente que o bem é aquilo a que todas as coisas visam.”
CENA 3: A Felicidade com o reconhecimento da catadora retratada em uma das imagens, e o questionamento levantado por Vik, acerca de que a vida perde o sentido quando se tem tudo.
TRECHO DO LIVRO: “A questão de saber se desejamos a vida por causa do prazer ou o prazer por causa da vida, pode ser deixada de lado por enquanto. De qualquer modo, a vida e o prazer parecem indissociavelmente unidos e não admitem separação, já que não há prazer sem atividade e o prazer torna a atividade perfeita.”
- A relação entre as cenas do documentário e o livro tem grande impacto. Ambas visam o bem comum e trazem um novo olhar a respeito da arte e da felicidade, se tornando assim um complemento uma da outra, pois o prazer da vida pode ser encontrado nas coisas simples.
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