Fichamento Perspectivas e desafios para o jovem arquiteto no Brasil: Qual o papel da profissão?
Por: SonSolimar • 17/8/2018 • 1.210 Palavras (5 Páginas) • 449 Visualizações
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O programa Minha Casa Minha Vida também incentiva a reabilitação de edifícios vazios em áreas centrais. No Brasil há cerca de cinco milhões de unidades habitacionais vazias para um déficit habitacional de cerca de seis milhões; Na Europa 50% da atividade da construção civil é de reforma e reabilitação. Tal vertente envolve a participação do arquiteto em questões de sustentabilidade, de adequação das técnicas construtivas, dos materiais e assim por diante.
Florestan Fernandes defendia que o Brasil da saltos “modernizantes” que levam a um novo patamar econômico sem que tenhamos superado com isso os desequilíbrios estruturais do pais. Segundo o sociólogo Francisco de Oliveira “o moderno no Brasil alimenta-se do atraso”. Como exemplo disso, vemos a euforia do crescimento que se alimenta desses mitos modernizantes como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos, pontes estaiadas... As decisões desses investimentos públicos nesse projeto são feitos em gabinetes, raramente com participação dos cidadãos. E mesmo com a presença desses mitos, as cidades brasileiras ainda são caracterizadas pelas periferias autoconstruídas e precárias, onde nessas não há arquitetura e nem urbanismo.
Hoje a arquitetura social vinculada à produção publica esta dando lições como avançar no campo da produção de moradia para a população de baixa renda, oferecendo alternativas de melhor qualidade do que o que produz o novo ‘mercado econômico privado’. A partir da década de 1980, decorrente de muitos projetos em variados estados do país, acumulou-se importante conhecimento com inovações tecnológicas, introdução da alvenaria autoportante, da argamassa armada e do uso de estruturas metálicas.
A criação do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Habitação, a aprovação do Estatuto da Cidade, a formação de conselhos e fundos Municipais, Estaduais e Federal de habitações, são alguns fatores que contribuíram para o crescimento (de conhecimento) da arquitetura social no país. Em 2010, Começaram também a introduzir concursos que envolvem habitações populares, e supreendentemente houve grande numero de arquitetos e escritórios se inscrevendo, mandando seus projetos e ideias, o que mostram que mesmo aqueles arquitetos mais focados em projetos autorais, são sensíveis a novos desafios impostos pela realidade urbana brasileira.
Como afirma a urbanista Ermínia Maricato “o Brasil é hoje um dos países que mais exporta conhecimento na área da urbanização de assentamentos precários, porém o espaço que essa produção tem no nosso próprio meio acadêmico não só é o mínimo, como desvalorizado”.
A ideia principal do arquiteto é fazer com que o leitor repense a forma de atuação do arquiteto, pois as demandas sociais podem mudar concepções de formas e conteúdos espaciais, dando um novo sentido à profissão. Afirma também, que aquele arquiteto que deseja fazer frente aos desafios que o Brasil apresenta, deve ser um bom projetista de fato, mas deve entender da historia econômica e social da nossa formação nacional, transitar pelo campo da engenharia ambiental e saber da economia urbana.
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