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A Tecnologia da Informatica

Por:   •  15/3/2018  •  3.061 Palavras (13 Páginas)  •  306 Visualizações

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navegação, mas também pode tomar a forma de uma atitude questionadora mais generalizada. De qualquer modo, não há dúvida de que a existência de grupos sociais importantes interessados em incentivar o trabalho de inventores e de aplicar suas idéias foi sempre um fator determinante da evolução tecnológica.

Em qualquer estudo histórico dessa evolução se torna inquestionável a existência de um elemento progressivo na tecnologia que, em geral, evolui de forma cumulativa, à medida que cada nova geração herda da anterior um estoque de técnicas — sobre o qual trabalhará se sentir necessidade e se as condições sociais permitirem. Embora isso se tenha registrado no passado, e ainda na atualidade, não é porém intrínseco à natureza da tecnologia que tal processo de acumulação deva ocorrer, e nem sempre assim se dá a evolução. O fato de muitas sociedades terem permanecido estagnadas por longos períodos, mesmo quando se encontravam em estágios relativamente avançados da evolução tecnológica, e de algumas terem chegado a regredir e a perder técnicas que receberam e acumularam, demonstra a natureza ambígua da tecnologia e a importância fundamental de relacioná-la a outros fatores sociais.

Evolução histórica

O nascimento da tecnologia não pode ser dissociado do próprio surgimento do homem no planeta. Setenta mil anos antes da era cristã, o homem de Neandertal já apresentava um grau de especialização que lhe permitia utilizar materiais encontrados (pedra, osso, madeira, couro etc.) para auxiliá-lo na sobrevivência. Depois de vários milênios de sociedades tribais dedicadas à caça, à pesca e à coleta de frutos, deu-se a primeira grande revolução tecnológica da história, no final da última glaciação, de 15.000 a 20.000 anos antes da era cristã. Às vezes chamada de revolução neolítica, essa fase marca a transição, ocorrida em algumas comunidades humanas mais favorecidas pela geografia e pelo clima, do nomadismo selvagem característico do longo período do paleolítico para um modo de vida mais estável, baseado na pecuária e na agricultura.

O homem do período neolítico conheceu uma série de transformações sociais e tecnológicas: aprendeu a domesticar animais, descobriu que as sementes silvestres podiam ser plantadas e que a irrigação era benéfica às áreas cultivadas. Desse período datam as culturas de trigo, milho, arroz e alguns tubérculos. A produção de excedentes de alimentos contribuiu para o desenvolvimento da armazenagem de grãos e da preparação de bebidas fermentadas, como a cerveja. Também começaram a surgir as técnicas da fiação, da tecelagem e da cerâmica.

A idade do bronze, iniciada em 4000 a.C. aproximadamente, foi prolífica em invenções e descobertas, o que possibilitou a reorganização econômica e social conhecida como revolução urbana. Entre suas contribuições tecnológicas de grande alcance destacam-se o uso do cobre e do bronze; a prática da fundição de metais; o emprego de veículos de roda; a invenção das embarcações a vela; e o florescimento da cerâmica e da fabricação de tijolos. A generalização da agricultura como meio de subsistência favoreceu a criação de cidades, nas quais se desenvolveram métodos de artesanato industrial, principalmente em cerâmica e técnicas básicas de metalurgia.

Vales do Tigre-Eufrates e do Nilo

As primeiras grandes unidades de sociedade organizada no Velho Mundo surgiram nos vales do Tigre-Eufrates e do Nilo, áreas onde não apenas se gerou um notável potencial técnico como ocorreu sua síntese na revolução urbana. Surgiu assim uma nova forma de sociedade a que se pode chamar civilização.

Na Mesopotâmia, o rio formado pela confluência do Tigre-Eufrates corre para o golfo Pérsico e transporta ricos sedimentos que formam extensos depósitos aluviais. A área era sujeita a inundações periódicas, mas com o controle das águas e a drenagem permitia a produção de substancial quantidade de alimentos. As medidas destinadas ao controle das águas marcaram o início da engenharia civil. Região pobre em pedras e madeira, a Mesopotâmia tinha contudo amplas reservas de argila e cobre, materiais usados na construção de veículos de rodas e pequenos barcos que marcam a fundação da engenharia naval e da engenharia mecânica. A arquitetura originou-se da necessidade de construir grandes edifícios, como celeiros, oficinas, templos e muralhas defensivas.

Ao explorar os recursos de seu vale, o povo da Mesopotâmia construiu uma sociedade na qual os sacerdotes desempenhavam importante papel, tanto no desenvolvimento da economia quanto no da tecnologia. A organização da agricultura era, em grande parte, responsabilidade de engenheiros-sacerdotes, os quais também supervisionavam a edificação dos templos e das imensas estruturas piramidais que dominavam as cidades, os zigurates. Outros sacerdotes-técnicos orientavam oficinas de artesãos especializados, como padeiros, ferreiros, cervejeiros, fiandeiros, tecelões etc. Tanto instrumentos de trabalho quanto carruagens, barcos, arados e outros meios de produção constituíam propriedades do templo. A organização coletivista favoreceu a exploração racional da terra, a conservação de canais e sistemas de irrigação, e a produção de um excedente agrícola que foi destinado ao comércio.

Essa complexa sociedade inventou uma escrita e criou um sistema de pesos e medidas. Enquanto os agricultores precisavam de um calendário para aperfeiçoar o controle das colheitas, engenheiros necessitavam de métodos e instrumentos para projetar canais e sistemas de irrigação, templos e muralhas defensivas, bem como de uma matemática capaz de calcular áreas, volumes e ângulos. As três principais realizações tecnológicas dessa cultura foram os zigurates, as muralhas defensivas (que indicam a instabilidade política existente na região) e os extensos sistemas de irrigação e de controle das inundações, que constituíam o sustentáculo de uma economia agrícola.

Os antigos egípcios habitavam uma área diferente sob vários aspectos da região do Tigre-Eufrates, e por isso a tecnologia que criaram não apresenta muitos pontos de contato com a da Mesopotâmia. O vale do Nilo era mais estreito, e as águas do rio, que fluíam mansa e regularmente, não criavam grandes problemas de engenharia. As populações ribeirinhas limitavam-se a construir diques e bacias de irrigação para que as terras recebessem suas águas fertilizadoras. Por volta de 2000 a.C., os egípcios adicionaram um sistema de canais, represas e reservatórios que permitiu a irrigação de áreas não abrangidas pela bacia e tornaram possível a

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